Desejo
começar, afirmando que as palavras no título que estão em letra minúscula,
estão de propósito. A idéia é fazer a contraposição entre o ilimitado poder de
Deus e o limitado poder humano, por mais que seja em nome da religião.
Quando
analisamos a História da Igreja, percebemos que quando o mero poder
eclesiástico, como fim em si mesmo, sem devoção a Deus e obediência verdadeira
aos princípios de Sua Palavra, começou a dominar, e isto através de suas
organizações, representações, comissões, concílios, convenções, sínodos, ou
outros termos afins, tal fato afastou o que de mais precioso a Igreja precisa,
que é o poder de Deus, através de sua gloriosa presença, revelando-nos a Sua
aprovação.
Quero
deixar bem claro que não sou contra o fato da Igreja se organizar, registrar, “estatutar”,
nem muito menos sou contra a existência das organizações denominacionais,
através de suas Convenções ou Concílios (dependendo de suas organizações). Fui
Coordenador regional da Convenção a qual pertenço e isso muito me orgulhou.
Contudo,
o perigo a que me refiro, é o fato de que, se não vigiarem, podem perder seu
propósito original, seus princípios verdadeiramente bíblicos, que vão além ( e não
contra), os princípios estatutários. EU TENHO FATOS, ATRAVÉS DA HISTÓRIA DA
IGREJA, DE QUE, INFELISMENTE, A GANÂNCIA PELO PODER ECLESIÁSTICO E/OU
INSTITUCIONAL FEZ COM QUE PESSOAS OU INSTITUIÇÕES, PERDESSEM SEU ALVO, SUA
ÉTICA, SEU LIMITE, E, PIOR, JULGANDO-SE DEFENSOR DO SANTO, DO VERDADEIRO, DA
FÉ, MAS QUANDO, NA VERDADE, ESTAVAM É DEFENDENDO SEUS INTERESSES.
O
nosso Senhor Jesus Cristo confrontou a principal instituição religiosa de sua
época, formada pelos fariseus. Os saduceus e os escribas também não ficaram
fora dessa! Jesus reprovou o fato deles transgrediram a própria Escritura, por
causa da tradição deles. Ele deixou claro que tradição é coisa boa, ATÉ O PONTO
QUE NÃO ESTEJA SENDO COLOCADA ACIMA DA PALAVRA DE DEUS! Jesus chamou a
principal organização dos judeus de “guias cegos”, que coisa triste! O Sinédrio
era uma organização político/religiosa considerada ortodoxa dentro dos
princípios da lei judaica, contudo foi dessa maneira que Cristo referiu-se a
eles.
Quando
analisamos a História da Igreja, percebemos que, a partir do 4º século, quando
desenvolveu-se o processo de união entre Igreja e Estado Romano, as principais
heresias foram sendo acrescentadas na Igreja, e pior, com peso institucional,
em nome do sagrado, até que, A VERDADEIRA IGREJA NÃO PODERIA MAIS FICAR
MISTURADA A ESSA INSTITUIÇÃO,
ORGANIZADA, ESTATUTADA, PORÉM HERÉTICA. O QUE ESTES PODEROSOS LÍDERES NÃO
PERCEBERAM É QUE O PODER DE DEUS NÃO ESTAVA ALÍ. O QUE, NA VERDADE EXISTIA ERA
APENAS um poder eclesiástico, NÃO O DA VERDADEIRA IGREJA QUE NUNCA SE
CONTAMINOU, MAS O DE UMA MERA INSTITUIÇÃO! ERA UMA INSTITUIÇÃO ROMANIZADA,
PAGANIZADA!
Deus,
que nunca deixou que a luz se apagasse, levantou os pré-reformadores, que foram
perseguidos, justamente por questionarem o poder político/eclesiático de uma
instituição que já tinha tanto poder, a ponto de perseguir, excomungar,
condenar e até lançar na fogueira da “santa” inquisição. Deus que é o Senhor do
tempo, permitiu que John Huss, um século antes de Martinho Lutero pregar as
suas famosas 95 teses, profetizasse que Deus o levantaria. Foi a famosa relação
“ganso e Cisne”.
Devemos
aprender com isso que nossas instituições devem combater a idolatria, a
imoralidade e outros pecados afins, contudo, com o mesmo ímpeto, devem também
combater a ganância, a mentira, a soberba, a altivez. Não podemos nos esquecer das
palavras de Jesus, quando Ele estava se referindo justamente aos
“institucionais religiosos da época”. Cristo disse: “Se vós soubesses o que
significa: Misericóridia quero e não sacrifícios, não condenaríes os inocentes”
Mt 12:7.
Devemos
não esquecer que entre uma função e a comunhão, é muito melhor manter a
comunhão. Não esquecer que a Igreja pertence a Jesus e nós somos tão somente
servos, mordomos. Acima de tudo, não esquecer, também, de que pessoas são mais
importantes do que patrimônios, dinheiro ou prédios.
Deus
abençoe nossas organizações. De qual denominação for. Contudo, lembremo-nos que
elas só serão legítimas, se estiverem debaixo do PODER DE DEUS. Refiro-me, em
concordância e unidade com este glorioso PODER. Pois, querendo ou não, este
poder soberano prevalecerá no dia do juízo. Neste dia, até tudo o que está
encoberto será revelado!
Enfim,
com o PODER DE DEUS na Eclésia, tudo o que se refere a ela será legítimo, até
suas organizações!
Deus nos abençoe!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva
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