quarta-feira, 22 de maio de 2013

“ OS TEUS OLHOS VIRAM A MINHA SUBSTÂNCIA AINDA INFORME...”


A frase acima, escolhida como tema deste texto, é uma citação do verso 16 do capítulo 139 do livro dos salmos. Neste capítulo Davi, que é o autor reconhecido tanto pela teologia judaica como a cristã, exalta três atributos de Deus, que são: a onipotência, a onisciência e a onipresença.
            Dentre tantos salmos em que o Eterno é exaltado pela criação do universo, dos seres angelicais, de Israel, das nações em geral, o 139 se destaca pelo fato de exaltar a Deus pela criação e formação do ser humano, que no caso em questão é o próprio salmista.
            “(...) os teus olhos viram a minha substância ainda informe...” é a afirmação do autor indireto, inspirado pelo Espírito daquele que é o autor direto  deste e de todos os textos das Sagradas Escrituras, o próprio Deus. A versão das edições paulinas ( Bíblia de Jerusalém) traduz esta expressão hebraica de forma ainda mais clara: “ os teus olhos viram o meu embrião...”.
            O que o salmista está dizendo é que, enquanto para muitos cientistas, sociólogos, geneticistas e tantos outros “ólogos” ou “istas”, o que existia era apenas um óvulo fecundado há poucos dias, que virou um embrião, uma substância informe, contudo, para Deus já tinha nome, tinha todas as informações genéticas, todas as células pluripotenciais capazes de desenvolverem qualquer órgão ou tecido do organismo humano. Já era Davi! 
            Para deixar mais claro, não era mais uma célula solitariamente viva. Já era a união de características genéticas de um homem e uma mulher, que formou um novo ser. A diferença é que, ao invés de já ser formado adulto, Deus escolheu que se desenvolvesse em fases distintas, que começa na fecundação, virando um zigoto e depois um embrião e então um feto. A diferença entre estas fases é o tempo e a nutrição, quando alimentado no útero da mãe, depois de ser fecundado na tuba uterina, nesta extraordinária relação simbiótica entre ambos.
Vale lembrar que embrião não é prolongamento do corpo da mãe. A prova disto é que se for introduzido um embrião, fruto da fecundação provenientes de um homem e uma mulher negros no útero de uma mulher branca, vai nascer um bebê 100% negro.
            Depois que nasce, o tempo e a nutrição continuam atuando, agora fora do ventre.
            A vida é caracterizada pela união. União do óvulo com o espermatozóide. A morte é caracterizada pela separação. Seja a morte física (separação entre alma e corpo), morte espiritual (separação de comunhão) ou morte eterna (separação eterna do homem de Deus).
            Todas as coisas criadas tiveram o seu princípio e isto não pode ser desprezado, pois se ele não existisse, não existiria o meio e o fim. Se você está vivo hoje é porque cada fase de sua existência foi respeitada.
            Acerca do nascimento de Jesus, o anjo disse: “(...) e conceberás (fecundação) e darás à luz um filho...” (Lc 1:31). Deus disse ao profeta: “antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei, às nações te dei por profeta” (Jer 1:5).
            Deus é o autor da vida e a Ele pertence a “manipulação” dela. Ele dá sabedoria aos homens (Tg 1:17). A própria Bíblia diz que nos últimos dias a ciência se multiplicaria (Dn 12:4) e isto pode e tem servido para o benefício  da própria humanidade, contudo, não podemos relativizar conceitos absolutos, por mais nobres que sejam os objetivos, pois quando fazemos isto, estamos tentando entrar num âmbito que só pertence a Deus, pois Ele está no absoluto e também estabeleceu leis absolutas, o resto é relativo.
            Então, se mexemos nas leis absolutas, estamos mexendo com Deus, pois Ele está no absoluto, e isto é coisa muito séria!    



Pr. Cláudio César Laurindo da Silva

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