Preocupa-me
muito o fato de que, muitos evangélicos ( sejam os que afirmam ou os que não
afirmam mais ser), têm confundido o amor cristão e a unidade, com ecumenismo
religioso ou conivência com o pecado de outras crenças religiosas, claramente
condenados na Bíblia. Tenho afirmado durante anos, e continuarei sempre afirmando,
sendo isso popular ou não: ESSA PRÁTICA NÃO ESTÁ AJUDANDO NA VERDADEIRA CONVERSÃO DAS PESSOAS, MAS SIM AFUNDANDO-AS NOS SEUS PECADOS.
O
que me impressiona é que, justamente no ano em que comemoramos os 500 anos da
Reforma Protestante, quando deveríamos refletir sobre temas como, o retorno aos
princípios da Palavra de Deus, percebemos que está havendo um enfraquecimento
da voz profética.
Quero
deixar claro que, devemos sempre respeitar as pessoas e suas práticas
religiosas. Não se trata de ofender, de denegrir e, muito menos vilipendiar os
objetos de culto de ninguém. Isso é crime! Aliás, se tem um povo que sabe o que
é ser desrespeitado e perseguido neste país, são os evangélicos. Não é mania de
perseguição, é fato histórico mesmo, e bem real ( sei do que estou falando).
Contudo,
o fato de eu amar o próximo e respeitá-lo, não pode me impedir, de, com amor,
pregar-lhe a verdade. Pelo contrário, porque amo, é que devo fazê-lo. Também é importante
ressaltar que, dentro do campo das idéias, não há nenhum problema na exposição
do contraditório, desde que, não prevaleçam ofensas e calúnias pessoais.
Isto
posto, tenho que tornar público que, está me causando espanto, o fato de muitos
líderes do nosso meio estar colocando em seus púlpitos ou palco de shows, pais
de santo e padres, dividindo liturgia e mensagens, num verdadeiro culto
sincretista, místico e ecumênico. Quero, mais uma vez ressaltar que, tenho o
maior respeito, por quem quer que seja, e de qual religião seja. Se vierem na igreja
onde pastoreio, serão muito bem recebidos e acolhidos, como já o fiz com
uma líder umbandista que foi convidada,
e ela foi tão bem recebida, que saiu impressionada, contudo, ficou sentadinha, assistindo
o culto no meio do salão. Jamais a colocaria no púlpito e nem lhe daria o
microfone! Da mesma forma, com qualquer outro líder religioso que fosse.
Repito,
não preciso cultuar, fazer orações e nem venerar as mesmas imagens de escultura
ou entidades que eles cultuam, para mostrar meu respeito e tolerância
religiosa.
Assim
como muitos de nós respeitamos, por exemplo, as testemunhas de Jeová ou os
espíritas ( e eu também os respeito e tenho o maior carinho), contudo,por
termos claras divergências doutrinárias, não tem como fazermos culto
ecumênico e nem temos como ceder o púlpito da Igreja para que eles
preguem ou cantem na liturgia. Da mesma forma, também, é a minha postura, por
exemplo, para com a Igreja Romana. Tenho direito de afirmar isso, com o maior
respeito, mas com a coragem que tal postura merece!
Se
formos analisar, por exemplo, o que motivou os reformadores a tomarem a postura
que tomaram, há séculos atrás, vamos perceber que, foi muito mais do que uma
interpretação teológica da graça, ou a venda de indulgências, como estão
afirmando muitos teólogos ecumênicos, sob a liderança do Vaticano.
Na
verdade, os reformadores (principalmente os da segunda geração) posicionaram-se
contra temas e dogmas do romanismo, tais como: infalibilidade papal, valor
soteriológico nos sacramentos, ao invés da obra vicária de Cristo, tradição da
igreja acima das Escrituras Sagradas, veneração e culto às imagens de escultura,
intercessão e oração aos mortos ( ou culto aos santos), doutrina do purgatório,
os dogmas Marianos, que não encontram base nas Escrituras, dando a ela
adjetivos e méritos que a Palavra de Deus dá, apenas a Jesus Cristo.
