sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

AMOR OU PERDA DE VOZ PROFÉTICA?




Preocupa-me muito o fato de que, muitos evangélicos ( sejam os que afirmam ou os que não afirmam mais ser), têm confundido o amor cristão e a unidade, com ecumenismo religioso ou conivência com o pecado de outras crenças religiosas, claramente condenados na Bíblia. Tenho afirmado durante anos, e continuarei sempre afirmando, sendo isso popular ou não: ESSA PRÁTICA NÃO ESTÁ AJUDANDO NA VERDADEIRA CONVERSÃO DAS PESSOAS, MAS SIM AFUNDANDO-AS NOS SEUS PECADOS.
            O que me impressiona é que, justamente no ano em que comemoramos os 500 anos da Reforma Protestante, quando deveríamos refletir sobre temas como, o retorno aos princípios da Palavra de Deus, percebemos que está havendo um enfraquecimento da voz profética.
            Quero deixar claro que, devemos sempre respeitar as pessoas e suas práticas religiosas. Não se trata de ofender, de denegrir e, muito menos vilipendiar os objetos de culto de ninguém. Isso é crime! Aliás, se tem um povo que sabe o que é ser desrespeitado e perseguido neste país, são os evangélicos. Não é mania de perseguição, é fato histórico mesmo, e bem real ( sei do que estou falando).
            Contudo, o fato de eu amar o próximo e respeitá-lo, não pode me impedir, de, com amor, pregar-lhe a verdade. Pelo contrário, porque  amo, é que devo fazê-lo. Também é importante ressaltar que, dentro do campo das idéias, não há nenhum problema na exposição do contraditório, desde que, não prevaleçam ofensas e calúnias pessoais.
            Isto posto, tenho que tornar público que, está me causando espanto, o fato de muitos líderes do nosso meio estar colocando em seus púlpitos ou palco de shows, pais de santo e padres, dividindo liturgia e mensagens, num verdadeiro culto sincretista, místico e ecumênico. Quero, mais uma vez ressaltar que, tenho o maior respeito, por quem quer que seja, e de qual religião seja. Se vierem na igreja onde pastoreio, serão muito bem recebidos e acolhidos, como já o fiz com uma  líder umbandista que foi convidada, e ela foi tão bem recebida, que saiu impressionada, contudo, ficou sentadinha, assistindo o culto no meio do salão. Jamais a colocaria no púlpito e nem lhe daria o microfone! Da mesma forma, com qualquer outro líder religioso que fosse.
            Repito, não preciso cultuar, fazer orações e nem venerar as mesmas imagens de escultura ou entidades que eles cultuam, para mostrar meu respeito e tolerância religiosa.
            Assim como muitos de nós respeitamos, por exemplo, as testemunhas de Jeová ou os espíritas ( e eu também os respeito e tenho o maior carinho), contudo,por termos claras divergências doutrinárias, não tem como fazermos culto ecumênico  e nem temos como  ceder o púlpito da Igreja para que eles preguem ou cantem na liturgia. Da mesma forma, também, é a minha postura, por exemplo, para com a Igreja Romana. Tenho direito de afirmar isso, com o maior respeito, mas com a coragem que tal postura merece!
            Se formos analisar, por exemplo, o que motivou os reformadores a tomarem a postura que tomaram, há séculos atrás, vamos perceber que, foi muito mais do que uma interpretação teológica da graça, ou a venda de indulgências, como estão afirmando muitos teólogos ecumênicos, sob a liderança do Vaticano.
            Na verdade, os reformadores (principalmente os da segunda geração) posicionaram-se contra temas e dogmas do romanismo, tais como: infalibilidade papal, valor soteriológico nos sacramentos, ao invés da obra vicária de Cristo, tradição da igreja acima das Escrituras Sagradas, veneração e culto às imagens de escultura, intercessão e oração aos mortos ( ou culto aos santos), doutrina do purgatório, os dogmas Marianos, que não encontram base nas Escrituras, dando a ela adjetivos e méritos que a Palavra de Deus dá, apenas a Jesus Cristo.
No caso dos dogmas Marianos, vale lembrar que, na época dos reformadores, nem havia sido, ainda, dogmatizada, por exemplo a “ Imaculada Conceição de Maria”, que dá a ela a qualidade de ter sido concebida sem pecado, ou, segundo outros teólogos católicos, ter sido resgatada no momento da sua concepção, vivendo, portanto, toda a sua vida,sem jamais cometer nenhum pecado ( atributo que a Bíblia dá, somente a Jesus). Tal dogma foi oficializado só no século XIX. E o que dizer da “Assunção de Maria”, que só foi dogmatizada em 1950, e afirma que Maria foi assunto ao céu, e assumiu uma condição de “ Rainha dos céus”, venerada pelos anjos e pela Igreja. Isso, sem falar na doutrina largamente aceita pelos Padres e Bispos, e, segundo o próprio Pe Paulo Ricardo, foi defendida pelo Papa João Paulo II e Bento XVI, que é a doutrina de Maria como Co Redentora. Já houve milhares de pedidos para que seja dogmatizada esta doutrina, e se ainda não foi, é pelo fato de que, vai atrapalhar e muito, a linguagem ecumênica, pois, aí já é demais. É uma heresia mais do que declarada! Embora, boa parte dos padres concordam e, por exemplo o Pe Paulo Ricardo seja um forte defensor desta heresia.
            Enfim, com todo respeito que tenho aos amigos católicos, contudo, tenho a firme convicção de que, depois da Reforma Protestante, a Igreja Romana não abriu mão de nenhuma crença que levou os reformadores a fazerem o que fizeram, pelo contrário, a Igreja de Constantino se aprofundou mais no paganismo e afastou-se ainda mais dos princípios simples e claros da verdadeira Igreja de Cristo, que nasceu, não em Roma, mas em Jerusalém, no dia de Pentecostes.
            Concluo afirmando que, minha melhor maneira de mostrar o meu amor é pregando a verdade, não a minha, mas da Palavra de Deus. Igreja verdadeira para mim, crê que, há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens. Igreja verdadeira não atribui à criatura, atributos que a Bíblia dá somente ao criador, portanto, expressões como: “ me consagro  a ti, toma minha mente e meu coração, a ti elevo minha oração”, dentre outras, se não forem direcionadas a Deus ,além de heresia, também será idolatria. Igreja verdadeira atribui a Jesus, e somente a Ele, o grau de intercessor no céu, junto com o Espírito Santo,o de nosso Advogado, aquele que está assentado à destra de Deus Pai. A Bíblia não fala de Rainha do céu, mas sim de Rei da glória, o Senhor todo poderoso! A nossa querida irmã Maria, mãe de Jesus, segundo a natureza humana, foi uma ilustre mulher de Deus, que cumpriu bem o seu ministério, e tenho certeza de que ela não concordaria com nada disso que foram atribuindo  a ela, com o passar dos séculos.
            Não posso, portanto, concordar que esse ecumenismo venha se desenvolver, de forma que eu cale a minha voz. Minha forma de amar a quem cultua num terreiro, ou faz promessa e culto a um "santo", é dizer que o verdadeiro evangelho de Cristo liberta da idolatria, e que nós podemos e devemos orar diretamente a Deus, na mediação e intercessão de Jesus Cristo. O resto, para mim, é um perigoso ecumenismo e perda de voz profética!
            Claro, podemos até nos unir, em temas sociais ou políticos, em defesa dos valores da vida e da família tradicional. Isso, até o radical Pe católico Paulo Ricardo concorda, ou seja, doutrinariamente ou liturgicamente, não tentem nos unir,porém, nos temas sociais, podemos e devemos ter diálogo, em defesa da família.

            Não tenho receio. Amo, respeito, mas creio que, “Nada podemos contra a verdade...” II Cor 13:8.
            Com amor, em Cristo ...

Pastor evangélico: Cláudio César Laurindo da Silva


PARA PENSAR ...



Penso, logo existo.
Penso, mas tenho a mente de Cristo ( I Cor 2: 16).
Para Descartes, existo por pensar.
Para  a Palavra de Deus, estar em Cristo, é mais do que pensar. É pensar com a mente de Cristo!


Cláudio César Laurindo da Silva 

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

OS HERÓIS DA FÉ




            O que fez com que os heróis da fé tivessem sido o que foram, não foi o fato de se julgarem, nem muito menos de terem sido superiores aos outros. Eles não se ufanavam por serem “mais santos”, e quando alguns deles tentaram isso, foram, de alguma maneira, repreendidos por Deus. A vida de consagração ao Senhor foi sincera e espontânea.
            Sim, tanto os heróis da fé citados na Bíblia ( Hb 11), quanto os que foram de um período posterior, surgidos durante a História da Igreja, foram homens mortais ( redundância proposital), que acertaram, mas também erraram ( uns erraram feio). É importante ressaltar isso, para que não criemos uma expectativa de perfeição neles. É por isso que eu sempre digo que somos “ perfeitamente imperfeitos e, nada mais perfeito do que a nossa imperfeição”.
            Se os próprios heróis citados na Bíblia tiveram seus momentos de humanidade, tais como, Noé, Abraão, Moisés, Samuel, Davi, dentre outros, e se os apóstolos formados diretamente por Cristo, que, mesmo próximo do período da crucificação de Jesus, ainda mantinham algumas dúvidas e incredulidades, é compreensível que, num período posterior a este, os homens e mulheres de Deus também tivessem suas falhas e defeitos.
            O que dizer dos líderes pós-apostólicos, uns acertaram e outros erraram querendo acertar, e outros erraram, errando mesmo. É preciso entender, de uma vez para sempre que, o modelo a ser seguido é o da Igreja do primeiro século e os textos escritos até o final desse período, ou seja, até os escritos joaninos. É claro que, muitos dos chamados pais da Igreja foram verdadeiros homens de Deus, porém, também cometeram equívocos, inclusive de interpretação textual e influência cultural.
            Os pré reformadores acertaram em seus propósitos, porém também ficaram sujeitos ao erro, tanto em algumas ênfases, como em falta de outras, contudo, é inegável o benefício que eles causaram no processo de retorno ao que era o Cristianismo, antes da intensificação do processo de paganização, ocorrido, principalmente a partir do 4º século.
            Os Reformadores, embora tenham sido verdadeiros arautos usados por Deus, contudo, também falharam em algumas coisas. Sim, Lutero falhou, Calvino falhou, Zwinglio falhou, os homens do período pós reforma, por mais que tenhamos uma visão romântica deles, contudo, também falharam. Não seria impossível encontrar falhas em Spurgeon, ou em Wesley, ou, quem sabe em Moody, e por mais que nos espelhemos na vida e pregação de Jonathan Edwards, se algum desavisado fosse “cutucar” a vida dele, certamente também encontraria algo. Sim, Gunnar Vingren, até na vida de Gunnar Vingren, se cutucassem, iriram achar alguma falha.
            A própria Bíblia diz que Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós ( Tg 5:17), sim,  até o modelo dos profetas, que nem pela morte passou, simbolizando os salvos que serão arrebatados vivos, também teve seus momentos de humanidade.
            Esta verdade nos ensina que, ninguém pode se ufanar, tentando diminuir a importância,por exemplo, dos reformadores,na História da Igreja. Eles jamais advogaram para si o grau de “sua santidade”, ao contrário, o que eles fizeram, e de forma acertada, foi elevar a importância da graça de Deus, da fé e das Sagradas Escrituras.
            Nos ensina, também, que, embora eles, os heróis da fé canônicos e pós canônicos, tivessem sido sujeitos às falhas, contudo, não viveram na prática delas, assim como os personagens da Bíblia. Sim, pecaram por acidente e não por prática, estavam, ainda, sujeitos à tentação do pecado, mas não eram escravos do pecado, como deve ser com qualquer cristão, que nasceu de novo em Cristo Jesus. A biografia deles nos mostra isso, ou seja, embora, eles tivessem tido falhas pontuais, todavia, a prática de vida era de busca a Deus e à pregação do Evangelho, com incríveis experiências, muitas delas sobrenaturais.
            Enfim, nos ensina que, o modelo pleno, em quem estes ilustres homens de Deus se espelharam de forma absoluta, foi o nosso Senhor Jesus Cristo; Ele jamais pecou e nunca se achou engano na sua boca ( I Pe 2:22); Ele, em tudo foi tentado, mais sem pecado ( Hb 4:15). Sim, só Jesus teve estas qualidades, segundo a Bíblia Sagrada. Todo herói da fé tem em Jesus o se Herói Mor!
            Portanto, o segredo para compreendermos o sentido de “Heróis da Fé”, não está na palavra “ Heróis”, mas sim, na palavra “ Fé”, não a que eles tiveram neles mesmos, mas em Deus, na sua graça, no seu amor, e na sua soberana vontade!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva


             

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

15 MIL ACESSOS



            Que Bênção, o blog chegou a 15 mil acessos. Sei que para alguns não é tanto, mas, cada pessoa que acessa é preciosa! Fico feliz pelo fato de que, existem pessoas do Brasil e de outros países também, especialmente os Estados Unidos. Também considero o número uma bênção, pelo fato de que eu não tenho postado tantos textos ultimamente.
            Toda honra e glória sejam dados ao Deus Pai, Filho e Espírito Santo!


Soli Deo Glória!

Deus nos abençoe!


Pr. Cláudio César Laurindo da Silva 

JESUS, DEUS QUE SE FEZ HOMEM

Jesus é Deus que se fez homem,para aproximar o homem de Deus. É por isso que você pode ir direto a Jesus para chegar até Deus e/ou ir direto a Deus, por meio e em nome de Jesus, pois Ele, como Deus – homem , pode levar o homem até Deus, e trazer Deus ao homem. Isso perfeito e completo!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva

terça-feira, 7 de novembro de 2017

O CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO COMUNISTA NA RÚSSIA




            Hoje, 07 de novembro ( 25 de outubro do calendário antigo Russo) é comemorado o centenário da Revolução Comunista Russa, mais fora da Rússia, hoje, do que dentro. O Presidente Vladimir Putin, interessado na Rússia Unida ( nome de seu partido), não quer divisões e guerras sobre o assunto, embora, ideologicamente ainda afirme admirar os ideais comunistas e ainda guardar o seu Manifesto Comunista. Não se esqueça que Vladimir era membro da KGB no período da União Soviética. Contudo, hoje, ele afirma ser um crítico de Lênin, principalmente quanto à forma pela qual  o implantador  da ditadura do proletariado ou comunismo científico a implantou. O massacre à família de Nicocau II, executado por Lênin é citado. Fato é que existe um atual Partido Comunista na Rússia e é oposição ao partido de Vladimir Putin.
            A verdade é que, não houve comemoração oficial por parte do Governo Putin, mas oficiosa. Este assunto divide, hoje, a opinião dos Russos. Os admiradores de Lênin e Stalin é que vão reverenciá-los ou “cultuá-los”.
            A Revolução Russa significou a implantação, na prática, dos ideais marxistas no planeta. A guerra dos bolcheviques, comandada por Lênin, expulsando, por meio da luta armada, a “burguesia”, fez implantar o comunismo científico.
            Mas será que há mesmo o que comemorar? Este sistema de governo foi a resposta que o mundo queria para uma sociedade mais justa? Certamente a resposta é NÃO!
            Houve uma matança sangrenta, primeiro ordenado por Lênin, que piorou ainda mais no período de Stalin, quando, na prática, os valores democráticos foram praticamente expulsos da Rússia e, os moradores eram obrigados a se locomoverem para onde agradasse o governo e, quem discordasse era sumariamente executado. A Expansão do sistema comunista Russo, que acabou gerando a União Soviética, foi, também, a preço de muito sangue.
            A União Soviética inspirou a implantação do sistema comunista em outros países, principalmente após a 2ª guerra mundial. China, Coréia do Norte e Alemanha oriental tornaram-se comunistas. Era uma forma de expansão do sistema comunista no planeta, contando com o apoio da União Soviética. Do outro lado estavam os Estados Unidos da América tentando deter este avanço. Esta bipolarização acentuou-se após a 2ª guerra mundial. Na América Latina, dois personagens foram protagonistas desta propagação comunista, através da luta armada e revolução de classes: Fidel Castro e Che Guevara.
            É válido lembrar que, em todos os casos, houve uma sangrenta guerra e implantação de ditadura, inclusive com perseguição religiosa. Na China, por exemplo, Mao Tse Tung foi um cruel ditador e perseguidor, principalmente de pastores e padres contrários ao sistema comunista. O Livro, A Igreja na China, nos conta como foi a perseguição religiosa lá. Um pastor teve que cavar a sua própria sepultura e o de sua família. Che Guevara foi um cruel assassino, em nome de sua “guerra do proletariado contra a burguesia”.
            No Brasil, houve sim,  uma tentativa real da implantação deste sistema. Pegaram em armas sim. A idéia era transformar sim o Brasil numa Cuba. Vi a entrevista de alguns deles que, hoje afirmam terem feito e não fariam de novo. Fato é que, embora o Brasil não tenha se tornado um país oficialmente comunista, contudo, a ideologia ficou de forma muito forte e ainda é ensinada nas escolas, principalmente pela ideologia Freireana. A área de humanas está, há décadas romantizando a Revolução Russa, a implantação do comunismo na China, na Coréia do Norte, em Cuba, e na Venezuela.
            O rasgar da cortina de Ferro da União Soviética, que fez com que ela se dissolvesse e a queda do muro de Berlim, ocorridos no final de 80 e início de 90, foi um tapa na cara destes defensores românticos, mas que queriam ( e ainda querem) um regime nada romântico para nós.
            O Comunismo não deu certo. Para se sustentar, a China, na verdade, tem de comunista o sistema anti democrático, porque economicamente, ela se porta como um sistema capitalista, de mercado externo, e tem lá uma elite burguesa! A Coréia do Norte é um sistema que assusta o planeta, um sistema anti democrático, que não permite nem aos seus moradores terem contato com o resto do mundo. A crise cubana foi conhecida por todos. A Venezuela... nem se fala! Está em calamidades!
            Bom, alguém poderia dizer: “Mas o Brasil, como está”. Bom, minha primeira resposta é que, o PT ficou 13 anos no poder. Era e é um partido de esquerda, com ideologias marxistas. Precisa falar mais alguma coisa? Não implantaram uma ditadura aqui porque o nosso sistema é mais complexo. Em segundo lugar, o preço da falta de liberdade e do sangue derramado por estes países me fazem ter a certeza de que o comunismo não vale a pena.
            Concluo afirmando que, o comunismo científico e a luta armada não está em alta, ( a não ser por alguns esquerdopatas saudosistas ), contudo, o pensamento comunista não morreu,pelo contrário, está em alta no mundo. É o chamado comunismo, ou socialismo cultural ou ideológico. Está penetrando na Europa e, acreditem ganhando cada vez mais força nos Estados Unidos. No Brasil, a elite cultural e artística a divulga. Gente da educação, da imprensa, das artes, empresários, e por aí vai. Eu chamo de comunismo burguês ( o antagonismo é proposital). Essa turma elogia o comunismo, mas não quer tirar férias na Coréia do Norte ou Venezuela. Vão é para os Estados Unidos mesmo!
            Os partidos de esquerda no Brasil estão em alta. Defendem Marx, Lênin, Stalin, Che Guevara, Mao Tse Tung, Hugo Chaves, Maduro, e depois ficam falando em democracia. Essa nova tendência do comunismo cultural defende a destruição dos valores tradicionais da família e da sociedade.
            Bom, creio que, na verdade, esta Revolução Comunista de 1917 deve ser lembrada para nós aqui no Brasil, somente para uma coisa: para que ela nunca aconteça por aqui!
É o que, democraticamente penso!

Cláudio César Laurindo da Silva.  


sábado, 7 de outubro de 2017

ACERCA DA MATÉRIA DA VEJA SOBRE: “ ESSA GENTE INCÔMODA”



         Há uma matéria publicada pela Veja, que está causando incômodo nos evangélicos, justamente pelo fato de que nos adjetiva como “ essa gente incômoda”. Tive acesso  à matéria, que foi escrita pelo jornalista  J.R. Guzzo, e isso por mais deu uma fonte.
            Para ser sincero, procurei, em princípio, ser imparcial, colocar-me na posição do jornalista, para tentar entender o que ele estava tentando dizer, com aquelas palavras tão fortes, como nunca vi ninguém adjetivar nenhuma religião neste país. Imagino se estas mesmas palavras fossem endereçadas a uma religião afro brasileira, ou à Igreja Romana, seria, com certeza, destaque em TV e em outros jornais e revistas. Daí eu tentar entender o que ele estava tentando dizer. Ora, o fato de não ter incomodado a ninguém, senão só aos evangélicos, de certa forma, confirmou que este preconceito citado no texto, de fato exista contra nós,
            Sabe, foi dessa maneira que tentei interpretar, no início esta matéria, ou seja, imaginei o autor se colocando no lugar da “elite pensante, mais civilizada, as mais altas,  os mais esclarecidos” e que, segundo o autor, compõem, em sua maioria, a elite rica, e esquerda nacional. Eu particularmente chamo de “burguesia marxista”, e o pejorativo é proposital. Ou seja, tentei imaginar o autor interpretando, o que essa gente que domina culturalmente o Brasil, pensa acerca dos evangélicos.
            Só que, a medida que o texto vai tendo a sua continuidade, comecei a perceber que, este autor, de certa maneira, também se inclui nesta “elite”, nessa “gente do bem”. Ou seja, para esse autor, a fé evangélica também é incômoda. Antes de mais nada, todos sabem que, em qualquer setor da sociedade existem os maus e os bons exemplos, e nem por isso iremos manchar o todo por causa dos maus exemplos. Não desejo encobertar os maus exemplos, sei que existem joios no meio do trigo, agora, para quem leu o texto, percebeu-se, claramente, um enorme preconceito conceitual e de causa.
            Houve, de forma muito infeliz, uma contraposição entre o que ele chamou de “gente bem”, em detrimento dos evangélicos, que ele adjetivou como “moreno”, “brasileiro”, e que é “visto com crescente horror”, pela elite “esclarecida, politizada, cultural”, dentre outras coisas. Em outras palavras, os evangélicos, em geral, não tem essas qualidades. Mais infeliz foi afirmar que somos vistos com antipatia e irritação, e que somos um “problema sem solução”.
            Percebi, claramente, que além do autor do texto não ter conhecimento prático e real sobre os evangélicos, ele foi preconceituoso ao colocar, praticamente todos no mesmo barco, ou seja, para ele “ o joio é tanto, que nem dá para enxergar o trigo”, querendo dizer que, na sua quase totalidade, as igrejas são formadas por líderes charlatões, que exploram a fé alheia. Chegou a sugerir ( não sei se ironicamente), a possibilidade de um controle por parte da OAB, CNBB e Direitos Humanos, acerca da existência das igrejas. Isso foi ridículo, pois o Brasil, além de um país laico, tem liberdade de culto. A frase do texto que diz: “ É um desapontamento, sem dúvida – e as cabeças corretas deste país, ficam impacientes com a frustração de ver os cultos evangélicos crescendo”, fala por si só.
            Foi infeliz ao comparar Nova Iorque com Brasil, dizendo que lá, os teatros estão cheios e não há preconceitos, em comparação com os templos no Brasil.
            Bom, quanto ao fato de chamar de “moreno” e “brasileiro”, a grande maioria dos evangélicos, embora creio que o propósito tenha sido o de expressar o que a “elite cultural esquerdista” pensa sobre nós, na verdade, isso só vem a significar que estamos presentes na grande maioria da população, o que não é nenhum problema para nós. Agora, comparar-nos com a “gente bem”, ou seja nos excluindo disso, foi um preconceito sem tamanho. Já que gostam de usar, estes termos, chegou ao limite do “evangelicofóbico”, de seletismo, de sujeição á perseguição!
            Quanto ao fato de comparar com a cultura de Nova Iorque e os países mais desenvolvidos, talvez esse autor não saiba que, a cultura norte americana tem uma fortíssima influência evangélica na sua história. Até as decisões políticas tiveram influência nas igrejas evangélicas, onde tomavam as suas principais decisões nas Assembléias das igrejas. Sim, a América do Norte foi colonizada por 13 colônias de evangélicos, os puritanos e Quakers. Muitas das crianças norte americanas, no início da colonização de povoamento, aprenderam a ler com a Bíblia. Quase a totalidade dos Presidentes dos Estados Unidos foram de origem Protestante. O fundador da maior Universidade do mundo, a Harvard, foi o pastor da Igreja Congregacional John Harvard, os maiores cantores da música norte americana, vieram das igrejas evangélicas norte americanas, dentre eles Elvis Presley, que foi batizado na Assembléia de Deus norte americana. O Protestantismo na Europa proporcionou um enorme desenvolvimento cultural, filosófico e econômico, em detrimento do medievalismo que ainda dominava a cultura da igreja romana medieval, vide Inglaterra, Alemanha, Suíça e Holanda, que aderiram á Reforma.
            Enfim, concluo que, o próprio entendimento deste jornalista, com relação aos evangélicos no Brasil, é equivocado, como o é de grande parte da “elite cultural” deste páis. Sim, somos o povo “moreno”, “brasileiro”, e com muito orgulho, sim, temos agricultores, pedreiros, carpinteiros, faxineiros, lixeiros, dentre tantos outros profissionais, com muito orgulho. Temos gente que não teve condições de estudar. Contudo, temos muitos,e cada vez mais, professores, advogados, juízes, médicos, enfermeiros, militares ( praças e oficiais), escritores, esteticistas, contadores, atletas, jornalistas, músicos, artistas, políticos, dentre tantas outras áreas que poderiam ser citadas. Somos brasileiros, presentes em todos os setores da sociedade. Pagamos nossos impostos, temos sido canais de Deus para a recuperação de milhões de pessoas, que tem saído das drogas, dentre outros vícios; temos pregado que o cidadão deve cumprir com seus deveres de cidadão. Temos visto várias famílias serem abençoadas.
            O que será que incomoda tanto? Serão os valores absolutos da sociedade, dos quais nós não abrimos mão? Tais como, Deus, família e pátria? Será porque não concordamos com o aborto? Será porque não concordamos com a destruição moral das nossas crianças? E o pior para eles, nós somos, na grande maioria, praticantes, ou seja, não somos “meio evangélicos”; não pertencemos a mais de uma religião, como a maioria dos brasileiros. 
            Numa coisa este autor acertou, somos a religião que mais cresce no Brasil, e, com certeza já estamos numa proporção maior do que a teoria tem mostrado nas pesquisas. É só observar a influência da cultura evangélica no país. Se o fato de ser o que somos, incomoda, tenho a notícia de que, então vamos continuar “ incomodando”, não porque queremos, mas porque não vamos negar a nossa fé! Se existem falsas igrejas e falsos líderes, eles vão dar contas a Deus. Jamais fomos coniventes  com falsos pastores. A grande maioria dos evangélicos é composta por igrejas sérias, pastores humildes, que vivem no meio do seu rebanho.
            Tenho muito orgulho de pertencer a uma família de evangélicos ( não somos nem melhores e nem piores do que ninguém). Também tenho muito orgulho de ter vários pastores. Já convivi com algum tipo de preconceito de opinião, neste país que ainda não está sabendo conviver com a realidade de que, evangélicos aqui, já não são os “de fora” querendo “mudar a cultura”. Não, na verdade, já somos cultura também neste país! Se isso incomoda ou não, é um fato! De qualquer maneira, quero dizer a esta elite, que tenha um pouco de paciência, pois estamos aqui de passagem. Breve Cristo virá arrebatar a Sua Igreja. Melhor se eles entregarem suas vidas a Jesus enquanto há tempo, pois não existem privilegiados. Jesus ama a todos.
Que Deus nos abençoe!


Por: Cláudio César Laurindo da Silva ( Pastor Evangélico da Assembléia de Deus, gente incômoda). 

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O PROCESSO DE ADORAÇÃO NA HUMANIDADE


            Embora, a ordem “evolutiva” do processo de adoração de povos e tribos apresentada pela sociologia e História das religiões seja o inverso do que a Bíblia apresenta, todavia, ela nos mostra aspectos muito interessantes. Pesquisas nesta área, dizem que o processo de adoração começou no animismo, desenvolvendo para o politeísmo, depois henoteísmo, até que chegou ao monoteísmo, por fim, monoteísmo ético. Claro que, segundo a Bíblia, o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, portanto, já foi criado com a revelação do monoteísmo, porém, foi a entrada do pecado no mundo que separou-o da comunhão com o Eterno. Esse distanciamento dos povos, de Deus, foi que fez com que a humanidade procurasse respostas que dessem sentido à adoração, que está inerente em cada indivíduo.
            De fato, o animismo mostrou-se como uma das mais antigas formas de culto e adoração na História da humanidade. Ele atribui ao cosmos, à natureza, e a todo ser vivo, essência espiritual, ou  “ânima”, capaz de ser venerada ou adorada. Daí a adoração à natureza e aos seres vivos, bem como aos astros. Essa forma de adoração ainda é presente em muitas religiões.
            O  politeísmo era uma prática comum nos reinos e impérios da idade antiga. Povos cananeus, filisteus, império egípcio, assírio, babilônico, tinham tais práticas religiosas. O politeísmo constitui na crença de vários deuses e o culto a eles. Normalmente eram adorados através de imagens de escultura, feitas de pedras, ou madeiras, ou metais, como ouro ou prata. Poderiam ter a imagem de seres humanos ou animais, ou a mistura de ambos. Deus proibiu veementemente aos israelitas construírem tais imagens e prestarem culto a elas. Ex 20: 4 ; Dt 5:8.
É valido lembrar que, as imagens construídas pelos judeus, tanto no propiciatório e na Arca, como a serpente de bronze, nada tem a ver com a prática da idolatria politeísta. Nestes casos, não se viam os judeus se prostrando, nem fazendo orações, clamores, promessas, ou atribuindo, nem à Arca e nem ao propiciatório as bênçãos alcançadas. Não se ouvia: “ Ó propiciatório, interceda por mim”, ou “ propiciatório santíssimo, clamo a ti”. Não. A Arca era, tão somente, uma representação da glória de Deus, e o propiciatório, a sua cobertura. Portanto, não eram representações simbólicas de criaturas. Não se orava, nem à Arca e nem ao propiciatório. Portanto, querer justificar preces, orações, mediações e intercessões às imagens de escultura, usando estes textos como exemplo, afirmando que não se pratica idolatria, é um argumento antigo e frágil! Não subsiste a mais simples análise verdadeiramente teológica! Deus não autoriza tal ato, mesmo que seja de pessoas que tenham sido verdadeiramente cristãs no passado!  
            O henoteísmo significava que, embora cria-se que existe um deus superior, ou na teoria, exista um único deus, todavia, admitia-se a existência ou a importância de deuses inferiores,ou imediatos, que estivessem mais “próximos”, ou ainda que, dentre os vários deuses, existia um que fosse maior do que os outros. Os gnósticos eram adeptos destas crenças. Os gregos, na prática, admitiam tais práticas, pois, mesmo que chamassem a Zeus de o deus maior, contudo, eles tinham outros deuses intermediários, que cuidavam de assuntos mais próximos, como por exemplo, hades, deus do submundo, cronos deus o tempo, da agricultura, poseidom deus dos mares e oceanos, e por aí. Max Muller ao citar tal termo, chegou a afirmar a possibilidade de alguns ramos do monoteísmo, embora afirmarem crer em um único deus, todavia, estabelecerem deuses inferiores, para relações mais próximas e imediatas, mesmo que não queiram admitir, na teoria.
            Creio, particularmente que, quando um grupo religioso, mesmo que afirme crer em um único Deus, todavia evoca, crê, clama, pede a intermediação, e atribui a este intermediário, ou suposto intercessor, o mérito da bênção alcançada, na prática, está dando a estes intercessores, atributos divinos, mesmo que inferiores. A intercessão verdadeiramente bíblica, jamais irá fazer com que o irmão que será nosso intercessor vire motivo de nosso culto, oração e nem promessa; jamais atribuiremos a ele (a) o mérito da bênção alcançada.  Quando isso ocorre, na verdade, estamos praticando, não apenas uma idolatria, mas também, admitindo que, embora eu creia em um único Deus, contudo, existem “deuses” inferiores capazes de ouvirem minha oração ( mesmo em pensamentos), e atenderem ao meu pedido.
            A intercessão verdadeiramente bíblica é quando, meu irmão, junto comigo, clama a Deus e, jamais eu clamando, ou orando, ou cultuando ao meu irmão, ainda mais se este irmão já morreu, pois a Bíblia proíbe a consulta a mortos ( Dt 18:9-11). Sempre digo que, a desculpa  da unidade do corpo de Cristo não pode ser usada para justificar tal ato. Quem já partiu, completou a sua carreira com relação a este mundo, e está aguardando o dia da volta de Cristo e seu galardão ( Ap 6: 10,11 ; Ap 14:13 ; II TM 4: 6-8 ).
            O monoteísmo significa a crença na existência de um só Deus, e a adoração e o culto, e a oração feitas somente a Ele. Foi o judaísmo quem nos deu, de forma sistemática, o estabelecimento do monoteísmo. Desde Gênesis, este Deus único apresenta-se como criador de todas as coisas, relacionando-se com pessoas, tais como Adão, Abel, Enoque, Noé, Melquizedeque, até que se revela a Abrão, e, a partir dele, promete levantar um povo, que seria o seu povo na terra, em quem faria cumprir a gloriosa promessa de enviar o Salvador da humanidade. Sim, este é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
            Embora, este único Deus se manifeste, de forma inferente, de um modo pluralista, porém equipotencial e único no Antigo Testamento, contudo, é no Novo Testamento, que esta manifestação é revelada, sim de forma referente, através de Jesus Cristo, o Deus revelado. Sim, um único Deus, na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Não são três deuses, pois senão seria politeísmo; não é um Deus maior e um deus menor, pois senão seria henoteismo. Cremos em um único Deus, em natureza e substância, porém na pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sim, somos monoteístas!
            Esse único Deus intervém, age, interage, ama, julga, galardoa e condena, ou seja, isso é um monoteísmo ético. Um Deus que não apenas criou e abandonou, pois não é Deísmo. É Teismo, Monoteísmo ético.
            Somente a Deus eu presto o meu culto, faço minhas orações, me prostro, adoro, me consagro, chamo de digno de louvor, ofereço minha latréia, o meu proskúneo, a minha dulia litúrgica. O Pai ouve a minha oração, feita em nome, na mediação e intercessão de Jesus, e, mesmo eu não sabendo como devo pedir, o Espírito Santo intercede por mim, com gemidos inexprimíveis ( Dt 6:4 ; Mt 4: 10 ; I Tm 2:5 ; Hb 7:25 ; Rm 8: 26 ). Isso para mim é suficiente na revelação do culto, da adoração e da fé cristã! Isso é Cristianismo bíblico!



Pr. Cláudio César Laurindo da Silva 

sábado, 30 de setembro de 2017

O SINCRETISMO RELIGIOSO NO BRASIL




O sincretismo religioso existente no Brasil é um fato incontestável, tanto para sociólogos e historiadores, como para líderes religiosos que fizerem uma análise isenta de subjetivismos. O principal e mais antigo deles, que perdura por séculos, é o sincretismo popular entre o catolicismo e as chamadas religiões de origem afro, como a umbanda e o candomblé. Percebam que a expressão aqui usada é sincretismo popular, pois, é claro, ela não é, nem oficial e nem teológico/doutrinária, por parte da Igreja Romana. Ou seja, esse sincretismo é coisa do povão mesmo.
O processo de “catolicização” de africanos que chegaram ao Brasil, no período de colonização, exerceu influência neste sincretismo. Alguns santos da Igreja Católica receberam outros nomes por parte das religiões afro, sendo anexadas às suas próprias divindades, ou entidades, e, até hoje são cultuados no mesmo dia. Quero deixar claro que, respeito ambas as religiões, estou apenas fazendo um registro que não tem como ser negado.
Devo ter a honestidade de afirmar que, tal sincretismo perturba, há anos, muitos líderes católicos, que tentam deixar claro que “ uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa”. Por outro lado, devo ter a coragem de afirmar que, existem outros líderes católicos que não vêem mal algum neste sincretismo “ ecumênico”, principalmente os da Bahia. Já vi reportagens em que padres puxam a gaveta onde estava seus santos, e lá foram vistos pipocas, como uma demonstração clara e consciente desse sincretismo ecumênico.
Um desses sincretismos é o do dia de Cosme e Damião. Sabemos que eles foram  cristãos da Egéia, na Arábia, médicos que praticavam a caridade e que foram martirizados por não negarem a sua fé e não se curvarem à imagem do Imperador Diocleciano, entre os séculos 3 e 4 d.C.
No século IX a igreja romana os canonizou, oficializando a veneração e o culto aos gêmeos. O sincretismo dos santos gêmeos com a macumba e o candomblé deu-se no Brasil, muitos séculos depois, quando estes santos foram chamados, pelas religiões afro, de ibejis ( entidades gêmeas). A data oficial até 1969 era 27 de setembro, até que a igreja romana estabeceu o dia 26 de setembro como o dia do rito ordinário e o dia 27 de setembro como o dia do rito extraordinário. Porém, na prática , muitos dos católicos, como também das religiões afro comemoram no dia 27, quando doces e comidas são distribuídas, embora este seja, também, oficialmente, o dia de São Vicente de Paulo, para os católicos.
Outro sincretismo é observado na comemoração do  dia de São Jorge, que foi um cristão, soldado romano que se converteu ao Cristianismo na segunda metade do terceiro século e foi martirizado no início do 4º século, no período do Imperador Diocleciano. A partir do período de Constantino, com o fim da perseguição à Igreja, mas com a aproximação entre a Igreja e o estado romano, Jorge passou a ser uma figura venerada entre os cristãos, onde elementos históricos se fundiram com místicos e míticos em torno de sua pessoa. Na umbanda e candomblé, são Jorge é chamado de ogum, um deus guerreiro. Como o dia 23 de abril é o dia da comemoração entre os católicos, esse dia também foi celebrado pelas religiões afro. No período da colonização, eles fingiam estar cultuando a são Jorge, mas, na verdade, estavam cultuando a ogum, só que, com o tempo, esse sincretismo popularizou-se, a ponto de, na cultura popular de muitos católicos não praticantes e dos fiéis da umbanda e candomblé, ogum e são Jorge são a mesma pessoa, ou entidade, ou santo. Muitos fogos que são soltos durante toda a madrugada, podem estar vindo, ou de terreiros ou de católicos. Claro, repito que a igreja romana procura mostrar que, são Jorge não tem nenhuma relação com ogum, todavia, o sincretismo a que me refiro é popular e muito forte no Brasil, e envolve milhões de pessoas.
            Outra manifestação de sincretismo é observada no culto dos católicos à santa Bárbara, uma cristã que foi martirizada no período do imperador Maximiano (311 d.C.). Conta-se que dentre os seus torturadores estava o seu pai, Dióscoro, que não aceitava a fé cristã da filha. Ao ser decapitada pelo próprio pai e pelos habitantes da cidade, raios e trovões foram vistos, que atingiu o seu pai. Daí a relação de santa Bárbara com os raios e trovões.
            Com o passar do tempo, Bárbara passou a ser venerada e cultuada pela igreja romana. No sincretismo brasileiro, Bárbara é  identificada com iansã, deusa dos raios e trovões das religiões afro. Essa era a maneira que os adeptos da umbanda e candomblé fingiam que estavam cultuando à santa Bárbara, mas estavam evocando suas divindades. Com o tempo, ocorreu o mesmo que aconteceu com relação aos outros santos católicos e às entidades afros, ou seja, passaram a ser cultuados no mesmo dia. Novamente afirmo: para a igreja romana, trata-se de cultos diferentes, porém, tanto para as religiões afro, como, para grande parte dos brasileiros, que incluem católicos nominais e adeptos da umbanda e candomblé, trata-se do mesmo culto. Isso, de fato é sincretismo religioso.
            Os cristãos evangélicos, embora reconheçam o valor histórico e o exemplo destes nobres cristãos que foram martirizados por sua fé em Jesus, no período da perseguição feita pelo Império romano, todavia, não costumamos fazer imagens de escultura em nossos cultos, e nem prestarmos veneração ou culto a ninguém, que não seja o próprio Deus. Respeitamos a fé de todos, porém nos damos ao direito de entender que, quem já partiu deste mundo, não pode ouvir nossas orações, ainda mais quando feitas em pensamentos. Só Deus ouve as nossas orações e elas devem ser feitas diretamente a Ele, em nome, na mediação e intercessão de Jesus Cristo. Entendemos que, segundo a Bíblia, a intercessão de um irmão é ele orar, comigo a Deus e não eu orar ao meu irmão e depois eu dizer: “ eu orei/rezei ao irmão tal e ele me concedeu tal graça”, e, depois, pagar promessa a ele. Não, definitivamente não. Isso é idolatria. A minha oração deve ser dirigida diretamente a Deus.
            A Bíblia diz que não devemos nos curvar ou cultuar imagens de escultura, mesmo que de forma simbólica – Ex 20: 4. Manda, também, nós fugirmos da idolatria – I Cor 10:14. Deus deve ser adorado em espírito e em verdade – Jo 4: 24. Dele procede toda bênção e dom – Tg 1:17. É Ele quem protege as nossas crianças, quem ordena aos ventos, trovões e mares, quem cura as nossas doenças, quem peleja as nossas guerras, sim, Ele é o Senhor dos exércitos.
            Cosme e Damião, Jorge, Bárbara, morreram contra a idolatria, confiando em Deus. Certamente eles não aprovariam ver as suas imagens sendo cultuadas e orações feitas a eles. Jesus Cristo, o nosso Senhor, afirmou que devemos orar ao Pai, no nome Dele – Jo 14:13 ; Jo 16:23. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, disse que, ainda contamos com a gloriosa intercessão do Espírito Santo – Rm 8: 26.
            Vá direto a Deus, em nome de Jesus e na intercessão do Espírito Santo e certamente você encontrará as respostas essenciais para a sua vida e a salvação eterna que só se encontra na pessoa e na obra redentora de Jesus Cristo. Entregue hoje mesmo a sua vida a Ele, confessando-o como único e suficiente Senhor e Salvador. Onde você está mesmo, Ele pode ouvir você, pois só Deus penetra os pensamentos do ser humano. Esse é o verdadeiro Cristianismo pregado no primeiro século da Igreja e registrado, como fonte canônica e histórica para toda a Igreja de Cristo. O Cristianismo deve ser puro e cristalino, como é a Palavra de Deus.

