sexta-feira, 9 de agosto de 2013

AO SENHOR TEU DEUS ADORARÁS E SÓ A ELE SERVIRÁS


            Meus irmãos, desejo escrever algo sobre um assunto que está inquietando a muitos cristãos nestes dias no Brasil. A questão da idolatria. O título dado ao texto faz parte do versículo 10 do capítulo 4 de Mateus. É claro que este assunto não se esgota num texto. Espero, se o Senhor me permitir, escrever algo mais extenso ( não apenas em um texto) ou falar especificamente sobre este assunto. Oro a Deus para que, aqueles que o Espírito Santo permitir que leiam o texto todo, possam partilhar com outros, não como uma forma de exaltação própria, pois senão, o conteúdo do texto voltaria contra mim mesmo. Deus tenha misericórdia e me livre da “egolatria”! Sei que alguns textos meus são um pouco longo, contudo, tento “enxugá-los” ao máximo. Leiam com paciência, pois o tema é muito importante.
Desejo começar, trazendo a definição da palavra ídolo. Ela é derivada de duas palavras gregas: eídolon (ídolo) e latréia (adoração). No N.T. a palavra “eidololatréia” é traduzida por “idolatria ou culto prestado à imagem (de um deus)”.
            Num sentido mais amplo, todos concordam que a idolatria é tudo aquilo que tira Deus do seu lugar de preeminência e substitua por outra coisa, pessoa, bens ou até a si mesmo (egolatria). Paulo, tanto em Col 3:5 como em Fil 3:19 deixa transparecer isso. Lutero no século XVI também escreveu coisa semelhante. Contudo há um fato. Os povos antigos tinham por costume transformar em imagem tudo o que cultuavam, veneravam, adoravam e ofereciam sacrifícios. Era comum construir imagens, fossem elas de madeira, de pedra, gesso ou outro material que fosse possível. A forma de culto era basicamente externa e visível. Alguma figura deveria ser vista ou tocada para que fosse objeto de prostração.
            Deus proibiu veementemente a construção de imagens de escultura para o povo de Israel, como forma de adoração e culto, justamente para contrapor aos costumas pagãos dos povos antigos. Já no período da Igreja Primitiva, o Império Romano teve grande dificuldade em aceitar a forma de adoração dos cristãos, por ser a um Deus invisível e de forma interna. Eles encaravam isto até como uma forma de ateísmo, visto que os romanos tinham um aspecto visível e externo da adoração das suas imagens.
Entendemos então, que, tanto no A.T. como no N. T. há uma direta relação entre idolatria e a construção de imagens visíveis, as quais eram objeto de adoração e de se oferecer sacrifícios.
A Bíblia Sagrada proíbe a adoração e a veneração de imagens de escultura. Existem várias passagens que, claramente dizem isto: Ex 20: 3-5 ; Sl 115: 3-9 ; Is 44: 9-20 ; Jo 4:24 ; I Cor 8: 5,6 ; I Cor 10:14.
O povo de Israel por várias vezes caiu nesta tentação e cedeu aos ídolos dos povos pagãos. A conseqüência foram os cativeiros, tanto para o reino do Norte, como para o Reino do Sul.
A Igreja cristã, infelizmente, com o processo de paganização, principalmente a partir da união entre Igreja e o Estado Romano, foi cedendo, aos poucos, às práticas dos cultos pagãos. A idéia de veneração às imagens que eram praticadas pelos romanos, passarem a penetrar na Igreja, só que com os nomes de cristãos, tanto do período bíblico, como do período da perseguição. A Igreja Romana é o subproduto deste processo de paganização e, até hoje não abriu mão de um centavo disto.
            Os pré reformadores ( mesmo que eles mesmos não sabiam que ganhariam tal designação) e os reformadores, foram canais de Deus para que a luz não se apagasse na História de Igreja, sim, a verdadeira Igreja que, desde Jerusalém adora ao único Deus, em espírito e em verdade!
            Quero deixar claro que, embora existam várias formas de idolatria e todas elas são reprovadas por Deus e pela Sua Palavra, contudo, não aceito a opinião de que estão no mesmo patamar a Igreja Romana e as Igrejas Evangélicas. Explicarei!
            Se algum evangélico, que desde a sua infância na E.B.D. recebe o ensinemento de que não se deve adorar as imagens de escultura, começar a desenvolver outras formas de idolatria, como por exemplo a ganância,  um artista gospel ou outra coisa qualquer, certamente ele estará cometendo um grave pecado e vai dar conta disso diante de Deus. Agora, convenhamos, comparar isto para justificar ou amenizar a idolatria histórica da Igreja Romana, não tem o mínimo cabimento. Existe uma diferença estrutural.
            Se algum evangélico (na verdade falso, pois um verdadeiro não vai cair nessa) , começar a desenvolver idolatria às coisas citadas acima, ele o fará por conta própria. Não lhe é ensinado nem estimulado isto por seus pastores. Pelo contrário, si isto está sendo praticado por alguns é por justamente não estarem dando ouvidos aos ensinamentos pastorais!
            Agora, na Igreja Romana é diferente. Temos a INSTITUCIONALIZAÇÃO da veneração e dos cultos às imagens de escultura. É questão de doutrina e isto há séculos! É só observar os Concílios, a partir da Idade Média, quando estas práticas foram estabelecidas e aceitas como verdadeiras para eles.
            No Brasil a coisa se complica ainda mais, devido ao enorme sincretismo religioso. Além disso, tenho dito que o Brasil, na prática, é ainda muito “Aparecidólatra”.
            Não obstante se diga que não é idolatria, todavia na prática não funciona assim. O argumento usado afirmando que Deus permitiu algumas imagens serem construídas, como a serpente de bronze e os querubins na arca, não tem fundamento consistente, pois, não vemos, em nenhuma passagem, Deus autorizando Israel a fazer orações e nem pedir a mediação destes símbolos. Pelo contrário, Deus mandou mais tarde destruir a serpente de bronze, pois acabou virando objeto de idolatria.
            Concluo dizendo que, somos monoteístas e adoramos a um único Deus em espírito e em verdade. A Bíblia apresenta, como inferência no A.T. e referência no N.T., tanto o Deus Pai, Filho e Espírito Santo com atributos divinos e dignos de adoração. Uma só Divindade, um único Deus, Triuno e verdadeiro. É somente diante deste Deus que devemos nos curvar, sem precisar construir imagens visíveis, pois Jesus nos ensinou que Deus é Espírito e devemos adorá-lo em espírito e em verdade. Qualquer outra pessoa, por mais nobre que tenha sido, não deve ocupar este lugar. Eu só dobro o meu joelho para adorar a Deus!
            Glórias, pois, ao Deus Pai, Filho e Espírito Santo para todo o sempre. Amém!


Pr. Cláudio César Laurindo da Silva
                       



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