Desejo
começar esta reflexão mostrando respeito e afirmando o direito que qualquer
membro ou praticante de outra religião tem de exercer a sua fé. Como evangélico
de berço e de familiares que vieram antes de mim, sei bem o que é sofrer
preconceito, mesmo o camuflado neste país. Respeito, também, o contraditório
daqueles que acham que não há sincretismo religioso no Brasil entre o catolicismo
romano e a umbanda e candomblé.
Há
um registro comprovadamente histórico no Brasil, de sincretismo religioso entre
o catolicismo romano e a umbanda e o candomblé. Muitos santos católicos recebem
outros nomes nestas religiões e, a maior parte são comemorados no mesmo dia.
Existe o argumento de que, no período da colonização, foi imposto uma
catolização dos africanos que para cá vieram e eles, nos dias da
comemoração dos santos, na verdade evocavam seus deuses de origem. Daí o
sincretismo foi-se desenvolvendo. Fato é que, com o passar das gerações, muitos
brasileiros associaram, de forma natural, os nomes diferentes a uma mesma
entidade ou divindade, ou homenagem, dependendo da interpretação. Na Bahia
então isso é muito forte, até por parte de padres que, de manhã tem a imagem,
mas á noite, puxa a gaveta com a pipoca.
Com
a enorme proporção de católicos nominais no Brasil, isso fica ainda mais forte.
Muitos que se nomeiam católicos admiram
ou até cultuam as entidades da religião afro; para eles isso é natural. São Jorge e Ogum são sinônimos. Não dá para diferençar, por exemplo, se
os fogos que ouço aqui no Rio de Janeiro são para um ou para outro. Na verdade,
para muitos cariocas são a mesma coisa.
A
nossa senhora dos navegantes dos católicos é a iemanjá da umbanda, ambas são
comemoradas no mesmo dia, 2 de fevereiro. Na Bahia este sincretismo é
fortíssimo. Sei que a teologia católica diz que não são a mesma coisa, e
respeito tal opinião, contudo, ninguém pode mudar o fato histórico de que, a
origem disso foi pelo motivo acima citado, até mesmo fontes católicas dão a
versão de que os nomes dos santos católicos foram nomeados por outros nomes,
por parte dos umbandistas. Repito, respeito ambas as religiões, estou, apenas
dando fatos históricos.
Percebo,
no que leio, que os umbandistas não tem muita dificuldade em fazer tal
associação histórica, e a teologia católica romana, sim, tenta fazer uma
separação litúrgica, embora admitam a proximidade histórica de tal aproximação.
Como
evangélico, devo admitir que interpreto que, o cristianismo primitivo, dos dois
primeiros séculos, não cultuava ou homenageava imagens de escultura, até por
conta da proximidade de sua origem dentro do judaísmo, que não fazia tal
prática. Isso foi um processo que ocorreu como subproduto da proximidade que
foi acontecendo entre o cristianismo e as religiões romanas, que culminou
depois na união entre Igreja e Império, o que chamo de romanização da Igreja.
Concluo
reafirmando o direito do livre culto e suas interpretações. Reafirmo, também
que, ninguém pode sofrer qualquer tipo de violência por conta de sua opção
religiosa. Repito, como evangélico pesquisei bem as violências que sofremos.
Contudo, tenho o direito de dizer, com todo o carinho que, é melhor confiar
para proteger os mares, no Senhor que acalma os ventos e as tempestades dos
mares, sim, aquele que diz aos ventos e às marés agitadas: Acalma-te. O nome
dele é Jesus Cristo, que nos ensinou à adorar a Deus em espírito e em verdade.
A
Bíblia diz que: “Há um só Deus e um Mediador entre Deus e os homens, Cristo
Jesus, homem” I TM 2:5. Entregue a sua vida diretamente a Ele. É o suficiente
para a nossa salvação e para a certeza da vida eterna. Claro, a Bíblia e a
História da Igreja estão repletos de
lindos nomes e exemplos de homens e mulheres fiéis a Deus, muitos deles que até
morreram contra a idolatria, porém, jamais advogaram para si o direito de serem
cultuados.
Há
um outro versículo na Bíblia que diz: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás
salvo, tu e a tua casa” At 16: 31.
Deus abençoe o nosso Brasil!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva
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