Deus te abençoe!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva.





quinta-feira, 21 de setembro de 2017

ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS, SÓ DEUS POSSUI




            A Bíblia Sagrada apresenta dois tipos de atributos inerentes em Deus, que a Teologia Própria identifica como, atributos comunicáveis e incomunicáveis. Os atributos comunicáveis são aqueles que Deus possui, contudo, comunica aos seres criados, especificamente ao ser humano, embora só Deus os possuía de maneira perfeita e completa. Já os atributos incomunicáveis, só Deus os possui. É o que faz a diferença entre o eterno e o temporal; entre Criador e criatura; entre o oleiro e o vaso; entre o ourives e o ouro.
            Atributos como, por exemplo, onisciência, onipresença e onipotência, só pertencem a Deus. Daí podemos tirar algumas conclusões práticas, mas não menos profundas.
            Só Deus, por exemplo, possui a onisciência, ou seja, tem todo o conhecimento, sabe tudo, em todo o tempo, sabe o que está na mente e no coração do ser humano, lê os pensamentos e intenções. O salmista disse: “ sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces” Sl 139:4.  Nenhum ser criado, nem no mundo físico e nem no espiritual, penetra nesta profundidade. Só Deus consegue ouvir os pensamentos, escutar as orações que não se falam com a boca, mas com a mente e o espírito. Só o Espírito Santo leva até o Pai, aquilo que ninguém escutou, além de Deus.
            Dessa forma, com todo respeito, mas com coragem, afirmo que, preces que se fazem, em toda parte do planeta, principalmente com a mente, a outros intercessores, por mais piedosos que tenham sido aqui, não podem ser por eles ouvidos. Se alguém, por exemplo, fizer uma prece a alguém, que não seja a Deus, em pensamento, pedindo que este, ou esta, leve esta prece até Ele, eu diria,com todo o respeito, que deverá ser justamente o contrário,ou seja, se alguém fizer uma prece com o pensamento, antes deste intercessor ou intercessora tomar conhecimento ( se pudesse), o primeiro a saber seria o onisciente Deus, e, este intercessor(a) saberia somente depois ou por meio Deus. Quem questionar este argumento, estará questionando o fato de que, onisciência pertence somente a Deus!
            Creio que, o argumento de que, a unidade da Igreja no mundo espiritual, pode ser usada para justificar que um intercessor (a) pode ouvir a prece que se faça em pensamento, não é válida, pois, a unidade da igreja, no mundo espiritual, não dá à Igreja as característitcas e/ou os atributos que pertencem somente a Deus. A Igreja está unida entre si e ao cabeça, mas jamais ela será cabeça. Ela é corpo. Jesus é Deus, co-eterno com o Pai, e atributos incomunicáveis pertencem somente ao Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
            Vale lembrar que, intercessão no mundo cristão bíblico, entre irmãos, diz respeito ao fato de que, eu posso pedir a um irmão meu na fé, que ore por mim e comigo a Deus. Isso é uma relação equipotencial, ou seja, eu não oro ao meu irmão, eu oro a Deus junto com o meu irmão. Isso é valido entre vivos. Os irmãos que já partiram, segundo a Bíblia, não ouvem minhas orações. A Palavra de Deus diz que não devemos consultar os mortos – Dt 18:11. A passagem dos mortos diante do trono de Deus que clamavam a Ele, não pode ser usado como argumento para justificar comunicação de vivos com mortos, e nem que eles possam estar ouvindo o que se passa na terra, pois, o que se passa ali, é do céu, para o céu. Eles estão no céu e clamam a Deus. Aliás, clamam por eles, pois o versículo diz: “até quando, ó soberano, santo e verdadeiro, não julgas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra” Ap 6:10. Vejam, eles clamam por eles: “ não vingas o NOSSO sangue...”. Depois disso, o que é dado a eles, são compridas vestes brancas e lhes é dito para repousassem, até que se completasse o número de seus irmãos. Ap 6:11.
            Sim, o sentido ali é o de que, o ministério deles na terra havia se encerrado e eles deveriam repousar ( claro, com relação às obras na terra). Ap 14: 13 diz a mesma coisa: “ Bem aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor, sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham.” É por isso que o Apóstolo Paulo, quando estava prestes a morrer, afirmou: “ quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a minha carreira e guardei a fé” II Tm 4: 6,7. E o que restaria depois a Paulo? Ele responde: “ Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz me dará naquele dia; e não somente a mim, mas a todos os que amarem a sua vinda”. O sentido aqui, é o de um veterano de guerra, que está encerrando a sua carreira. Sim, se os que partiram para a eternidade tivessem que ficar ouvindo os clamores, lamúrias e petições dos que ainda estão nesta terra, não seria descanso, seria preocupação!
            Vale lembrar, também que, a Bíblia apresenta somente a Jesus como aquele que, morreu pelos nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia e foi assunto ao céu. Disso, não há a menor dúvida disso. Estas verdades são apresentadas de forma clara e objetiva – At 1:3 ; I Cor 15: 3-8 ; At 1: 8-11. Ressurreição e assunção são coisas muito sérias, pois  geram uma doutrina. Deus não é Deus de confusão! Se qualquer outra pessoa no Novo testamento tivesse sido ressuscitada e tivesse ido assunto ao céu, certamente a Bíblia apresentaria, de forma clara e objetiva! João, o último apóstolo vivo, certamente teria narrado, de forma a não deixar qualquer dúvida. Até mesmo Paulo, pois a maior parte dos escritos são depois do ano 50 ou 60 d.C. Se Maria, por exemplo, que foi uma serva do Senhor, e exemplo para todas as cristãs no mundo. Mulher admirável e fiel ao Senhor, mãe de Jesus, segundo a natureza humana. Imaginemos que, ela tivesse, pelo menos, 20 anos a mais do que Jesus. Então, por volta do ano 60 depois do nascimento de Cristo, ela deveria ter, quase 80 anos, Analisando a data que João escreveu Apocalipse ( 90 d.C.), é fácil chegar á conclusão de que, ele, João, certamente teria sabido da assunção dela e um acontecimento tão significativo, não deixaria dupla interpretação ou dúvidas na comunidade cristã do primeiro século.Mesmo para aqueles que acham que tivesse menos de 20, todavia, isso só faria uma diferença de no máximo uns 5 anos. mesmo no período subapostólico,  a assunção de Maria, com mais de 100 anos, teria sido claramente registrada, ou, ainda assim, para os que acham que sua assunção tenha sido depois da morte, sem testemunhas oculares claras, creio que Deus não permitiria uma coisa tão importante não ter tido testemunhas visíveis para registrarem. Fato é que, sem forçar a barra, não houve quem tenha visto e testemunhado o momento exato da assunção. O que há, sim, são testemunhos de visões que tenham recebido, tempos depois. Isso é tanto verdade que, esta doutrina só foi oficializada pela igreja romana em 1950. Antes disso, não era um dogma, nem crença oficial! Minha intenção não é ofender os que crêem na assunção de Maria, pois, tenho o direito de falar nela também, afinal, ela foi minha irmã em Cristo aqui na terra, aquela que nos abençoou, sendo canal de Deus para o nascimento de Cristo, contudo, é temerário afirmar algo que, a maior tradição de todas, que é a original, a proto, que é a Igreja do primeiro século, não afirma, nas descrições das páginas do Novo Testamento. Por mais que afirmem que, através da tradição de outros séculos, alguns líderes tivessem crido, ou que digam que ela tenha aparecido a algumas pessoas, contudo, ainda assim é temerário afirmar algo que, quem poderia ter visto não viu e não relatou. Deus não deixaria algo tão forte passar desapercebido pelos apóstolos de Cristo e, se eles tivessem visto, certamente, teriam narrado nos textos Sagrados. Vale lembrar que, neste caso, os pseudepígrafos e os apócrifos são duvidosos quanto a isto!
            Enfim, o que pareceu ser uma volta grande no que eu propus inicialmente, na verdade foi um apanhado geral para lembrar que, se a Bíblia deixa claro que, somente Deus possui a onisciência, onipotência e onipresença, eu devo ir direto a Ele, em nome de Jesus e na intercessão do Espírito Santo. Isso não é arrogância, pelo contrário, é consideração e confiança em uma tão perfeita e completa obra executada por Cristo na cruz do calvário por nós. Sim, o véu do templo já se rasgou de alto a baixo e o meu acesso a Deus foi liberado por Jesus Cristo. A Bíblia diz: “ tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo caminho que Ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne e tendo um grande sumo sacerdote  sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, e inteira certeza de fé...” Hb 10: 19-21.
            Sim, não deixe que nada atrapalhe a sua relação direta com Deus. Ele é o nosso Deus. A nossa devoção é a Ele. O nosso culto é a Ele. A nossa oração é a Ele. A glória é Dele. Quem é digno é Ele. Isso é de noiva para noivo. De corpo para cabeça. De criatura para criador. De vaso para oleiro. Sim, você pode orar em pensamentos ou em alta voz. Ele ouve, sabe e responde. Deus não vai achar arrogância ir direto a Ele, pelo contrário, Ele enviou justamente o seu Filho unigênito para isso. Ore ao Pai, em nome do Filho e na intercessão gloriosa do Espírito Santo. Jesus disse que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade.
            Ao único Deus verdadeiro, Pai, Filho e Espírito Santo, seja a honra, a glória o louvor e a adoração. Sim ao Deus onisciente,onipresente e onipresente seja a nossa oração, em devoção, pedidos, mas também em adoração! Amém!



Pr. Cláudio César Laurindo da Silva. 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A REFORMA PROTESTANTE DIVIDIU SIM, MAS A HISTÓRIA



Quem entende o mínimo de História da Igreja, ou até mesmo de História secular, irá perceber que, a Reforma Protestante não objetivava dividir, mas sim restaurar a verdadeira Igreja aos seus princípios primitivos, à sua verdadeira tradição, a dos dias apostólicos, a da Igreja que nasceu em Jerusalém, não em Roma.
Fato é que este movimento não começou no século XVI, Sempre houve, na história da Igreja quem condenasse o constante e crescente processo de unificação do Cristianismo ao Império Romano, até que chegou ao nível de Igreja Imperial, sim, Estado romano religioso, ou, simplesmente, Igreja Romana. Os pré reformadores existiram e foram importantes no contexto da Reforma.
            As vendas de indulgências foram fato; a proibição da leitura da Bíblia foi fato; a “santa” inquisição foi fato; o crescente afastamento do modelo primitivo e simples de Cristianismo foi fato;
Na verdade, os reformadores nem tiveram opção, foram perseguidos, condenados, excomungados e muitos deles lançados na fogueira da “santa inquisição”. Sim, muitos milhares foram perseguidos e mortos, como conseqüência do Concílio de Toulouse, no séc XIII, que determinou a “santa inquisição” ou “Tribunal do Santo Ofício”. A “infalibilidade” do papa Gregório IX foi quem assinou.
A própria História secular confirma isso. Os Valdenses, os Hugenotes ( mais de 20 mil mortos na noite de “São Bartolomeu”, Os Collardos, Jerônimo de Praga, Savonarola,  John Hus, e  tantos outros milhares que foram sumariamente condenados pela “santa” inquisição e devidamente mortos, muitos queimados.
Não, eles não procuravam dividir, mas sim, serem canais de restauração, com todas as limitações e fraquezas. Sim, cometeram erros, pois, nenhum deles julgou-se infalível.  
Porém, se houve alguma coisa que eles dividiram, essa foi a História. Qualquer pesquisador sabe da importância e relevância da Reforma, não apenas no aspecto religioso, mas também no geográfico, cultural, social, político e, até econômico da Europa e, também do mundo, que estava mergulhado no monopólio clerical romano da Idade Média. A Alemanha, a Inglaterra, a Holanda, a Suíça, a Dinamarca, os Estados Unidos ( que foram colonizados por 13 colônia de Protestantes), dentre outros países, são a prova disso. A Reforma, junto com a queda de Constantinopla e a expansão comercial e marítima, desenharam a Idade Moderna.
Estes 500 anos não são para contender, mas sim para re-pensar, para respeitar, para lembrar que “o ganso” que foi assado em 1415, profetizou que o “cisne” não conseguiriam assar, o que ocorreu um século depois. Para lembrar que, o hino Castelo Forte foi cantado por grande parte da Europa, onde Lutero estava dizendo em sua letra que, mesmo que a fogueira também o “assasse” ele não temeria. Para lembrar que, podemos ir a Deus, em nome de Jesus, que a salvação é pela graça, mediante a fé em Cristo, para lembrar que as Escrituras são a regra de fé e conduta do cristão e que, a tradição só é válida, se não ferir suas doutrinas, que o fundamento da Igreja é Jesus Cristo, o seu fundador, para lembrar, como diz a Palavra de Deus, que Ele não divide a sua glória com outrem, nem com as imagens de escultura, como está escrito no livro de Isaías. Sim, para lembrar, dentro deste contexto, e sem querer deturpá-lo, as frases históricas da Reforma: Somente a graça, somente a fé, somente Cristo, somente as Escrituras, somente a Deus a glória.
            Enfim, se houve algo que a Reforma dividiu, essa foi a História. Isto é fato incontestável. Quanto à Igreja, a verdadeira, que nasceu em Jerusalém e sempre teve um remanescente fiel, a Reforma não a dividiu, ela ajudou no processo de retorno às suas verdadeiras origens bíblicas, mesmo com suas limitações e imperfeições.

“... como está escrito: mas o justo viverá pela fé” Rm 1:17

“ Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus...” Ef 2:8.

“ Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” I Cor 3:11.

“ Eu sou o Senhor, este é o meu nome, a minha glória a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” Is 42: 8.

“ Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penatra até a divisão da alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” Hb 4:12.

“ Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” II  Tm 2:5.

“ Portanto pode, também salvar perfeitamente os que, por Ele, se chegam a Deus, porquanto vive vive sempre para interceder por eles” Hb 7: 25

“ Do mesmo modo, também, o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos pedir como convém, mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” Rm 8: 26

“ Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne ... cheguemo-nos, pois, com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa” Hb 10: 19,20,22.




Pr. Cláudio César Laurindo da Silva. 

quinta-feira, 13 de julho de 2017

CUMPRA-SE O QUE ESTÁ ESCRITO




            A frase que está ecoando forte no ouvido de milhões de brasileiros, desde ontem é: “ninguém, por mais alto que seja o cargo, está acima da lei”, onde faz-se, na mesma, uma afirmação e confirmação, da lei escrita, principalmente a Lei máxima, ou Carta Magna do país, que é a sua Constituição.   
            Pois bem, se a lei humana de um povo, que está escrita e registrata, deve ser o parâmetro de conduta, e sua violação pode gerar uma condenação, que dirá a Lei divina, as Sagradas Escrituras, sim a Bíblia Sagrada, para os cristãos. Ela é o orientador doutrinário da Igreja, é a lâmpada que ilumina o seu caminhar, é o alimento que a sustenta, ela é viva e eficaz, penetra na divisão da alma e do espírito, o próprio Deus vela para que ela seja cumprida. Tais adjetivos são dados pela própria Escritura, sobre si mesma. Paulo afirma: “toda escritura é divinamente inspirada”. II Tm 3:16.
            Se, é verdade que, nenhum cidadão está acima da lei, é mais verdade ainda que, nenhum cristão está acima das Escrituras Sagradas e, nenhuma igreja que se julgue verdadeira, também estará acima dela. Foi Deus quem deu as Escrituras para a Igreja, usando seus servos para a escrevê-la, dentro do recorte temporal de aprox. 1450/1400 a.C. ( isso se levarmos em consideração a data incerta do livro de Jó, embora saibamos que ele era contemporâneo do período patriarcal, o que não significa, necessariamente que tenha sido escrita nesse período) a 90/96 d.C. e não a Igreja que deu as Escrituras, ou “autorizou-as”. O que houve, tanto com relação ao A.T. no ano 90 d.C. pelos rabinos, como o que houve no ano 397 d.C. com relação aos escritos do N.T. foi apenas um reconhecimento do que já era aceito e reconhecido pela Igreja desde o final do primeiro século.
            O diabo tanto sabe disso, que usou as próprias Escrituras Sagradas para tentar derrubar Jesus, quando dizia: “está escrito”, porém Jesus sabiamente respondia: “também está escrito”. Glória a Deus, que Jesus saiu vitorioso deste confronto, usando as Escrituras como arma espiritual!
            Sim, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo sempre estará, lendo, ouvindo e guardando os princípios da Palavra de Deus. Leia a Bíblia Sagrada, ela serve para você hoje. Nela você encontrará a Jesus Cristo, a fonte da salvação e da vida eterna.
            Quanto à inclusão ou acréscimo ao que está nela, vale lembrar que, Jesus não autorizou nenhuma “evolução doutrinária histórica”. A doutrina da Igreja está completa nas Escrituras, o que devemos fazer é como fazia a igreja primitiva, e que está registrado em Atos: “ e perseveravam na doutrina dos apóstolos...” At 2: 42. Sim, vale o que está escrito então ... “ cumpra-se o que está escrito”.

Deus nos abençoe!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva






segunda-feira, 3 de julho de 2017

INTERCESSÃO DE QUEM JÁ MORREU?




            Podem os cristãos que já morreram intercederem por nós? É correto os cristãos fazerem orações aos santos, pedindo sua intercessão? O que a Bíblia diz sobre isso? Será que a intercessão que os cristãos vivos fazem, um pelo outro, tem o mesmo sentido dessa intercessão de comunicação com os mortos?
            Bom,  é importante salientar que, mesmo que fosse possível, é, no mínimo, desnecessário, pois, se Deus enviou o seu único Filho, que nos garante acesso direto ao Pai, pela intercessão do Espírito Santo, então, não se trata de presunção, pois não são pelos nossos méritos, mas sim pelos méritos de Jesus.
            Em primeiro lugar, usar o argumento de que, se existe intercessão entre os cristãos vivos, então pode existir a intercessão entre os cristãos que vivem e os que partiram, é uma enorme forçação  de barra. A intercessão entre os cristãos vivos,consiste no fato de que, eu oro a Deus em favor do meu irmão, e ele também ora a Deus, por ele, e também por mim. A Bíblia diz: “orai uns pelos outros” Tg 5:16. Não significa que eu vou orar AO MEU IRMÃO, mas sim, ORAR A DEUS em favor do meu irmão. Ele tem acesso direto a Deus e eu também! Quando peço que, Raquel, minha esposa ore por mim, não significa que eu vou fazer oração à Raquel. Eu não vou me curvar à sua imagem, ou elevar meu pensamento a ela e dizer: “Oh Raquel, rogue por mim diante de Deus”! Não é isso. Eu oro a Deus, e ela ora a Deus. No Cristianismo bíblico, monoteísta, somente Deus é alvo das nossas orações e culto! Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses, pede aos irmãos de lá, TODOS, que rogassem a Deus por eles, para que a Palavra de Deus tivesse livre acesso ( I Tess 3:1). Esse rogar, foi no sentido de pedir com rogos, como em Romanos: “ Rogo-vos pois irmãos,pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos como um sacrifício, vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” Rm 12:1. Observe, Paulo não está fazendo uma oração no sentido litúrgico aos irmãos, mas sim fazendo um pedido com ênfase.
            O significado bíblico de santo, é amplo, e abrange a todos os que foram salvos em Cristo e lavados pelo Seu sangue. Paulo escrevendo aos Coríntios, uma igreja com dificuldades, que tinha em si, alguns irmãos que precisavam crescer espiritualmente, da seguinte maneira:  “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” I Cor 1: 2. Quando ele referiu-se aos cristãos de Roma, diz: “a todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados para serdes santos...” Rm 1: 7. No capítulo 16 da mesma carta, quando Paulo manda receber a irmã Febe, ele pede para recebê-la “ como convém aos santos” Rm 16:2. Em Efésios, exortando acerca da postura dos cristãos, Paulo diz: “mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos” Ef 5:3.
            Muitas outras passagens poderiam ser usadas, todavia, estas são suficientes para afirmar que, no contexto do Novo Testamento, a palavra santo, no seu sentido amplo, refere-se a todos os que foram lavados pelo sangue de Jesus, e fazem parte do Corpo de Cristo. Sim, cada cristão individualmente, é um santo e a Igreja, como corpo, é um povo santo – I Pe 2:9. Estamos em processo crescente de santificação, e devemos nos aprofundar a cada dia nisto. Sim, houve homens e mulheres que  desenvolveram um nível de comunhão mais íntimo com Deus, vivendo uma vida de maior santificação, mas, em nenhuma parte da Bíblia está escrito que deveríamos fazer preces a eles, e nem prestar-lhes culto. Com relação a João Batista, Jesus disse: “Em verdade vos  digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João , o Batista, mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele”. Quando o apóstolo João tentou curvar-se diante do anjo que lhe trouxe a mensagem, ele o advertiu, dizendo: “eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus” Ap 22: 9. Quanto mais santo, mais reconhece que não são seus méritos; quanto mais santo, mas vai dizer que o caminho é Cristo; quanto mais santo, mais irá dizer que, devemos orar é a Deus, e não aos homens!
            Em segundo lugar, não existe base bíblica para eu pedir a intercessão de um cristão que já morreu. A palavra de Deus proíbe, veementemente, a comunicação entre vivos e mortos. “ nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos” Deut 18:11. A Bíblia diz que: “ ...aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo” Hb 9:27.
            Na passagem do rico e do Lazaro, quando, depois que morreu, o rico pede para que  Lázaro fosse ao encontro dos parentes vivos, foi-lhe dito: “tem Moisés e os profetas, ouçam-nos”, referindo-se ao livro da lei e dos profetas.
            Os ímpios que morreram, estão, já no hades, esperando o dia do juízo final. Já os justos que morreram, diz a Bíblia, estão com Cristo, descansando das suas obras, que as acompanham, “ Ap 14:13. Paulo, já sabendo que estava prestes a partir, disse: “combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé; desde agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz me dará naquele dia; e não somente a mim, mas a todos os que amarem a sua vinda” II Tm 4: 7,8.
            Vocês acham mesmo que, Deus permitiria que estes homens, depois de  cumprirem as suas carreiras e estarem descansando de suas obras, se envolvessem com os problemas e desafios daqui deste mundo? Acham mesmo que teriam que resolver os problemas das pessoas? Isso não seria combater o bom combate e concluir a carreira; não seria descansar de suas obras.
            Outra questão, para que estes mortos atendessem as orações, teriam que ter a capacidade de ouvi-las. Imagine se, uma pessoa faça uma prece a um santo, daqui do Brasil, e outro na mesma hora, faça também uma prece da Europa, outro da África? Para que este santo ouça, ele precisa ter atributos que só Deus possui. A Absoluta imanência e transcedência só Deus possui. A onisciência, onipotência e onipresença, são atributos de Deus. Pedir que um santo sonde seu coração, cuide de sua mente e alma, chega a ser uma blasfêmia!        
            Terceiro, existem alguns argumentos que são usados, que não passam pelo crivo mais simples da interpretação bíblica. Por exemplo, o argumento de que, se existe a unidade do corpo de Cristo com o cabeça, então, os mortos podem ter contato com o mundo físico. Ora, a unidade do corpo, que é a Igreja, com Cristo, que é o cabeça, não significa que a Igreja terá os atributos incomunicáveis de Cristo; atributos estes que somente a divindade possui. Unidade com Cristo, não significa ser o que somente Ele é, mas sim, fazer o que, por Ele nos for delegado e permitido, sendo, na verdade, Ele quem faz e nós apenas somos canais. Acerca da divindade, gosto sempre de lembrar uma frase do Pr. Paulo Romero, que diz: “acerca da divindade, existem duas verdades. A primeira, há um só Deus. A segunda, você não é Ele.
            Outro texto mal interpretado, é afirmar que Jesus Cristo, ao dizer que é o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, não é Deus de mortos, mas de vivos, pode ser usado como base para orar e pedir intercessão dos mortos. A mais simples exegese do capítulo em questão ( Mt 22: 23-33), nos irá revelar que, em momento algum Jesus Cristo está afirmando que podemos fazer oração aos mortos e pedir deles favores.
            Lucas, no capítulo 20 e versículo 35, nos dá duas interpretações possíveis: “ mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro e a ressurreição dos mortos”.
            Ou seja, o texto em questão está falando acerca da ressurreição, tanto é que os saduceus, para tentarem provar a Jesus que não existe ressurreição, apresentam o argumento da lei  de Moisés, acerca da viúva que não tiver filhos poder se casar com o irmão do marido falecido, para gerar posteridade. Jesus responde que na ressurreição, não se casam nem se dão em casamento, mas serão como os anjos.
Daí Jesus conclui, afirmando que, se Abraão, Isaque e Jacó morreram e, se Deus é chamado de  Deus deles, então Deus não é Deus dos mortos, mas de vivos, reafirmando, tanto que haverá ressurreição, como, também que eles, enquanto não têm os seus corpos ressuscitados, estão no mundo vindouro, em vida, aguardando a ressurreição dos corpos. CONTUNDO, EM MOMENTO ALGUM JESUS AFIRMA QUE PODE HAVER COMUNICAÇÃO ENTRE VIVOS E MORTOS E NEM QUE PODEMOS FAZER ORAÇÕES ÀQUELES QUE JÁ MORRERAM. JESUS, APENAS AFIRMOU QUE ELES ESTÃO VIVOS! Até porque, a passagem do rico e do Lázaro, mostra bem que não haveria a possibilidade dele Lázaro), que estava no seio de Abraão, retornar e nem se comunicar com os que ainda não morreram.
Sendo sincero, o que tenho notado é que, estas orações feitas aos que já morreram, na prática, estão recheadas de petições e atributos que a Bíblia só concede a Deus. Expressões tais como: “cuidai dos meus caminhos, abra os meus caminhos, curai as minhas dores”. “aquele que me defende da tentação e do demônio”. “vele por mim, cortai todo o mal”. “me coloco sob a proteção do teu escudo”; “protegei-me e defendei-me, pois sou um pobre pecador” “apresentai-vos como meu medianeiro junto a Jesus” ( vale lembrar que, este santo está sendo elevado à função de mediador) ; “fazei recuar os meus inimigos que atentam contra a minha fé” ; “iluminai-me, guiai-me, fortalecei-me, defendei-me” ; “andarei vestidos com as armas de...” ( na verdade, a Bíblia nos orienta a andarmos revestidos com as armaduras de Deus, e não de santo algum, por mais que tenha sido um cristão fiel)
 Se alguém achar que isso é apenas pedir a intercessão de um irmão em Cristo que já partiu, junto a Deus ( mesmo que isso em si mesmo não tenha base bíblica), as palavras destas orações dizem ao contrário. O que, na verdade, está ocorrendo, é uma oração e um culto, com termos que a Bíblia só aplica a Deus.
Por fim, por mais que saibamos que, idolatria não é apenas cultuar imagens de escultura, pois o sentido de idolatria é muito amplo, contudo, qualquer pesquisador sincero sobre idolatria sabe que, desde os povos mais antigos, a relação entre idolatria e imagens de escultura sempre foram muito próximas. Na verdade, a mais próxima o possível. O ser humano sempre necessitou de algo palpável e visível em seus cultos. Ora, se eu me curvar diante de uma imagem de escultura, fazer petição, oração, pedir sua intercessão, fazer procissão esta imagem, e depois dizer que é só  uma “lembrança”, um “retrato”, ou uma homenagem, é querer enganar a si mesmo.
Sei muito bem a diferença de ícone para ídolo. Fazer um desenho, ou pintura histórica sobre alguém da Igreja,  sem contudo realizar culto e nem fazer orações, é uma coisa, agora, fazer petições, promessas, orações, pedir sua proteção, chamá-lo de guia, escudo, é outra!  Sei, também que existe a tese da dulia ( culto de serviço e homenagem), a hiper dulia (culto de serviço e súper homenagem) e a latria ( que advogam ser somente à Deus), contudo, na prática, o que se observa é latria mesmo, principalmente a quem dizem que é hiper dulia.
            Que se diga, também que, o fato de não concordarmos com a intercessão de quem já morreu, não significa que não consideramos o exemplo de fé de muitos deles. Muitos que morreram até mesmo contra a idolatria imposta pelo Imperador Diocleciano, como o caso de Jorge. O que eu sei é que, se eles pudessem ver o que estão fazendo com o nome deles, eles repreenderiam, e diriam: “morremos contra a idolatria e vocês estão fazendo de mim ídolos?”. Não me venham que a igreja medieval é inerrante, e não pode cometer heresias e equívocos, pois, desde que virou a religião oficial do Império Romano, a História nos conta que ela perseguiu e matou quem não se “convertia”. A “santa “ inquisição muito perseguiu e matou também. Então, interpretar erroneamente um texto e acrescentar, por força de tradição de instituição, algo que não existia na igreja primitiva, seria perfeitamente possível, e foi o que aconteceu. Vale lembrar que, a oficialização do culto aos santos só veio acontecer em  789 d.C., ou seja, no oitavo século da igreja de romana. Não era uma doutrina da Igreja primitiva, não foi ensinada por Jesus e nem pelos apóstolos e, foi a partir do período sub apostóslico que começou essa discussão e durou séculos. Prefiro ficar com o modelo da Palavra de Deus e da Igreja do primeiro século!
            A Bíblia nos orienta que podemos ir diretamente a Deus, em nome de Jesus e na intercessão do Santo Espírito. Jo 14:13 ; Jo 16:23 ; Rm 8:26,27. A Bíblia apresenta a Jesus Cristo como o único Mediador entre Deus e os homens – I Tm 2:5 e também como o perfeito intercessor: “ Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por Eles” HB 7:25.
            Sim, Jesus Cristo é o nosso Salvador, o nosso Mediador e o nosso intercessor, diante do Pai! Deus não mandaria o seu único Filho para alongar mais o caminho. Cristo mesmo disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém ao Pai, senão for por mim”. Isso é suficiente!
            Quanto àqueles que já partiram, como disse antes, a Bíblia diz que eles estão descansando de suas obras, que os acompanham. Eles combateram o bom combate, completaram a sua carreira e guardaram a sua fé! Deus não permitiria que eles fossem incomodados com assuntos deste  mundo. O que eles estão aguardando, é a coroa da justiça, que Jesus dará naquele grande dia. Que o Santo Espírito faça cair escamas dos olhos, para que resplandeça a luz do verdadeiro evangelho de Cristo.

Deus nos abençoe!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva

            

sexta-feira, 23 de junho de 2017

A OBRA PERFEITA E COMPLETA DE JESUS CRISTO




“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles.” Hb 7:25. 


            Deus, o Pai, quando enviou o seu Filho unigênito a este mundo, fez com que, nele habitasse toda a plenitude, tanto em essência, como de obra ( Co1:19). Paulo escreveu que Cristo é, tudo em todos ( Col 3:11). A obra salvívica de Jesus foi, e é completa, tanto no aspecto presente, como no futuro. Esta sempre foi e será a base da Cristologia da verdadeira Igreja, a que nasceu em Jerusalém e foi pregada pelos apóstolos no primeiro século. Tentar mexer na completude e suficiência da obra de Jesus, é mexer na base doutrinária da Igreja. Cristo sempre foi e é suficiente no processo de salvação do ser humano, agindo, junto com o Espírito Santo, nesta obra tão gloriosa. Qualquer interpretação diferente, resultará em tentar diminuir o valor salvívico exercido pelo redentor da humanidade.
            Afirmar, por exemplo, que, assim como quem caiu foram Adão e Eva ( homem e mulher), fez-se então necessário, uma figura masculina e uma feminina, no processo da redenção, sendo, Cristo,o segundo Adão, e Maria, a segunda Eva, é uma forçação de barra tão grande, que não passa no crivo da menor e simples exegese sincera.
A Bíblia afirma, claramente que, em Adão todos pecaram ( pois ele era o cabeça da criação) Rm 5:12 ; 3:23. Porém em Jesus Cristo, o último Adão, ou segundo homem, todos podem ser restaurados. Acompanhe estes preciosos versículos:
“ Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram” Rm 5:12.
“ Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça  de Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou para com muitos” Rm 5: 15.
“ Porque, se, pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça  e o dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo”. Rm 5:17.
“ Assim também está escrito: O  primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente; o último Adão, espírito vivificante ; O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu”. I Cor 15: 45,47.
Em nenhum lugar da Bíblia, se afirma que exista uma “segunda Eva”, ou “última m mulher”. Em nenhum lugar da Bíblia, se afirma que, como quem caíram foram Adão e Eva, então devem existir dois co redentores, Jesus e Maria. Não, a Bíblia é enfática ao afirma que, foi em Adão que todos caíram, e é em Jesus Cristo que todos são restaurados. Mexer nisso, é mexer na doutrina da salvação, claramente exposta pelo Apóstolo Paulo e pelos demais Apóstolos!
            Sim, Jesus Cristo é o salvador e remidor de toda a humanidade, e sua obra é perfeita e completa. O texto escrito acima nos deixa isso bem claro. O termo usado: “pode salvar perfeitamente” ( gr. pantelés: completo, perfeito, definitivo, absolutamente), nos mostra que, quem chega a Deus, por meio de Jesus Cristo, é alcançado por uma obra perfeita e completa. Quem vai até Jesus, é perfeitamente salvo.
            O versículo ainda nos mostra que, Jesus também exerce um glorioso ministério de intercessão pelos salvos. O autor diz: “ porquanto vive sempre para interceder por eles”. Vale lembrar que, os cristãos têm, também, a intercessão maravilhosa do Espírito Santo. Em Romanos está escrito: “ E da mesma maneira o Espírito nos ajuda nas nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” Rm 8: 26.
            Jesus Cristo, além de intercessor, é o único Mediador entre Deus e os homens – I Tm 2:5.
            A obra de Cristo é perfeita e completa, pois, nele tudo se cumpre. No Antigo Testamento, os principais personagens do sacrifício expiatório eram: Deus, que aceitava ou não o sacrifício; o sacerdote, que apresentava o sacrifício; o cordeiro que era sacrificado e seu sangue que era derramado. Pois bem, Cristo é tudo em todos:
* Ele é o sumo sacerdote – Hb 4:15, 16
* Ele é o cordeiro do sacrifício – Jo 1:29
* O sangue nos purifica – I Jo 1:7
* Ele, como Deus, também recebe o sacrifício – Tt 2: 14.


            O texto aos hebreus, no capítulo 4 é tão maravilhoso, que diz: “ Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” Hb 4: 15,16.
            Sim, você pode ir direto a Deus, com confiança, por meio de Jesus Cristo, nosso salvador, intercessor, mediador, e ainda contarmos com a intercessão gloriosa do Espírito Santo. Isto não ocorre pelos nossos méritos, mas sim, pelos méritos de Jesus. Isto não significa, em hipótese alguma, estarmos diminuindo a importância e o ministério daqueles que cumpriram bem o seu ministério, como José, Maria e os apóstolos, contudo, a obra redentora é um ato de Deus para com o homem.
Como diz em Is 43:11,12: “ Eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador. Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir”. Somente Deus é quem salva. Sim, o Deus Pai anunciou a salvação no A.T. O Deus Filho a executou, na plenitude dos tempos. E o Deus Espírito Santo a faz ser ouvida nos quatro cantos da terra.
Esta obra é perfeita e completa. Não precisa de atalhos, forçado em vãs tradições e sutilezas. Sim, Jesus cristo pode te salvar perfeitamente, entregue a sua vida a Ele hoje mesmo, e, seja completamente salvo. Deus te abençoe!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva