terça-feira, 10 de setembro de 2013

O PODER DE DEUS NA ECLÉSIA versus O poder eclesiástico SEM O PODER DE DEUS


            Desejo começar, afirmando que as palavras no título que estão em letra minúscula, estão de propósito. A idéia é fazer a contraposição entre o ilimitado poder de Deus e o limitado poder humano, por mais que seja em nome da religião.
            Quando analisamos a História da Igreja, percebemos que quando o mero poder eclesiástico, como fim em si mesmo, sem devoção a Deus e obediência verdadeira aos princípios de Sua Palavra, começou a dominar, e isto através de suas organizações, representações, comissões, concílios, convenções, sínodos, ou outros termos afins, tal fato afastou o que de mais precioso a Igreja precisa, que é o poder de Deus, através de sua gloriosa presença, revelando-nos a Sua aprovação.
            Quero deixar bem claro que não sou contra o fato da Igreja se organizar, registrar, “estatutar”, nem muito menos sou contra a existência das organizações denominacionais, através de suas Convenções ou Concílios (dependendo de suas organizações). Fui Coordenador regional da Convenção a qual pertenço e isso muito me orgulhou.
            Contudo, o perigo a que me refiro, é o fato de que, se não vigiarem, podem perder seu propósito original, seus princípios verdadeiramente bíblicos, que vão além ( e não contra), os princípios estatutários. EU TENHO FATOS, ATRAVÉS DA HISTÓRIA DA IGREJA, DE QUE, INFELISMENTE, A GANÂNCIA PELO PODER ECLESIÁSTICO E/OU INSTITUCIONAL FEZ COM QUE PESSOAS OU INSTITUIÇÕES, PERDESSEM SEU ALVO, SUA ÉTICA, SEU LIMITE, E, PIOR, JULGANDO-SE DEFENSOR DO SANTO, DO VERDADEIRO, DA FÉ, MAS QUANDO, NA VERDADE, ESTAVAM É DEFENDENDO SEUS INTERESSES.
            O nosso Senhor Jesus Cristo confrontou a principal instituição religiosa de sua época, formada pelos fariseus. Os saduceus e os escribas também não ficaram fora dessa! Jesus reprovou o fato deles transgrediram a própria Escritura, por causa da tradição deles. Ele deixou claro que tradição é coisa boa, ATÉ O PONTO QUE NÃO ESTEJA SENDO COLOCADA ACIMA DA PALAVRA DE DEUS! Jesus chamou a principal organização dos judeus de “guias cegos”, que coisa triste! O Sinédrio era uma organização político/religiosa considerada ortodoxa dentro dos princípios da lei judaica, contudo foi dessa maneira que Cristo referiu-se a eles.
            Quando analisamos a História da Igreja, percebemos que, a partir do 4º século, quando desenvolveu-se o processo de união entre Igreja e Estado Romano, as principais heresias foram sendo acrescentadas na Igreja, e pior, com peso institucional, em nome do sagrado, até que, A VERDADEIRA IGREJA NÃO PODERIA MAIS FICAR MISTURADA  A ESSA INSTITUIÇÃO, ORGANIZADA, ESTATUTADA, PORÉM HERÉTICA. O QUE ESTES PODEROSOS LÍDERES NÃO PERCEBERAM É QUE O PODER DE DEUS NÃO ESTAVA ALÍ. O QUE, NA VERDADE EXISTIA ERA APENAS um poder eclesiástico, NÃO O DA VERDADEIRA IGREJA QUE NUNCA SE CONTAMINOU, MAS O DE UMA MERA INSTITUIÇÃO! ERA UMA INSTITUIÇÃO ROMANIZADA, PAGANIZADA!
            Deus, que nunca deixou que a luz se apagasse, levantou os pré-reformadores, que foram perseguidos, justamente por questionarem o poder político/eclesiático de uma instituição que já tinha tanto poder, a ponto de perseguir, excomungar, condenar e até lançar na fogueira da “santa” inquisição. Deus que é o Senhor do tempo, permitiu que John Huss, um século antes de Martinho Lutero pregar as suas famosas 95 teses, profetizasse que Deus o levantaria. Foi a famosa relação “ganso e Cisne”.
            Devemos aprender com isso que nossas instituições devem combater a idolatria, a imoralidade e outros pecados afins, contudo, com o mesmo ímpeto, devem também combater a ganância, a mentira, a soberba, a altivez. Não podemos nos esquecer das palavras de Jesus, quando Ele estava se referindo justamente aos “institucionais religiosos da época”. Cristo disse: “Se vós soubesses o que significa: Misericóridia quero e não sacrifícios, não condenaríes os inocentes” Mt 12:7.
            Devemos não esquecer que entre uma função e a comunhão, é muito melhor manter a comunhão. Não esquecer que a Igreja pertence a Jesus e nós somos tão somente servos, mordomos. Acima de tudo, não esquecer, também, de que pessoas são mais importantes do que patrimônios, dinheiro ou prédios.
            Deus abençoe nossas organizações. De qual denominação for. Contudo, lembremo-nos que elas só serão legítimas, se estiverem debaixo do PODER DE DEUS. Refiro-me, em concordância e unidade com este glorioso PODER. Pois, querendo ou não, este poder soberano prevalecerá no dia do juízo. Neste dia, até tudo o que está encoberto será revelado!
            Enfim, com o PODER DE DEUS na Eclésia, tudo o que se refere a ela será legítimo, até suas organizações!

Deus nos abençoe!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva  

             




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