sábado, 4 de janeiro de 2014

AS RAÍZES




“Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos. Serão viçosos e vigorosos” Sl 92: 13, 14.

            Nós não podemos viver presos ao passado, contudo, ele (o passado) ajudou a formar o que somos hoje, por isso é importante não apenas procurar entendê-lo, como , também, saber honrar o que de positivo ele nos deixou.
            Com certeza, o que somos hoje, é subproduto do que foi plantado ontem, ou seja, se as raízes foram fortes, somos uma árvore firme e frutífera. Existem raízes importantes em nossas vidas. A mais importante delas é a familiar, não é a toa que a primeira instituição estabelecida por Deus foi ela. Devemos sempre ter o altar do culto a Deus edificado na nossa casa. Outra é a raiz estabelecida na casa do Senhor.
            O salmo acima nos ensina que, estar plantado na casa do Senhor, faz com que tenhamos uma raiz sólida e uma vida frutífera. Pena que muitos cristãos estão deixando este princípio absoluto de lado.
            Claro que devemos identificar o conceito de casa do Senhor no modelo neo- testamentário. No A.T. a casa de Deus era um lugar fixo, o templo em Jerusalém. O dia de adoração era o Sábado. Jesus Cristo veio nos ensinar que o verdadeiro adorador adora em espírito e em verdade, pois “Deus é Espírito” Jo 4: 24.  No N.T. a verdadeira casa e  santuário  somos nós ( I Cor 3:16 ; Hb 3:16).
Contudo não podemos nos esquecer que Jesus disse:“Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aís estou eu no meio deles” Mt 18:20. O autor aos Hebreus nos lembra: “ Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns” Hb 10: 25. Paulo lembra aos Coríntios: “ Quando vos reunis, cada um de vós, tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” I Cor 14:26.  Ele também instituiu obreiros na igreja – Ef 4: 11.
Quando e onde os santos se reúnem para adorar a Deus, ensinar sua Palavra, evangelizar o nome de Jesus e ter comunhão com os irmãos, ali é um lugar consagrado, pelo menos enquanto os santos ali estiverem. É bom estabelecer raízes onde aprendemos a Palavra de Deus, onde nossos filhos aprendem sobre Jesus, onde participamos da ceia do Senhor, enfim, onde “amolamos o machado” para ser luz e sal no mundo.
            Infelizmente estamos numa época em as pessoas não estão estabelecendo e nem valorizando suas raízes. Principalmente em termos de igreja. Pior ainda com esta heresia rondando a igreja disseminada pelos “desigrejadores”.
           Creio que Deus deseja que venhamos  dar a devida  importância que a reunião com os santos exerceram na nossa vida. Por exemplo, existem duas igrejas que estabeleceram raízes na minha vida. Uma foi dos meus 9 aos 15 anos. Outra dos meus 16 anos até hoje! Ambas tendo como matriz a Assembléia de Deus em Jacarepaguá. Ambas hoje são emancipadas e frutíferas. Tive a honra de estar no culto de fundação das duas igrejas, pois meu pai foi usado por Deus para ser o idealizador das duas.
            A primeira foi a querida Assembléia de Deus central em Nova Iguaçu, inaugurada em Abril de 1979 ( lembro-me deste dia), na rua Barros Júnior, depois foi para a rua Dr. Thibau ( lembro do dia em que atravessamos a passarela “caracol” com cadeiras na mão), na terceira fase da igreja, com o seu imóvel próprio eu já não estava mais lá, na rua Santa Luzia. Nesta igreja tocava instrumentos como guitarra, clarineta, fiz parte do primeiro grupo de adolescentes, lembro-me, de verdade, quando foi feita a eleição, para a escolha do nome do grupo e eu sugeri o nome “Atalaia”. Lá me batizei ( meu pai me batizou). Mesmo não congregando mais lá, em dezembro de 1997, esta igreja me cedeu para que eu casasse lá. Hoje ela é pastoreada pelo querido Pr. Paulo Sérgio Berriel,a quem admiro.
            A segunda é a querida igreja onde congrego, a Assembléia de Deus central em Mesquita ( ministério proclamar), fundada no dia 26 de Janeiro de 1986, na rua Baronesa de Mesquita. Primeiro num salão pequeno, depois no galpão, onde ficou até 1994, quando então passamos para o imóvel próprio, onde está construída aquela grande igreja com seus anexos. Na minha igreja desenvolvi ministério, tanto de louvor, como da palavra. Nela fui consagrado a obreiro, apresentado à Convenção a qual pertenço. Nela estou por opção e amor. Minha família de solteiro, pai, mãe e irmãos e cunhada, fomos os fundadores, sem tirar nenhum membro de outra igreja, sem intrigas, debaixo de benção. Aos poucos foi crescendo com Deus salvando almas e com irmãos que para lá se transferiram. O pastor presidente dela, que também foi o fundador, é o Pr. Sebastião Laurindo da Silva, meu "paistor" e, na prática, minha escola teológica.
            Isto são raízes. Isto significa estar plantado na casa do Senhor. Qual o valor que você tem dado, àquele pastor que te discipulou na famosa classe dos “catecúmenos”, que te batizou, que fez o teu casamento? Qual valor você tem dado àquela igreja que foi o complemento de ensino ao teu filho(a)?, Sim, porque a maior responsabilidade é dos pais.
            Não devemos viver presos ao passado, devemos valorizar o que de bom temos hoje, para que se possa projetar, com humildade e fé em Deus, o melhor para o futuro. Também não devemos nos omitir ao fato de que as coisas estão sujeitas à adequação e renovação, de acordo com o tempo e o espaço.
Contudo, o que somos hoje, é subproduto do que foi plantado ontem. Quais são suas raízes? Saiba que elas ajudaram a te formar e te ensinam hoje a formar a tua descendência, seja na vida familiar, escolar e na eclesiástica. A Igreja é um lugar importante, não apenas no convívio social, mas, acima de tudo, para a vida espiritual. Esteja plantado na casa do Senhor, valorize isto!

Deus nos abençoe!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva



            

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