Já
que o ENEM abriu discussão sobre o preconceito religioso na redação este ano,
vale relatar que, houve uma forte manifestação contra os evangélicos, na
Internet, o que se deduz, para alguns que, muitos textos foram escritos, de
maneira a ‘demonizar’ a existência dos evangélicos no Brasil. E não adianta
aqueles que, dentre nós, gostam de dizer: “ eu não faço parte desse grupo, pois
minha igreja é mais antiga, tradicional, coisa e tal”. Vale lembrar que, a
grande maioria das pessoas, nem sabem fazer essa distinção; eles colocam tudo
no “mesmo pacote” e, mandam preconceito em cima.
Quero
começar afirmando que, minha manifestação não é meramente emotiva, mas majoritariamente racional (quando digo
majoritariamente é porque é impossível que alguém exclua completamente uma ou
outra coisa; há sempre um pouco de razão na emoção e, se não houver um pouco
que seja, de emoção na razão, aí, ela perde a sua razão).
Desde
a chegada dos evangélicos no Brasil, sempre houve preconceito e, antigamente,
perseguição mesmo. E não adianta esta mídia esquerdista ficar dizendo que é “
mania de perseguição”, pois existem fatos históricos, e, até onde eu sei, se
existem fatos, ali há história.
Seja
na chegada dos hugenotes, que a história oficial só conta a versão da “invasão
francesa” no Brasil, quando os Protestantes que chegaram aqui foram, uns assassinados e outros expulsos;
seja na perseguição aos protestantes holandeses em Recife, ou em outros casos
isolados. Daí veio a conhecida Abertura dos Portos, no início do séc. XIX, que
permitiu a chegada de diversos protestantes ao Brasil, principalmente ao Rio de
Janeiro. Daí, houve a fundação de várias denominações evangélicas no Brasil,
como a Igreja Presbiteriana, Congregacional, Metodista e Batista.
Vale
lembrar que, mesmo com a permissão da chegada, eles foram proibidos de fazerem
proselitismo. Ar livres, nem pensar! Os missionários estrangeiros tinham
direitos restritos. Mesmo assim, o número de convertidos cresceu bastante.
Na
transição do século XIX para o XX, o cristianismo protestante foi envolvido por
um avivamento de busca e retorno aos dons espirituais, descritos em Atos e que,
durante séculos, nunca morreu, mas ficou restrito e até proibido. Este
movimento, que ocorreu dentro dessas igrejas protestantes, chegou ao Brasil,
permitindo a fundação das igrejas do chamado pentecostalismo histórico, ou
clássico. Essas igrejas, como a Assembléia de Deus, por exemplo, foram mais
agressivas no seu evangelismo e nas suas mensagens. Os ar livres passaram a ser
mais intensos, os trabalhos nas casas também. O crescimento foi assustador.
Daí, as perseguições foram mais intensas.
No
interior do país, muitas igrejas foram apedrejadas, os comerciantes proibidos,
por ordem dos padres, de venderem para os “bodes”, como os evangélicos eram
chamados. Alguns missionários foram proibidos de enterrarem seus parentes em
cemitérios públicos. Quem é parente de missionário ou neto de algum fundador de
igrejas, sabe bem que isso ocorreu.
SE
HOUVE UM POVO QUE SEMPRE CONVIVEU COM O PRECONCEITO E PERSEGUIÇÃO OFICIOSA NO
BRASIL, FORAM OS EVANGÉLICOS.
Com
o passar do tempo, o crescimento só foi se consolidando e, sem analisar o
mérito da conversão sincera ou não, ou se o neo pentecostalismo fez bem ou não,
fato é que, os quase 40% de evangélicos no Brasil é um grupo considerável e há
quem diga que, existe uma tendência, dessa porcentagem crescer ainda mais.
O
preconceito ainda existe, só que é informativo e conceitual. Há um interesse
enorme em prejudicar e macular a imagem dos evangélicos perante a opinião
pública. Isso é simples de explicar!
Embora,
tanto os católicos, como os evangélicos estejam de comum acordo com alguns
valores que não podem ser mexidos no Brasil, tais como, o aborto, o casamento
gay, a liberação de drogas, a ideologia de gênero, contudo, todos sabem que, a
maior parte dos evangélicos é mais ativa e participativa nos seus ideais e
crenças. O número de católicos nominais ainda é muito grande no Brasil. Então,
quanto mais evangélicos no Brasil, mais gente ativa contra os valores que a
mídia e os chamados intelectuais e artistas defendem tanto. Por isso é fácil
entender o porquê da relação entre a
chamada “ esquerda pensante” e a defesa da liberação de drogas, aborto,
ideologia de gênero, desconstrução da heteronormatividade, e por aí vai.
Se
fizermos um teste, veremos que, seu um padre, ou o Papa disser que é contra o
casamento gay, a mídia o coloca como alguém que quer manter a tradição da
igreja; se um pastor disser a mesma coisa, aí ele é um homofóbico preconceituoso;
se um padre disser que é contra o aborto, a mídia ou os católicos nominais vão
dizer que a igreja está defendendo a sua tradição; se for um pastor, aí ele
está sendo contra o direito das mulheres,
um machista; quando a igreja católica diz que ela é a única verdadeira,
todos dizem que é uma tradição; quando os evangélicos dizem que só Jesus Cristo
salva, aí somos chamados de proselitistas, que achamos que só nós estamos
certos e maltratamos o direito das outras religiões.
Que
há maus evangélicos, isso há sim; que há falsos pastores, isso também há.
Porém, fato é que, existe um forte investimento de diversos setores e “forças
oculta”, em denegrir e desconstruir a imagem dos evangélicos, isso há, pois os
dados do IBGE assustam muito eles. Essa turma acha que, o povo não pode trocar
de religião. Eles omitem que, por exemplo, a própria África já não é
majoritariamente das chamadas religiões afro. Hoje, a maioria é islâmica ou
cristã.
Que
se respeite a todos, todas as crenças, porém, cada um se converte ao que
quiser. Quem não cumprir a lei, que seja
punido na forma da lei, porém não esquecendo o princípio da Lei Mor do páis, a
nossa Constituição, que diz que todos são iguais perante a lei, independente de
... crenças. Que se respeite os milhões e milhões de evangélicos ordeiros e que
pagam os seus impostos nesse país.
Ass. Pastor Evangélico da
Assembléia de Deus, Cláudio César Laurindo da Silva
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