Bom,
passados os dias da visita do líder maior da Igreja Romana ao Brasil, um pouco
mais longe do foco da mídia e das emoções associadas a isto, desejo expressar uma
opinião de cristão evangélico, sim, me orgulho de ser cristão e de ser
evangélico!
Justifico
o tema por causa do foco dado por um jornal norte americano à visita do Papa ao
Brasil, comparando-o a um astro de rock, por causa da recepção que teve.
Depois
de toda a “massificação” intensa e ininterrupta da mídia, tanto antes, como
durante ( parecia até que quase todas as redes de TV abertas pertenciam ao
Vaticano, pois não se limitavam em dar uma informação, mas sim fazer uma
convocação ), esqueceram que mídia aberta até tem o direito de cobrir qualquer
evento religioso, mas não o de agir como se fosse adepto de alguma delas, pois
o Brasil é um país laico!
Depois
de a Prefeitura ter dado vários dias de feriado durante o evento de uma religião
( como se não bastasse a quantidade de feriados católicos num país laico).
Depois
dos milhões gastos para esse evento. Milhões estes do dinheiro público, do
imposto de quem é ou não católico, diga-se de passagem!
Enfim,
depois de tudo isso, ter a amplitude que teve em uma programação de caráter
mundial era até uma questão de obrigação, pois, se nós evangélicos, sem a
cobertura da mídia ( ou com uma mínima cobertura e algumas até pejorativas),
associado ao fato de que nós custeamos nossos próprios eventos e também de que
não temos feriados decretados para as
nossas realizações, levarmos 2 milhões às ruas ( como já teve a marcha para
Jesus e um evento de um grupo evangélico)é até um ato heróico.
Primeiro,
desejo dizer que dou-me ao direito de fazer uma análise segundo o que, de fato,
entendo que contribuiu ou não para o progresso do Evangelho de Cristo e para a
divulgação do Reino de Deus, já que o Papa julga ser o sucessor de Pedro e o
legítimo representante de Cristo na terra. A pergunta que se faz é: O que de
fato Pedro diria numa oportunidade tão grande como esta? Qual seria a sua
principal mensagem?
Analisando
o livro de Atos, no capítulo 4, onde está registrado um sermão do apóstolo
Pedro, podemos destacar 2 versículos: 11 e 12. No versículo 11 consta: “ Ele é
a Pedra que foi rejeitada pelos homens, os edificadores, a qual foi posta como
pedra angular”, fazendo uma referência a Jesus Cristo, ou seja, Pedro disse que
Jesus e não ele era a Pedra da Igreja!
No
versículo 12 Pedro diz: “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu
nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos” ,
referindo-se também a Jesus.
Comparando
este sermão com outros de Pedro, podemos afirmar que, certamente o apóstolo
traria uma mensagem Cristocêntrica e conclamando ao arrependimento e à
salvação, como, por exemplo, no capítulo 2 de Atos.
O
Pontífice da Igreja romana foi até uma figura simpática, carismática e
diplomática ( e é óbvio que o Vaticano não substituiria um Papa em plena
atividade, por outro, para que ficasse na mesma!) , contudo, foi longe de ser
um legítimo representante da mensagem real e cristalina do Evangelho, segundo
as Escrituras!
O
Evangelho segundo as Escrituras aponta para Jesus Cristo, e só Jesus. O Papa
fez, na prática, os Católicos ficarem mais “Mariocêntricos”, ou “Mariólatras”
ou ainda, “Aparecidólatras”.
O
Evangelho, segundo as Escrituras, afirma que a Igreja é o canal do perdão de
Deus, que é concedido mediante a obra redentora de Jesus Cristo na cruz do
Calvário, porém jamais irá afirmar que Ela ( a Igreja), nem seus ministros, são
os perdoadores ( neste sentido soteriológico). O Papa disse que ele e a Igreja
Romana concederiam o perdão a quem participasse da JMJ.
