domingo, 7 de julho de 2013

OS DOIS COLEGAS DE MINISTÉRIO 3



            Chegamos, enfim, ao terceiro texto sobre “ Os dois Colegas de Ministério”. No primeiro analisamos acerca de: “ Barnabé e Paulo”, onde vimos a influência benéfica de Barnabé no início do ministério de Paulo. No segundo texto vimos sobre: “Paulo e Barnabé”, onde percebemos que, gradativamente, O Espírito Santo dá a liderança a Paulo. Neste terceiro texto vamos analisar sobre: “Paulo sem Barnabé”.
            Como terminamos no segundo texto, uma passagem bíblica que serve para compreendermos esta terceira fase destes ministros está em At 13:13 “Tendo Paulo e seus companheiros navegado de Pafos, chegaram a Perge, na Panfília, João, porém, apartando-se deles, voltou para Jerusalém”.
            Quando Foram executar a missão da segunda viagem missionária, depois da histórica decisão doutrinária dos apóstolos e obreiros de Jerusalém relatada em At 15, Paulo e Barnabé divergiram sobre um assunto: Levar ou não João Marcos com eles?
            O texto está escrito em At 15: 36-41. Paulo não achava prudente levar a João, pelo fato dele ter retornado na primeira viagem. Em outras palavras, Paulo não via ainda maturidade nele para que os acompanhasse. Barnabé, contudo, queria levá-lo com eles. A Bíblia relata que houve tal divergência entre eles, que separaram-se um do outro. Depois de anos trabalhando juntos, agora os dois colegas de ministério separam-se!
            Isto nos mostra algumas coisas. Primeiro é que a Bíblia merece toda confiança, pois ela não esconde as limitações dos homens de Deus. Segundo, nos mostra que não somos perfeitos, somos sim aperfeiçoados e estamos crescendo, de glória em glória. Terceiro é que as limitações humanas não podem fazer parar a obra de Deus, pois o texto diz que a obra continuou, pois Barnabé foi para Chipre levando a João Marcos e Paulo foi para a Síria e Cilícia, continuando, depois sua caminhada.
Contudo, há um consenso entre os estudiosos da Bíblia de que a decisão de Barnabé não foi a melhor. Enquanto apenas se lê que Barnabé navegou para Chipre, já com relação a Paulo se lê: “Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça do Senhor” At 15: 40. A partir daí, Lucas registra basicamente o ministério de Paulo!
Alguns equívocos Barnabé cometeu, citarei, em rápidas palavras alguns.
Primeiro, a transição: Barnabé e Paulo para Paulo e Barnabé não é uma coisa tão fácil. Imaginem, Barnabé introduziu Paulo aos irmãos em Jerusalém, levou Paulo a Antioquia, acompanha Paulo durante a viagem missionária como “colega de ministério”. Porém o contexto nos deixa entender que a liderança estava com Paulo!
Segundo, Barnabé tinha uma virtude linda! Ele acreditava nas pessoas, era um homem bondoso, dava outra oportunidade. Ele acreditou em Paulo quando os irmãos estavam com receio e isto deu certo. Contudo, este excesso de bondade não convinha no momento. João precisava aprender uma lição. Isto faria bem e ele. Parece antagônico, mas Barnabé estava errando por excesso de bondade.
Terceiro, talvez o laço familiar falou mais alto do que a razão, pois a Bíblia afirma que Barnabé e João Marcos eram parentes (Col 4:10). É preciso fugir dos extremos: Não é justo sufocar um ministério de quem tem chamada, só porque é parente, mas também não se pode ser conivente com os erros.
O ponto mais forte deste terceiro texto é que, este fato não fez com que Paulo e Barnabé guardassem mágoas ou ressentimentos um do outro, pois a Bíblia afirma Paulo citando o nome de Barnabé de forma honrosa ( Col 4:10). Cita, também, João Marcos junto de Paulo – Col 4:10 , Filemom vers. 24. Nada pode separar a nossa união em Cristo Jesus. O que nos une é mais forte do que o que tenta nos separar. Não deve haver entre ministros do evangelho raiz de amargura, pois isto faz mal ao obreiro e a toda a Igreja. Sem unidade não há avivamento!
Outro fato importante é que, a falha de João Marcos não afundou seu ministério, pelo contrário, foi um aprendizado. Ele, além de acompanhar a Paulo durante a primeira prisão em Roma, foi solicitado por Paulo na segunda: “Toma a Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil ao ministério” II Tm 4: 11b. Marcos é citado como alguém bem próximo do apóstolo Pedro 5: 13 e, nada mais nada menos, o autor de um dos 4 evangelhos, que é tido por muitos teólogos como o primeiro dos 4, o conhecido Evangelho segundo Marcos.
Que a linda história destes dois ilustres colegas de ministério sirva de exemplo para nós, enquanto estamos na nossa batalha em favor do Evangelho, tendo como nossos inimigos, apenas o diabo e seus demônios, este sistema mundano ( não as pessoas) e a nossa natureza caída (não o nosso corpo, que é santuário do Espírito santo). É o que desejo a todos os meus ilustres “Colegas de Ministério”!

Deus nos abençoe!


Pr. Cláudio César Laurindo da Silva 

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