No caso dos
dogmas Marianos, vale lembrar que, na época dos reformadores, nem havia sido,
ainda, dogmatizada, por exemplo a “ Imaculada Conceição de Maria”, que dá a ela
a qualidade de ter sido concebida sem pecado, ou, segundo outros teólogos
católicos, ter sido resgatada no momento da sua concepção, vivendo, portanto,
toda a sua vida,sem jamais cometer nenhum pecado ( atributo que a Bíblia dá,
somente a Jesus). Tal dogma foi oficializado só no século XIX. E o que dizer da
“Assunção de Maria”, que só foi dogmatizada em 1950, e afirma que Maria foi
assunto ao céu, e assumiu uma condição de “ Rainha dos céus”, venerada pelos
anjos e pela Igreja. Isso, sem falar na doutrina largamente aceita pelos Padres
e Bispos, e, segundo o próprio Pe Paulo Ricardo, foi defendida pelo Papa João
Paulo II e Bento XVI, que é a doutrina de Maria como Co Redentora. Já houve milhares
de pedidos para que seja dogmatizada esta doutrina, e se ainda não foi, é pelo
fato de que, vai atrapalhar e muito, a linguagem ecumênica, pois, aí já é
demais. É uma heresia mais do que declarada! Embora, boa parte dos padres concordam
e, por exemplo o Pe Paulo Ricardo seja um forte defensor desta heresia.
Enfim,
com todo respeito que tenho aos amigos católicos, contudo, tenho a firme
convicção de que, depois da Reforma Protestante, a Igreja Romana não abriu mão
de nenhuma crença que levou os reformadores a fazerem o que fizeram, pelo
contrário, a Igreja de Constantino se aprofundou mais no paganismo e afastou-se
ainda mais dos princípios simples e claros da verdadeira Igreja de Cristo, que
nasceu, não em Roma, mas em Jerusalém, no dia de Pentecostes.
Concluo
afirmando que, minha melhor maneira de mostrar o meu amor é pregando a verdade,
não a minha, mas da Palavra de Deus. Igreja verdadeira para mim, crê que, há um
só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens. Igreja verdadeira não atribui
à criatura, atributos que a Bíblia dá somente ao criador, portanto, expressões
como: “ me consagro a ti, toma minha
mente e meu coração, a ti elevo minha oração”, dentre outras, se não forem
direcionadas a Deus ,além de heresia, também será idolatria. Igreja verdadeira
atribui a Jesus, e somente a Ele, o grau de intercessor no céu, junto com o
Espírito Santo,o de nosso Advogado, aquele que está assentado à destra de Deus
Pai. A Bíblia não fala de Rainha do céu, mas sim de Rei da glória, o Senhor
todo poderoso! A nossa querida irmã Maria, mãe de Jesus, segundo a natureza
humana, foi uma ilustre mulher de Deus, que cumpriu bem o seu ministério, e
tenho certeza de que ela não concordaria com nada disso que foram
atribuindo a ela, com o passar dos
séculos.
Não
posso, portanto, concordar que esse ecumenismo venha se desenvolver, de forma
que eu cale a minha voz. Minha forma de amar a quem cultua num terreiro, ou faz
promessa e culto a um "santo", é dizer que o verdadeiro evangelho de Cristo
liberta da idolatria, e que nós podemos e devemos orar diretamente a Deus, na
mediação e intercessão de Jesus Cristo. O resto, para mim, é um perigoso
ecumenismo e perda de voz profética!
Claro, podemos até nos unir, em temas sociais ou políticos, em defesa dos valores da vida e da família tradicional. Isso, até o radical Pe católico Paulo Ricardo concorda, ou seja, doutrinariamente ou liturgicamente, não tentem nos unir,porém, nos temas sociais, podemos e devemos ter diálogo, em defesa da família.
Claro, podemos até nos unir, em temas sociais ou políticos, em defesa dos valores da vida e da família tradicional. Isso, até o radical Pe católico Paulo Ricardo concorda, ou seja, doutrinariamente ou liturgicamente, não tentem nos unir,porém, nos temas sociais, podemos e devemos ter diálogo, em defesa da família.
Não
tenho receio. Amo, respeito, mas creio que, “Nada podemos contra a verdade...” II
Cor 13:8.
Com
amor, em Cristo ...
Pastor evangélico: Cláudio César
Laurindo da Silva