“ Bem aventurado aquele que lê, e
os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão
escritas; porque o tempo está próximo” Ap 1: 3.
Uma
das desculpas que a igreja romana medieval dava, para esconder o acesso da Bíblia
aos leigos, e aos cristãos em geral, era a de que, somente o clero podia fazer
a sua leitura, bem como a sua interpretação. Desta forma, durante séculos, eles
manipularam, a leitura e a interpretação das Sagradas Escrituras. Existem vários
relatos, de fontes seguras, que comprovam tais fatos. Há, também, vários
filmes, que registram tal realidade. Um deles, denominado: “ O nome da Rosa”,
denota bem isso. Fato é que, durante toda a Idade Média, a Roma religiosa,
perseguia, queimava, ou mandava queimar, quem dela discordasse!
A
Santa Palavra de Deus, que é composta tanto de Antigo Testamento, como de Novo
Testamento, foi-nos dada pelo próprio Deus, e, se tivéssemos que atribuir algum
mérito humano de sua escrita, seria aos judeus, pois, dos seus mais de 40
autores, somente um não foi um judeu, mas, mesmo assim, sob forte influência do
monoteísmo judaico/cristão, que foi o evangelista Lucas. Tirando ele, todos os
outros foram judeus!
Não
nos esqueçamos de que, o nosso Senhor
Jesus Cristo, veio, primeiro para os que eram seus, os judeus, como o próprio
apóstolo João nos lembra. Jesus, é o messias prometido, da tribo de Judá. É,
também, o salvador de toda a humanidade!
As
Sagradas Escrituras foram escritas, dentro de um recorte temporal, que foi de
aprox. 1450 a.C. ( considerando a data incerta do livro de Jó) a aprox. 90 d.C.
( quando dos escritos joaninos ).
O
Antigo Testamento foi compilado e organizado por Esdras, no período do retorno
do cativeiro babilônico. Esdras reuniu, organizou e leu o texto sagrado ao povo
judeu. O que o concílio de Jâmnia, realizada pelos judeus no final do primeiro
século, fez, foi autenticar e reconhecer estes livros. O principal critério,
foi reconhecer os livros escritos até o período de Esdras, reconhecidos em
Jerusalém. Assim sendo, foram reconhecidos os que nós chamamos de 39 livros.
O
Novo Testamento, foi, a princípio, tendo um auto reconhecimento entre os cristãos,
ou seja, a igreja ia, aos poucos aceitando ou rejeitando aqueles que eram
considerados escritos vindos de fontes seguras, daqueles que eram pseudepígrafes,
ou apócrifcos . Fato é que, até mesmo no período dos apóstolos, mesmo que todos
os livros não estivessem ainda reunidos, contudo, já havia uma recomendação mútua
entre is seus escritores. É só ler as recomendações de Pedro, quanto aos
escritos de Paulo, e o reconhecimento de Paulo, à legitimidade apostólica de
Pedro. O que o Concílio de Cartago, no 4º século fez, foi reconhecer o que já era
aceito pelos cristãos.
Assim
como não foi o Concílio de Jamnia quem nos deu os livros do A.T., mas apenas os
reconheceu, da mesma forma, não foi o Concílio de Cartago, quem nos deu os
livros do N.T., apenas os reconheceu ( embora alguns sustentem que os apócrifos
tenham sido citados, o que não há problemas, pois já estamos num período pós
Constantino,onde já havia a influência do latim e a composição da vulgata, que
baseou-se na septuaginta, e não nos originais hebraicos, como feito no Concílio
de Jamnia). Fato é, também que, nenhuma denominação pode tomar para si, o
direito exclusivo sobre a Bíblia Sagrada. Ela não é propriedade exclusiva de
nenhuma denominação! Nem mesmo os judeus, que foi o povo que nos fez conhecer o
monoteísmo, e foram os escritores dos livros sagrados ( sim, pois, embora
fossem cristãos, eram judeus), tomaram tal postura arrogante, antes, eles
mesmos reconhecem que as Sagradas Escrituras são um presente de Deus a todos os
homens e que, eles estão debaixo das Escrituras e não acima ou superior a elas.
Não há nada mais herético do que uma denominação considerar a si mesma,
superior às Escrituras!
A
Reforma Protestante ( antecedida pelos pré reformadores séculos antes), veio,
de forma benéfica ( mas não completa, confesso), resgatar este conceito neo
testamentário, que foi hereticamente sufocado durante séculos pela Roma religiosa,
de que todos precisam das Escrituras. Leia-se, traduza-se! Até mesmo os teólogos
não cléricos da igreja romana estão compondo suas Bíblias de estudo. Várias
versões e anotações têm sido feitas. E querem ficar questionando ou ironizando
as Bíblias de estudo dos evangélicos? Desculpe a sinceridade, mas: vão ver se
estou na esquina! Agradeçam à Reforma, a popularização das Escrituras e a leitura
delas. Agradeçam à Reforma, a própria existência da contra Reforma.
Sei
que, nem todos os que querem se meter a compor uma Bíblia de estudos tem condições,
nem teológica, nem de vida, para fazê-lo, mas, quer saber de uma coisa, na
grande maioria dos casos ( ou mais de 90% deles), essa gente não é doida de
mudar o texto, ou seja, podem até fazer as anotações embaixo, mas não se atrevem
a mudar o conteúdo dos livros. Não estou dizendo com isso, que estou de acordo
com essa onda de quererem fazer, á torta e à direita, a sua própria Bíblia. O
caso da cantora que cismou ou cismaram por ela, de lançar uma Bíblia com sua
capa, por exemplo, se é mesmo pela editora Mundo Cristão, eles não estão nem
doidos de mexerem nos textos, ou seja, já dá para saber que, o texto vai ser o
igual ao de qualquer Bíblia ( só não sei em que versão). Só não veja nessa
moça, nenhum histórico que convença, ela fazer comentários interpretativos e/ou
doutrinários de nenhuma passagem, ou seja, não saiu nem da “papinha” e será que
vai querer omitir opinião de um texto? Tomara que, pelo menos, seja apenas para
alguns aspectos devocionais, práticos.
É
claro, dou graças a Deus, que cresci tendo acesso às excelentes Bíblias de
estudo do meu pai, que sempre foi e é atualizado neste assunto.
De
qualquer maneira, vale lembrar duas coisas. A primeira, é que, com toda a pompa
clérica é teológica que a Roma religiosa tem, durante estes séculos, a cada
dia, ela se afunda mais na idolatria e no paganismo e, pior, cada dia troca o
texto sagrado por meras tradições humanas. Então, não venham querer julgar a
plural interpretação das igrejas evangélicas, que, mesmo na sua pluralidade,
estão mais homogêneos com a doutrina essencial, do que a homogênea crescente
paganização histórica a que, cada dia afundam-se mais. A segunda, é que,
continuo crendo no versículo, em que o próprio Deus afirma que vela pela Sua
Palavra. Sim, Deus, que é o autor das Escrituras, vela por sua Palavra. Jer 1: 12: “ ... eu velo
sobre a minha Palavra, para a cumprir” , Mt 24: 35: “ Passará o céu e a terra,
mas as minhas palavras jamais passarão”.
Concluo
afirmando que, queria eu poder dar uma Bíblia a cada cidadão capaz de ler. Sim,
que se distribuíssem Bíblias nas escolas, nas avenidas, nas ruas, nos centros
urbanos e rurais. Que começassem a ler dos Evangelhos, de preferência o de João.
Saibam de uma coisa; está mais próximo de entender um texto sagrado, quem, com
coração humilde, implora a Deus a sua real interpretação, ou peça que caia dos
olhos as escamas, do que um soberbo teólogo religioso que, ao deixar o mero
intelectualismo acadêmico ou clérico subir à cabeça, não acredita mais nas
verdades claras ali escritas, como por exemplo, a interpretação clara de que,
se existe Deus, também existe o diabo e, se existem anjos, também existem os
demônios e, ainda, se existe o céu, também existe o inferno. É forte afirmar,
mas, tem muita gente “ culta” teologicamente, que, está fazendo os outros ainda
mais presos na idolatria e no paganismo.
Leia
a Bíblia, ela aponta para Jesus, o único salvador, mediador entre Deus e os
homens, que morreu pelos nossos pecados, ressuscitou ao terceiro dia, foi
assunto ao céu e, breve virá, para buscar a sua Igreja. Só Jesus, segundo a Bíblia,
tem essas qualidades, ou adjetivos!
Sim,
leia a Bíblia, pois ela aponta para Jesus. Quanto mais Bíblia, mais Jesus, por
isso, quanto mais Bíblia, melhor!
Deus te abençoe, em nome de
Jesus!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva
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