O
Evangelho segundo as Escrituras prega a mensagem de amor ao pecador, mas não ao
pecado. Meu pai,o pastor Sebastião Laurindo sempre afirma que “ Evangelho que
deixa o pecador acomodado no seu pecado não é verdadeiro”. O Papa foi, no
mínimo, omisso ou dúbio na questão da união gay. Era uma excelente oportunidade
para dizer que devemos amar as pessoas, mas devemos, também, chamar pecado de
pecado.
O
Evangelho segundo as Escrituras afirma que o verdadeiro Carisma ou dons
espirituais na Igreja faz ela ficar mais Cristocêntrica e não Mariocêntrica. O
Espírito Santo veio para glorificar a Cristo ( Jo 16:14)
O
Evangelho, segundo as Escrituras, afirma que a Igreja de Cristo é a “coluna e
firmeza da verdade”. O Papa disse que não tinha os dados da perda de fies
católicos para os evangélicos no Brasil. Pense comigo, será que o Vaticano não
tem os dados de um dos maiores países católicos do mundo?
Muitas
outras coisas poderiam ser colocadas, porém estas são suficientes para afirmar
que, do ponto de vista bíblico, não houve nenhuma pregação verdadeira do
Evangelho de Cristo. Pelo contrário, o Brasil ficou mais idólatra!
Preocupa-me
o fato de que, alguns evangélicos não estão enxergando desta forma. Creio que
não devemos confundir o respeito e a consideração que temos de ter com outros
seguimentos religiosos, com ecumenismo religioso. A Igreja romana, na verdade,
estava é preocupada em levantar a imagem deles no Brasil, devido à perda de
fies para as igrejas evangélicas. O Data Folha publicou que os católicos
desceram para 57%, enquanto os evangélicos estão na casa dos 30%. É
interessante; alguns pastores que não apóiam, por exemplo, eventos como a
marcha para Jesus, apoiaram e elogiaram a vinda do Papa. É triste, porém
verdade. Contribuíram para o culto a Aparecida e não apóiam eventos em grande
porte dos seus irmãos evangélicos! Imaginem se nos uníssemos? Levaríamos 4
milhões às ruas, dizendo: “Feliz é a nação cujo Deus é o senhor”!
Concluo
dizendo que cada um tem o direito de seguir o que quiser e a quem quiser,
porém, nós evangélicos, não podemos esquecer de que os reformadores do passado
tiveram a coragem de não se curvar, nem se render à imperiosa Roma religiosa.
Lutero preferiu ser excomungado e ter
que se abrigar num castelo para não morrer, do que renegar sua fé ( daí surgiu o hino Castelo
forte). John Hus não foi apenas morto, mas suas cinzas jogadas no mar, por
pregar contra a idolatria romana. Wycliffe, grande precursor da Reforma na
Inglaterra, foi perseguido e excomungado e, depois de morrer devido a um
derrame, seu corpo foi queimado, e isto porque questionava a autoridade papal, a
transubstanciação, a idolatria e outras doutrinas romanas. Calvino, teólogo
francês, teve que ir para a Suíça para não queimar na fogueira da inquisição.
Só não deixou esfriar a mensagem de que
a salvação é pela graça e não por obras e que somente Jesus Cristo é nosso
Salvador e Mediador.
Quando
leio a biografia destes homens e vejo que, através dos séculos a Igreja romana
não abriu mão de nenhum desses dogmas, pelo contrário, cada vez mais afunda-se
neles e comparo com a atitude ecumênica de alguns ministros evangélicos, chego
a conclusão de que Deus precisa levantar mais reformadores.Teve até cantor
evangélico cantando na JMJ e “irmã”
evangélica pedindo para o Papa abençoar seu filho!
Sempre afirmo
que nós não vamos abençoar aos católicos, aos quais amamos, nos
“catolicizando”, mas sim, evangelizando-os.
Enquanto
isto, a Babilônia religiosa segue seu caminho através dos tempos, pois a Bíblia
assim o diz. Só que sempre houve
períodos na Igreja de Cristo em que o avivamento era um grande fogaréu aceso, porém,
houve também momentos que ficou apenas uma centelha, MAS DEUS NUNCA DEIXOU
APAGAR O PAVIO QUE FUMEGA !
Qual
será, meu irmão em Cristo, a sua posição neste processo?
Deus nos abençoe!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva