Esta
histórica frase é uma das mais conhecidas e refletidas entre os idealizadores
da segunda metade do século XX e início do século XXI. É de autoria do pastor
evangélico norte americano Mártin Luther King Jr. ( pena que a mídia
brasileira, ainda preconceituosa com os evangélicos, com raras exceções, não
dão esta informação de forma correta). Outra muito conhecida é: “ I Have a Dream” , “Eu tenho um sonho”, que foi parte
do discurso mais conhecido de sua carreira.
O
motivo deste texto, óbvio, é a comemoração dos 50 anos da histórica
manifestação de Washington que foi realizada no dia 28 de agosto de 1963 e
liderada pelo pastor Luther King, quando mais de 250 mil pessoas se reuniram e
mostraram que queriam, não apenas uma América, mas um mundo, onde as pessoas
fossem respeitadas não pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter. O “ponta pé
inicial”, que tornaria Luther King conhecido publicamente como um ativista
contra o racismo ocorreu em 1955, quando uma negra recusou-se a ceder o lugar
no ônibus para uma branca e foi presa por isso. Luther King liderou um
movimento que ficou conhecido como o “boicote do ônibus de Montgomery”.
A
manifestação de agosto foi o ponto auge que fez com que os Estados Unidos,
principalmente os Estados do Sul e outros países refletissem e tomassem medidas
mais claras sobre as questões ligadas aos direitos civis.
Quando
se faz uma pesquisa sobre a biografia deste pastor batista, filho também de
outro pastor, percebemos que o auge do seu ministério não foi um campo
missionário ou somente assuntos eclesiásticos. É claro que ele acabou tornando-se um ativista de
assuntos políticos, na melhor interpretação da palavra, pois ele não foi nem
politiqueiro e nem se tem notícia de que ele candidatou-se a um cargo político.
Todavia, o centro de suas atividades foi a luta pelos direitos civis dos negros
nos Estados Unidos. Seu lema era a “não violência”, assim como era a do líder
indiano Mahatma Gandhi. Com vistas nisto, algumas reflexões cabem aqui.
Primeiro,
é fato que a mídia secular do mundo inteiro busca comparar Luther King com
Obama. Porém é honesto que se façam distinções e diferenças entre os dois, não
apenas pelo fato de que Luther King era simpatizante do partido Republicano (
que historicamente nos Estados Unidos tinha a preferência dos negros ) e Obama
é dos Democratas, mas, principalmente por causa das diferenças ideológicas
ligadas aos conceitos aos conceitos de vida e família.
Obama
é defensor do aborto e do casamento de gays. Luther King não o era. Sua família
era tradicional quanto a isto, percebe-se, tanto na postura de seu pai, que
faleceu em 1984, como também de sua sobrinha que deu entrevista a pouco tempo e
mostrou-se contrária a casamento de gays. Tentar comparar Luther King e Obama
quanto a estes conceitos é uma enorme “forçação de barra!”.
Segundo,
em se falando de ministério, por mais que seja correto, que a prioridade
de um ministro do evangelho seja a pregação que salva a alma do pecador e que edifica
aquele que já foi salvo, contudo, a vida de Luther King ensina a nós ministros
que, não podemos ter “olhos cegos, nem ouvidos surdos” aos desafios sociais que
estão ao nosso redor. Estamos neste mundo e temos desafios nele. Sei que é
difícil estabelecermos o equilíbrio entre “reino dos céus e reino na terra”.
Não tenho dúvida de que a prioridade da Igreja é o reino dos céus. Estamos aqui
como embaixadores temporários. Contudo, se nos omitirmos quanto aos assuntos gritantes
aos nossos ouvidos, creio que Deus vai cobrar de nós. Uma forma de fazermos a
luz do evangelho brilhar através de nós é agirmos naquilo que a Bíblia
claramente diz que é errado. Por exemplo, Deus não teve nada a ver com a
interpretação “louca” de uma minoria de falsos cristão norte americanos quando
criaram a demoníaca “ku klux klan”. Ao contrário disto, Ele permitiu que um
pastor negro se levantasse como um verdadeiro baluarte na luta contra a
segregação racial e a favor da igualdade dos direitos entre brancos e negros. A
Bíblia diz que no verdadeiro evangelho da graça não há servos, nem livres,
judeus nem gentios, todos são um em Cristo Jesus.
Um
grande desafio para os pastores neste século é defender os valores bíblicos
quanto às questões ligadas à vida e à família, e isto, sem perdermos o
princípio de que devemos aborrecer ao pecado, porém amar ao pecador. Os valores
absolutos expostos na Bíblia não devem ser questionados. A vida começa na
fecundação, isto tem que ser respeitado. A família, segundo o modelo da Bíblia,
deve ser formada a partir da união de um homem e uma mulher. Isto é fato. Porém
tudo isso tem que ser defendido, sem esquecermos o maior de todos os
mandamentos, o amor!
Por
outro lado, existem leis cruéis que visam destruir a família e o verdadeiro
sentido da vida, e, enquanto poucos ministros se expõem e sofrem perseguições
nesta luta, infelizmente vemos uma maioria desinteressada e achando que estes
assuntos não são importantes. Cabe aqui a triste realidade do “silêncio dos bons”
enquanto o “grito dos maus” faz-se ouvir. Deus nos chama a sairmos da posição
de conforto.
Termino
este texto escrevendo algumas frases históricas deste líder pastor que podem
servir de estímulo para não estarmos indiferentes frente aos desafios de cidadãos
e, principalmente, frente à grande
batalha espiritual na qual estamos engajados como defensores do evangelho e da
pregação da mensagem que pode salvar aqueles que estão perecendo, indo em
direção ao caminho da perdição.
“ Se não puder voar, corra. Se
não puder correr ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de
qualquer jeito”
“ Se um homem não descobrir nada
pelo qual morreria, não está pronto para viver”
“Eu segurei muitas coisas em
minhas mãos e eu perdi tudo, mas tudo o que eu coloquei nas mãos de Deus ainda
possuo”
“ O que me preocupa não é o grito
dos maus, mas o silêncio dos bons”
Frases do pastor Mártir Luther King
Deus nos abençoe!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva