quarta-feira, 31 de julho de 2013

DEPOIS DO SHOW...



            Bom, passados os dias da visita do líder maior da Igreja Romana ao Brasil, um pouco mais longe do foco da mídia e das emoções associadas a isto, desejo expressar uma opinião de cristão evangélico, sim, me orgulho de ser cristão e de ser evangélico! 
            Justifico o tema por causa do foco dado por um jornal norte americano à visita do Papa ao Brasil, comparando-o a um astro de rock, por causa da recepção que teve.
            Depois de toda a “massificação” intensa e ininterrupta da mídia, tanto antes, como durante ( parecia até que quase todas as redes de TV abertas pertenciam ao Vaticano, pois não se limitavam em dar uma informação, mas sim fazer uma convocação ), esqueceram que mídia aberta até tem o direito de cobrir qualquer evento religioso, mas não o de agir como se fosse adepto de alguma delas, pois o Brasil é  um país laico!
            Depois de a Prefeitura ter dado vários dias de feriado durante o evento de uma religião ( como se não bastasse a quantidade de feriados católicos num país laico).
            Depois dos milhões gastos para esse evento. Milhões estes do dinheiro público, do imposto de quem é ou não católico, diga-se de passagem!
            Enfim, depois de tudo isso, ter a amplitude que teve em uma programação de caráter mundial era até uma questão de obrigação, pois, se nós evangélicos, sem a cobertura da mídia ( ou com uma mínima cobertura e algumas até pejorativas), associado ao fato de que nós custeamos nossos próprios eventos e também de que não temos feriados  decretados para as nossas realizações, levarmos 2 milhões às ruas ( como já teve a marcha para Jesus e um evento de um grupo evangélico)é até um ato heróico.
            Primeiro, desejo dizer que dou-me ao direito de fazer uma análise segundo o que, de fato, entendo que contribuiu ou não para o progresso do Evangelho de Cristo e para a divulgação do Reino de Deus, já que o Papa julga ser o sucessor de Pedro e o legítimo representante de Cristo na terra. A pergunta que se faz é: O que de fato Pedro diria numa oportunidade tão grande como esta? Qual seria a sua principal mensagem?
            Analisando o livro de Atos, no capítulo 4, onde está registrado um sermão do apóstolo Pedro, podemos destacar 2 versículos: 11 e 12. No versículo 11 consta: “ Ele é a Pedra que foi rejeitada pelos homens, os edificadores, a qual foi posta como pedra angular”, fazendo uma referência a Jesus Cristo, ou seja, Pedro disse que Jesus e não ele era a Pedra da Igreja!
            No versículo 12 Pedro diz: “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos” , referindo-se também a Jesus.
            Comparando este sermão com outros de Pedro, podemos afirmar que, certamente o apóstolo traria uma mensagem Cristocêntrica e conclamando ao arrependimento e à salvação, como, por exemplo, no capítulo 2 de Atos.
            O Pontífice da Igreja romana foi até uma figura simpática, carismática e diplomática ( e é óbvio que o Vaticano não substituiria um Papa em plena atividade, por outro, para que ficasse na mesma!) , contudo, foi longe de ser um legítimo representante da mensagem real e cristalina do Evangelho, segundo as Escrituras!
            O Evangelho segundo as Escrituras aponta para Jesus Cristo, e só Jesus. O Papa fez, na prática, os Católicos ficarem mais “Mariocêntricos”, ou “Mariólatras” ou ainda, “Aparecidólatras”.
            O Evangelho, segundo as Escrituras, afirma que a Igreja é o canal do perdão de Deus, que é concedido mediante a obra redentora de Jesus Cristo na cruz do Calvário, porém jamais irá afirmar que Ela ( a Igreja), nem seus ministros, são os perdoadores ( neste sentido soteriológico). O Papa disse que ele e a Igreja Romana concederiam o perdão a quem participasse da JMJ.
            O Evangelho segundo as Escrituras prega a mensagem de amor ao pecador, mas não ao pecado. Meu pai,o pastor Sebastião Laurindo sempre afirma que “ Evangelho que deixa o pecador acomodado no seu pecado não é verdadeiro”. O Papa foi, no mínimo, omisso ou dúbio na questão da união gay. Era uma excelente oportunidade para dizer que devemos amar as pessoas, mas devemos, também, chamar pecado de pecado.
            O Evangelho segundo as Escrituras afirma que o verdadeiro Carisma ou dons espirituais na Igreja faz ela ficar mais Cristocêntrica e não Mariocêntrica. O Espírito Santo veio para glorificar a Cristo ( Jo 16:14)
            O Evangelho, segundo as Escrituras, afirma que a Igreja de Cristo é a “coluna e firmeza da verdade”. O Papa disse que não tinha os dados da perda de fies católicos para os evangélicos no Brasil. Pense comigo, será que o Vaticano não tem os dados de um dos maiores países católicos do mundo?
            Muitas outras coisas poderiam ser colocadas, porém estas são suficientes para afirmar que, do ponto de vista bíblico, não houve nenhuma pregação verdadeira do Evangelho de Cristo. Pelo contrário, o Brasil ficou mais idólatra!
            Preocupa-me o fato de que, alguns evangélicos não estão enxergando desta forma. Creio que não devemos confundir o respeito e a consideração que temos de ter com outros seguimentos religiosos, com ecumenismo religioso. A Igreja romana, na verdade, estava é preocupada em levantar a imagem deles no Brasil, devido à perda de fies para as igrejas evangélicas. O Data Folha publicou que os católicos desceram para 57%, enquanto os evangélicos estão na casa dos 30%. É interessante; alguns pastores que não apóiam, por exemplo, eventos como a marcha para Jesus, apoiaram e elogiaram a vinda do Papa. É triste, porém verdade. Contribuíram para o culto a Aparecida e não apóiam eventos em grande porte dos seus irmãos evangélicos! Imaginem se nos uníssemos? Levaríamos 4 milhões às ruas, dizendo: “Feliz é a nação cujo Deus é o senhor”!  
Concluo dizendo que cada um tem o direito de seguir o que quiser e a quem quiser, porém, nós evangélicos, não podemos esquecer de que os reformadores do passado tiveram a coragem de não se curvar, nem se render à imperiosa Roma religiosa. Lutero preferiu ser excomungado  e ter que se abrigar num castelo para não morrer, do que  renegar sua fé ( daí surgiu o hino Castelo forte). John Hus não foi apenas morto, mas suas cinzas jogadas no mar, por pregar contra a idolatria romana. Wycliffe, grande precursor da Reforma na Inglaterra, foi perseguido e excomungado e, depois de morrer devido a um derrame, seu corpo foi queimado, e isto porque questionava a autoridade papal, a transubstanciação, a idolatria e outras doutrinas romanas. Calvino, teólogo francês, teve que ir para a Suíça para não queimar na fogueira da inquisição. Só não deixou esfriar a  mensagem de que a salvação é pela graça e não por obras e que somente Jesus Cristo é nosso Salvador e Mediador.
            Quando leio a biografia destes homens e vejo que, através dos séculos a Igreja romana não abriu mão de nenhum desses dogmas, pelo contrário, cada vez mais afunda-se neles e comparo com a atitude ecumênica de alguns ministros evangélicos, chego a conclusão de que Deus precisa levantar mais reformadores.Teve até cantor evangélico cantando na JMJ e  “irmã” evangélica pedindo para o Papa abençoar seu filho!
Sempre afirmo que nós não vamos abençoar aos católicos, aos quais amamos, nos “catolicizando”, mas sim, evangelizando-os.
            Enquanto isto, a Babilônia religiosa segue seu caminho através dos tempos, pois a Bíblia assim o diz. Só que sempre  houve períodos na Igreja de Cristo em que o avivamento era um grande fogaréu  aceso, porém,  houve também momentos que ficou apenas uma centelha, MAS DEUS NUNCA DEIXOU APAGAR O PAVIO QUE FUMEGA !
            Qual será, meu irmão em Cristo, a sua posição neste processo?

Deus nos abençoe!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva 


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