O Yom Kippur é
o feriado mais importante do calendário judaico. Ele é comemorado 10 dias após
o ano novo judaico (Rosh Hashaná). A base do Antigo Testamento para este dia é
Lv 23: 26,27.
Neste dia,
tudo fecha em Israel, é dia de jejum, arrependimento, pedido de perdão a Deus e
orações, além de reflexão sobre o relacionamento com o próximo. Na verdade, há
toda uma preparação, desde o início Rosh Hashaná (anonovo) e os 10 dias que se
seguem, até o dia do Yom Kippur. Segundo a tradição, é a chance que eles tem de
se arrependerem dos pecados cometidos no ano que acabara a poucos dias. Os dez
dias ligados ao ano novo incluem a tradição do Tashlich, prece de
arrependimento à beira de um rio, lago ou qualquer aglomerado de água com
peixe. Isto faz eles lembrarem dos textos em que Deus diz que lança as iniqüidades
no mar do esquecimento ou afasta deles a suas iniqüidades.
É claro que o sentido deste feriado é fazer
com que este dia, o Yom Kippur, seja uma reflexão para o resto do ano.
Para nós
cristãos, vale lembrar que não estamos debaixo de rituais do Antigo Testamento.
Para nós, a Lei cumpriu-se em Cristo. A reunião feita em Jerusalém pelos
apóstolos e líderes da Igreja e registrada em At 15, deixou bem claro isto.
Contudo,
existem princípios tipológicos e simbólicos que servem para nós. Nós cremos que
Jesus Cristo, o Messias rejeitado pelos judeus, é tudo em todos. O livro de
Levítico apresenta a Jesus como o sacrifício expiatório. A palavra Kippur,
derivada da expressão Kappar, significa expiação. O autor da carta aos Hebreus,
mostrando a superioridade do sacrifício expiatório de Cristo, diz: “Quanto mais
o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a
Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus
vivo?” Hb 9: 14. Para aqueles que são lavados no sangue da Jesus e
arrependem-se de seus pecados, a Bíblia diz que Deus perdoa e deles não se
lembra mais ( Hb 8:12).
Como estamos
livres do poder do pecado, porém ainda não estamos livres da presença do
pecado, devemos ter uma vida de busca de santidade e sempre pedir a Deus que
nos purifique daquilo que não agrada a Ele. Jesus, quando nos ensinou a oração
do Pai nosso, como uma mera repetição, mas para que aprendamos os princípios
ali expostos, disse que nós deveríamos pedir ao Pai que Ele nos perdoasse.
Outra
simbologia que podemos aplicar é que, assim como no yom Kippur existe a
reflexão acerca do perdão ao próximo, de igual modo, tanto no A.T. como no
N.T., Deus relaciona o perdão que Ele nos dá com o perdão ao nosso próximo. Em
I Jo 1: 7 diz: “ Mas se andarmos na luz, como Ele na luz está,temos comunhão
uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho nos purifica de todo o
pecado”. Na oração do Pai nosso está escrito, “Perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nosso devedores” Mt 6:12.
Não devemos esquecer,
também, de que embora a nossa salvação seja pela graça e não por obras,
contudo, uma consagração, incluindo oração e jejum não faz mal a ninguém.
Termino
dizendo que nós devemos sempre orar pela paz de Jerusalém. Paz deles e de seus vizinhos
Palestinos. Orar ,também, pela salvação deste povo. Povo que deu ao mundo
personagens como Abraão e Isaque, que são a semente deles. Jacó, o patriarca
que deu origem às tribos, Moisés, Davi, tantos outros e, acima de tudo,nos deu
Jesus Cristo, segundo a carne.
Haverá
um dia em que eles olharão para àquele a quem eles taspassaram, e prantearão
como quem pranteia por um primogênito, como nos diz o profeta Zacarias. Este
será o verdadeiro dia de arrependimento e pedido de perdão. Eles dirão então ao
verdadeiro Messias, o Senhor Jesus Cristo: “Bendito o que vem em nome do Senhor”!
Que o Deus de Abraão, Isaque e
Jacó abençoe a todos nós, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva
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