“Os que estão plantados na casa
do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos.
Serão viçosos e vigorosos” Sl 92: 13, 14.
Nós
não podemos viver presos ao passado, contudo, ele (o passado) ajudou a formar o
que somos hoje, por isso é importante não apenas procurar entendê-lo, como ,
também, saber honrar o que de positivo ele nos deixou.
Com
certeza, o que somos hoje, é subproduto do que foi plantado ontem, ou seja, se
as raízes foram fortes, somos uma árvore firme e frutífera. Existem raízes
importantes em nossas vidas. A mais importante delas é a familiar, não é a toa
que a primeira instituição estabelecida por Deus foi ela. Devemos sempre ter o
altar do culto a Deus edificado na nossa casa. Outra é a raiz estabelecida na
casa do Senhor.
O
salmo acima nos ensina que, estar plantado na casa do Senhor, faz com que
tenhamos uma raiz sólida e uma vida frutífera. Pena que muitos cristãos estão
deixando este princípio absoluto de lado.
Claro
que devemos identificar o conceito de casa do Senhor no modelo neo-
testamentário. No A.T. a casa de Deus era um lugar fixo, o templo em Jerusalém.
O dia de adoração era o Sábado. Jesus Cristo veio nos ensinar que o verdadeiro
adorador adora em espírito e em verdade, pois “Deus é Espírito” Jo 4: 24. No N.T. a verdadeira casa e santuário
somos nós ( I Cor 3:16 ; Hb 3:16).
Contudo não
podemos nos esquecer que Jesus disse:“Onde estiverem dois ou três reunidos em
meu nome, aís estou eu no meio deles” Mt 18:20. O autor aos Hebreus nos lembra:
“ Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns” Hb 10: 25.
Paulo lembra aos Coríntios: “ Quando vos reunis, cada um de vós, tem salmo, tem
doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação.” I Cor 14:26. Ele também
instituiu obreiros na igreja – Ef 4: 11.
Quando e onde
os santos se reúnem para adorar a Deus, ensinar sua Palavra, evangelizar o nome
de Jesus e ter comunhão com os irmãos, ali é um lugar consagrado, pelo menos
enquanto os santos ali estiverem. É bom estabelecer raízes onde aprendemos a
Palavra de Deus, onde nossos filhos aprendem sobre Jesus, onde participamos da
ceia do Senhor, enfim, onde “amolamos o machado” para ser luz e sal no mundo.
Infelizmente
estamos numa época em as pessoas não estão estabelecendo e nem valorizando suas
raízes. Principalmente em termos de igreja. Pior ainda com esta heresia
rondando a igreja disseminada pelos “desigrejadores”.
Creio que Deus deseja que venhamos dar a devida importância que a reunião com os santos exerceram na nossa vida. Por exemplo, existem duas igrejas que
estabeleceram raízes na minha vida. Uma foi dos meus 9 aos 15 anos. Outra dos
meus 16 anos até hoje! Ambas tendo como matriz a Assembléia de Deus em
Jacarepaguá. Ambas hoje são emancipadas e frutíferas. Tive a honra de estar no
culto de fundação das duas igrejas, pois meu pai foi usado por Deus para ser o
idealizador das duas.
A
primeira foi a querida Assembléia de Deus central em Nova Iguaçu, inaugurada em
Abril de 1979 ( lembro-me deste dia), na rua Barros Júnior, depois foi para a
rua Dr. Thibau ( lembro do dia em que atravessamos a passarela “caracol” com
cadeiras na mão), na terceira fase da igreja, com o seu imóvel próprio eu já
não estava mais lá, na rua Santa Luzia. Nesta igreja tocava instrumentos como
guitarra, clarineta, fiz parte do primeiro grupo de adolescentes, lembro-me, de
verdade, quando foi feita a eleição, para a escolha do nome do grupo e eu
sugeri o nome “Atalaia”. Lá me batizei ( meu pai me batizou). Mesmo não
congregando mais lá, em dezembro de 1997, esta igreja me cedeu para que eu
casasse lá. Hoje ela é pastoreada pelo querido Pr. Paulo Sérgio Berriel,a quem
admiro.
A
segunda é a querida igreja onde congrego, a Assembléia de Deus central em
Mesquita ( ministério proclamar), fundada no dia 26 de Janeiro de 1986, na rua
Baronesa de Mesquita. Primeiro num salão pequeno, depois no galpão, onde ficou
até 1994, quando então passamos para o imóvel próprio, onde está construída
aquela grande igreja com seus anexos. Na minha igreja desenvolvi ministério,
tanto de louvor, como da palavra. Nela fui consagrado a obreiro, apresentado à
Convenção a qual pertenço. Nela estou por opção e amor. Minha família de
solteiro, pai, mãe e irmãos e cunhada, fomos os fundadores, sem tirar nenhum
membro de outra igreja, sem intrigas, debaixo de benção. Aos poucos foi
crescendo com Deus salvando almas e com irmãos que para lá se transferiram. O pastor presidente dela, que também foi o fundador, é o Pr. Sebastião Laurindo da Silva, meu "paistor" e, na prática, minha escola teológica.
Isto
são raízes. Isto significa estar plantado na casa do Senhor. Qual o valor que
você tem dado, àquele pastor que te discipulou na famosa classe dos
“catecúmenos”, que te batizou, que fez o teu casamento? Qual valor você tem
dado àquela igreja que foi o complemento de ensino ao teu filho(a)?, Sim,
porque a maior responsabilidade é dos pais.
Não
devemos viver presos ao passado, devemos valorizar o que de bom temos hoje,
para que se possa projetar, com humildade e fé em Deus, o melhor para o futuro.
Também não devemos nos omitir ao fato de que as coisas estão sujeitas à
adequação e renovação, de acordo com o tempo e o espaço.
Contudo, o que
somos hoje, é subproduto do que foi plantado ontem. Quais são suas raízes?
Saiba que elas ajudaram a te formar e te ensinam hoje a formar a tua
descendência, seja na vida familiar, escolar e na eclesiástica. A Igreja é um
lugar importante, não apenas no convívio social, mas, acima de tudo, para a
vida espiritual. Esteja plantado na casa do Senhor, valorize isto!
Deus nos abençoe!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva
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