Se
há uma voz que ecoa bem claro no ouvido de um servo de Deus, e que dela ele não
tem dúvida, é a voz do chamado de Deus ao santo ministério, sim, ao ministério
específico, seja ele qual for.
Quando Deus
chama alguém, Ele não deixa dúvida;
aliás, se alguém quer saber se verdadeiramente foi chamado, a resposta é
simples; quem foi chamado sabe que foi!
Isto não
significa dizer que não existirão lutas, aflições, algumas derrotas pontuais,
incompreensões; não significa, também, que não existirão momentos de solidão,
de calúnias e, até mesmo de tentativas de fazer aquele que foi chamado parar.
Quanto a isto,
o maior exemplo é o de Jesus. Ninguém teve um ministério mais aprovado e
impecável do que o Dele, mas, nem mesmo isso o isentou de oposições, de calúnias
e de desprezo. Chegaram a acusá-lo de expulsar os demônios pelo príncipe dos
demônios e, também, chegaram a expulsá-lo de sua própria cidade.
O fato de
sermos chamados, também não significa dizer que “já estamos na temperatura
certa” ou que, estamos isentos de cometer erros. Não, os exemplos que temos na
Bíblia nos mostra que Deus investiu, aperfeiçoou e corrigiu aqueles que Ele
chamou. Somos sujeitos a errar, até mesmo na tentativa de acertar.
Devemos
entender que Deus aperfeiçoa aquele que Ele chama, assim como o ourives faz
passar pelo fogo o metal que lhe será útil, ou como o oleiro amassa como quer o
barro, para que seja um vaso aprovado, Deus prova a nossa fé e permite que
algumas circunstâncias nos venham. Isto, em si mesmo é uma prova de que fomos
chamados.
Não podemos
esquecer, também, que, quando Deus chama a alguém, isso não significa dizer que
todo o plano Dele na vida da pessoa é revelado de uma única vez, ou que,
instantaneamente vão se cumprir todas as promessas na vida daquele que foi
chamado. A Bíblia nos apresenta vários exemplos disso, como no caso de Abraão,
que, como nos escreveu o autor da Carta aos Hebreus, saiu para uma terra, sem
saber para onde iria, e no caso de José, que, mesmo tendo sido chamado para um
propósito específico, esperou vários anos, passando lutas e aflições, até o
cumprimento da promessa.
Enfim, se Deus
chama a alguém, isto significa que, automaticamente, este alguém estará em
oposição ao reino das trevas e, portanto, não será nenhuma novidade se houver
uma batalha espiritual, no intuito de fazer parar ou atrapalhar o propósito de
Deus na vida daquele que foi chamado. É preciso, portanto, discernimento
espiritual, que só vem mediante uma vida de consagração, baseados no estudo da
Palavra de Deus e na oração. Devemos entender, contudo, que a nossa luta não é
contra carne nem sangue. Quem foi chamado por Deus, precisa entender que, mesmo
que seja difícil; mesmo que sofra traições; mesmo que sofra calúnias, ou coisas
semelhantes, Deus não dá o direito de guardar ódio ou raiz de amargura. Devemos
sim, dentro da direção de Deus, agir com zelo e segurança, porém sem deixar de
lado o amor.
Sejam em quais
casos forem, contudo, o que nos faz seguir em frente é o fato de que, diante de
qualquer circunstância, aquele que foi chamado por Deus, sempre ouvirá a sua
voz, soando de forma bem clara e audível, lembrando o seu chamado, e creia,
nada poderá fazer calar esta doce e suave voz; nenhuma luta ou decepção desta
vida ; nenhuma murmuração maligna, contra a vida de quem foi chamado, pronunciada por alguém que não vigia,
conseguirá impedir que a voz de Deus continue falando aos ouvidos daquele que
foi chamado para uma grande obra.
Diante disso
tudo, o que me resta, é transcrever trechos deste lindo hino: “Fala-me
suavemente, fala com muito amor, vencedor para sempre, livre te hei de por,
fala-me cada dia, sempre em tom, ouvir tua voz eu quero e neste mesmo som” HC
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Deus nos abençoe!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva