segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O CRISTÃO E O NATAL



            Pode o cristão comemorar o natal? Esta é uma pergunta que tem sido feita nestes últimos dias, tanto nas igrejas, como nas redes sociais e/ou  em outros lugares.
            É importante que analisemos esta questão com imparcialidade, observando, prioritariamente, os princípios da Palavra de Deus, os históricos e, deixando em segundo plano as tradições meramente religiosas. É importante também que se leia este texto até o final!
            Bom, mesmo que não seja muito fácil de aceitar, devido à longa tradição, ao forte incentivo do comércio, à informação, quase que imediata que o nosso cérebro faz desta data, uma afirmação deve ser feita: JESUS CRISTO NÃO NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO!
            Mais difícil do que afirmar isto, é afirmar que esta data não foi escolhia de forma aleatória, ou de maneira a aproximar-se mais do relato bíblico. Não, esta data foi escolhida como fruto de um sincretismo com a religião pagã romana. Isto, qualquer enciclopédia séria ou fonte histórica confirmará, até mesmo a romana!
            Devemos ter a honestidade de afirmar que, não houve nenhuma ordem feita por Jesus para que comemorássemos o seu nascimento. Houve sim, a ordenança para que celebrássemos o memorial da sua morte, através da ceia. Esta obra gloriosa foi concluída pela sua ressurreição, o que nos dá a certeza de sua 2ª vinda, prometida por Ele mesmo.
            Devemos, também, ter a honestidade de afirmar que, não houve nenhuma doutrina dos apóstolos, mandando a Igreja comemorar o nascimento de Jesus. Em nenhum texto do Novo Testamento encontramos tal doutrina ou afirmação de que era uma prática litúrgica da proto Eclésia.
            No 3º século da Igreja, alguns cogitavam qual poderia ter sido a data do nascimento de Cristo. Há informações de que Orígenes se opunha a que se preocupasse em comemorar esta data, com o risco de comparar Cristo a um Faraó!  
              É com Constantino, no 4º século da Igreja, que nós temos a introdução de uma data para a comemoração do nascimento da Jesus e no 5º século, sua oficialização por parte da Igreja, já em processo de romanização e paganização. O argumento usado para tal data foi claramente sincretista.
O Principal oponente do Cristianismo, neste período caracterizado pelo processo de unificação entre Igreja e Estado, era a prática das religiões pagãs. A principal delas era a de origem Persa, que cultuava a divindade Mitra, o deus solar!
            Havia uma data popular de comemoração do Natalis Invicti Solis ( nascimento do deus sol invencível). Há vários relatos diferentes sobre esta data, ou período, contudo, em suma, havia um período chamado de solístico de inverno, muito popular entre os povos romanos, que incluía a saturnália (17 a 24 de dezembro) e que culminava na brumália ( 25 de dezembro). Eles ficavam esperando a transição entre o 24 e 25 de dezembro para tal comemoração.
            Houve um interesse por parte do Imperador em aproximar esta data, claramente popular, ao nascimento de Cristo, ou seja, ela não seria mais aplicada à divindade pagã, mas sim a Jesus. Era uma forma de “cristianizar” os povos do império. Os cristãos, que antes eram praticantes desta crença popular, não tiveram muita dificuldade em aceitar tal data, agora não mais dedicada a Mitra. Isto mostra claramente que a Igreja Romana, de fato é o subproduto do processo de paganização da Igreja. Sempre digo que a verdadeira Igreja nasceu em Jerusalém e não em Roma. Digo, também, que ela continua, a cada dia mais idólatra. Admira-me ver como tem evangélicos que se identificam mais com a Igreja romana do que com seus irmãos evangélicos. É, no mínimo curioso notar que a imagem de Cristo que os sacerdotes católicos usam, é um sol!
            Bom, biblicamente falando, não é novidade afirmar que a noite relatada por Lucas, no capítulo 2, em que os pastores guardavam seus rebanhos, nada tem a ver com o rigoroso inverno no período de dezembro na Palestina. Também o período de alistamento citado neste capítulo, em que “ todos iam alistar-se cada um à sua própria cidade” vers.2, nada tem a ver com este mesmo período de dezembro. Segundo alguns estudiosos era mais provável que este alistamento tivesse ocorrido no período da festa dos tabernáculos.
