segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A REFORMA PROTESTANTE DIVIDIU SIM, MAS A HISTÓRIA



Quem entende o mínimo de História da Igreja, ou até mesmo de História secular, irá perceber que, a Reforma Protestante não objetivava dividir, mas sim restaurar a verdadeira Igreja aos seus princípios primitivos, à sua verdadeira tradição, a dos dias apostólicos, a da Igreja que nasceu em Jerusalém, não em Roma.
Fato é que este movimento não começou no século XVI, Sempre houve, na história da Igreja quem condenasse o constante e crescente processo de unificação do Cristianismo ao Império Romano, até que chegou ao nível de Igreja Imperial, sim, Estado romano religioso, ou, simplesmente, Igreja Romana. Os pré reformadores existiram e foram importantes no contexto da Reforma.
            As vendas de indulgências foram fato; a proibição da leitura da Bíblia foi fato; a “santa” inquisição foi fato; o crescente afastamento do modelo primitivo e simples de Cristianismo foi fato;
Na verdade, os reformadores nem tiveram opção, foram perseguidos, condenados, excomungados e muitos deles lançados na fogueira da “santa inquisição”. Sim, muitos milhares foram perseguidos e mortos, como conseqüência do Concílio de Toulouse, no séc XIII, que determinou a “santa inquisição” ou “Tribunal do Santo Ofício”. A “infalibilidade” do papa Gregório IX foi quem assinou.
A própria História secular confirma isso. Os Valdenses, os Hugenotes ( mais de 20 mil mortos na noite de “São Bartolomeu”, Os Collardos, Jerônimo de Praga, Savonarola,  John Hus, e  tantos outros milhares que foram sumariamente condenados pela “santa” inquisição e devidamente mortos, muitos queimados.
Não, eles não procuravam dividir, mas sim, serem canais de restauração, com todas as limitações e fraquezas. Sim, cometeram erros, pois, nenhum deles julgou-se infalível.  
Porém, se houve alguma coisa que eles dividiram, essa foi a História. Qualquer pesquisador sabe da importância e relevância da Reforma, não apenas no aspecto religioso, mas também no geográfico, cultural, social, político e, até econômico da Europa e, também do mundo, que estava mergulhado no monopólio clerical romano da Idade Média. A Alemanha, a Inglaterra, a Holanda, a Suíça, a Dinamarca, os Estados Unidos ( que foram colonizados por 13 colônia de Protestantes), dentre outros países, são a prova disso. A Reforma, junto com a queda de Constantinopla e a expansão comercial e marítima, desenharam a Idade Moderna.
Estes 500 anos não são para contender, mas sim para re-pensar, para respeitar, para lembrar que “o ganso” que foi assado em 1415, profetizou que o “cisne” não conseguiriam assar, o que ocorreu um século depois. Para lembrar que, o hino Castelo Forte foi cantado por grande parte da Europa, onde Lutero estava dizendo em sua letra que, mesmo que a fogueira também o “assasse” ele não temeria. Para lembrar que, podemos ir a Deus, em nome de Jesus, que a salvação é pela graça, mediante a fé em Cristo, para lembrar que as Escrituras são a regra de fé e conduta do cristão e que, a tradição só é válida, se não ferir suas doutrinas, que o fundamento da Igreja é Jesus Cristo, o seu fundador, para lembrar, como diz a Palavra de Deus, que Ele não divide a sua glória com outrem, nem com as imagens de escultura, como está escrito no livro de Isaías. Sim, para lembrar, dentro deste contexto, e sem querer deturpá-lo, as frases históricas da Reforma: Somente a graça, somente a fé, somente Cristo, somente as Escrituras, somente a Deus a glória.
            Enfim, se houve algo que a Reforma dividiu, essa foi a História. Isto é fato incontestável. Quanto à Igreja, a verdadeira, que nasceu em Jerusalém e sempre teve um remanescente fiel, a Reforma não a dividiu, ela ajudou no processo de retorno às suas verdadeiras origens bíblicas, mesmo com suas limitações e imperfeições.

“... como está escrito: mas o justo viverá pela fé” Rm 1:17

“ Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus...” Ef 2:8.

“ Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” I Cor 3:11.

“ Eu sou o Senhor, este é o meu nome, a minha glória a outrem não a darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” Is 42: 8.

“ Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penatra até a divisão da alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” Hb 4:12.

“ Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” II  Tm 2:5.

“ Portanto pode, também salvar perfeitamente os que, por Ele, se chegam a Deus, porquanto vive vive sempre para interceder por eles” Hb 7: 25

“ Do mesmo modo, também, o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos pedir como convém, mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” Rm 8: 26

“ Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne ... cheguemo-nos, pois, com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa” Hb 10: 19,20,22.




Pr. Cláudio César Laurindo da Silva.