            Bom, isto é um fato histórico. Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. Agora, existe o outro lado da questão!
            O nascimento de Jesus está claramente relatado na Bíblia, tanto em Mateus, como em Lucas. Se isso não tivesse nenhuma importância para a Igreja, Deus não permitiria que estivesse registrado. Cremos que “Toda Escritura é divinamentte inspirada...” II Tm 3:16.
            Mesmo sabendo que não foi em dezembro, contudo não sou pagão em citar a Bíblia!
            O Evangelho de Mateus 1: 18 diz: “ Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim...”, e a partir daí começa a contar a História. Por que nós não podemos contar e cantar também?
            Não, eu não sou pagão em cantar a Bíblia. Não estou me paganizando quando canto o texto de Lc 2, que diz: “Havia no campo pastores que guardavam os seus rebanhos”, e “Pois na cidade de Davi vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo o senhor” e “ Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens de boa vontade” vers. 8,11 e 14.
            Não sou pagão em Ler Is 9:6: “ Porque um menino nos nasceu, um Filho se nos deu, e o governo estará sobre o seus ombros e o seu nome será, maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e príncipe da paz”.
            O nascimento de Jesus é o cumprimento da promessa do envio do Salvador da humanidade, do Messias de Israel. É a harmonia entre Gn 3:15 e Gal:4:4. Foi o cumprimento da plenitude dos tempos. A concepção e o nascimento de Jesus significou o eterno que se temporizou, o imortal que se mortalizou. Foi Deus entre os homens, tornando-se homem, não vindo já homem, mas vindo bebê! Passando por todas as fases.
            A noite do Seu nascimento foi a mais profunda harmonia entre o simples e o glorioso. Simples, sob o ponto de vista do humano. Não teve luxo, “glamour”. Não nasceu nem em uma casa, mas numa estrebaria. Imaginem Maria dando a luz no meio das palhas onde ficavam os animais!
            Contudo, foi glorioso, tão glorioso, porque, se o choro de qualquer bebê que nasce, já é um som sensacional, principalmente para as mães, imaginem o momento do primeiro choro, no momento do nascimento do Filho de Deus, o Deus Filho que se faz carne e habita entre nós. Este som foi tão sensacional que o céu rompeu o silêncio e os pastores ouviram uma milícia de anjos cantando: “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. Foi a primeira cantata sobre o nascimento de Jesus, e cantada por anjos!
            Segundo o texto de Mateus nos mostra, algum tempo depois, quando os magos chegam ao encontro de Jesus, ele já estava numa casa.
            Meus amados, a conclusão a que chegamos é que. Não devemos criar uma expectativa religiosa em torno de 25 de dezembro, pois Jesus não nasceu neste dia. Para falar a verdade, eu respeito, mas nem gosto de esperar meia noite. Esta data nada tem a ver com o verdadeiro nascimento de Jesus. Agora, não há nada de errado em lembrar que Jesus nasceu, contar esta linda história, cantar esta linda história. Ela está na Bíblia. Podemos, sim, sem fazer uma relação meramente religiosa, aproveitar que as pessoas estão voltadas para esta data e evangelizar e contar a história do nascimento de Jesus, DESDE QUE O FOCO SEJA A PREGAÇÃO DO VERDADAIRO PROPÓSITO PELO QUAL JESUS NASCEU, QUE FOI O DE MORRER PELOS NOSSO PECADOS E RESSUSCITAR AO TERCEIRO DIA. QUALQUER LEMBRANÇA DO NASCIMENTO DE JESUS QUE FICA APENAS LIMITADO AO MENINO JESUS,É INCOMPLETA E NÃO CUMPRIU SEU PAPEL!
            Outra coisa importante é deixar claro que, a lembrança do nascimento de Jesus, tem que ser Cristocêntrica.  Essa coisa de Papai Noel é paganismo. É idolatria que a Igreja Católica fez ao Papa Nicolau. Crente de verdade não fica com essa de “Papai Noel” e sim com Pai nosso que está nos céus! A lembrança do nascimento de Jesus também não pode ser Mariocêntrica, nem Mariólatra, muito menos angelólatra.
            Lembremo-nos que Jesus nasceu, mas não ficou sempre na manjedoura, por isso não é lá que deve ser adorado. Morreu, mas não ficou sempre no calvário, por isso não é lá que Ele deve ser procurado. Ele ressuscitou, está à destra de Deus entronizado, intercede por nós. É em espírito e em verdade que Deus é verdadeiramente adorado!

Deus nos abençoe!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva


Um comentário: