sexta-feira, 26 de maio de 2017

É, GURU! ... PARE E PENSE!



            Claro que, ninguém que, verdadeiramente ama a Jesus, ficará satisfeito ou comemorará o mal do próximo, mesmo que o tal não use o mesmo princípio. Seguindo este raciocínio, externo que, também não fiquei feliz com a prisão de Caio Fábio. Não sei  quanto tempo vai durar, pode ser que dentro de alguns dias, um bom advogado, ou sua influência política ( ainda que ele o negue) consiga reverter essa situação.
            No entanto, algumas coisas devem ser ditas ou lembradas. A primeira é que, o título apresentado neste texto, será compreendido pelos que acompanharam Caio Fábio durante anos, ou décadas atrás. A frase PARE E PENSE, diz respeito ao nome do programa de TV que ele tinha, apontando, assim, para a época boa, positiva do seu ministério. A palavra GURU, eu coloquei para demonstrar o que, na verdade, ele se tornou. Daí,pus a combinação: É GURU ... PARE E PENSE.
            Dentre outras coisas que poderiam ser colocadas aqui neste texto, gostaria de lembrar que, se por um lado, não temos que comemorar a prisão de Caio, por outro, não temos que “divinizá-lo”, ou colocá-lo como o mártir, que está sendo preso pelo amor da obra de Deus. Não, não se trata disso. Na verdade, ele foi preso por causa das acusações que envolviam o antigo caso Cayman. Se definitivamente ele é culpado ou inocente, o tempo dirá. Não me precipito nestas questões. Contudo, o fato é que, na época, ele foi acusado de tentar prejudicar Fernando Henrique Cardoso, em sua candidatura, sobre estas acusações, para beneficiar Lula ( na época ele estava mais esquerda, hoje ele diz que, nem tanto).
            Bom, devemos salientar, também, o fato de que, Caio, nestes últimos anos, depois que foi afastado da Igreja Presbiteriana, por causa do seu adultério, tem tomado uma atitude rancorosa e acusadora contra muitos líderes evangélicos. Não sobra quase ninguém. Ele tem acusado e zombado dos evangélicos. Aliás, ele mesmo não se denomina mais evangélico. Ele não pouca pastores, antes os julga e acusa. Imagino se, o que está acontecendo com ele agora, estivesse acontecendo, por exemplo, com o Pr. Silas Malafaia. Como ele não estaria, aos risos, em volta de seus “discípulos”, , acusando e zombando.
            Na minha opinião, o fato de torcermos para que o mal não sobrevenha sobre ele, não o faz modelo de ninguém. Os valores que ele tem defendido, as coisas que ele tem dito, as zombarias que ele tem feito, só me fazem recomendar que ele volte ao primeiro amor.
            Um homem que foi grandemente usado por Deus, na década de 80 e início de 90,  tornou-se, hoje, um guru, do tipo hippie, que só tem feito muitos membros de igrejas abandonarem suas congregações e voltarem contra seus pastores. Não, não me peçam para chamar, hoje, de homem de Deus, alguém que, recomenda aos cristão, ao invés de ouvirem hinos, ouvirem Maria Betânia e Michael Jackson;não me peçam para chamar, hoje, de homem de Deus, quem é a favor da maconha e do casamento gay. Sim este guru tem sido um grande líder dos desigrejados.
            Torço, de coração, para que Caio Fábio volte ao primeiro amor. Torço para que seus “discípulos” repensem suas posições, retornem às suas igrejas, por mais defeitos que encontrem. Quanto ao Guru, independente se ele for solto amanhã, ou não, que sirva para  baixar um pouco a bola e parar de acusar os evangélicos.
            Sim, Guru, volte ao primeiro amor ... PARE E PENSE!

Autor: Pastor Evangélico da Assembléia de Deus, Cláudio César Laurindo da Silva.


domingo, 14 de maio de 2017

O MODELO É A PALAVRA DE DEUS E A IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO




            A História do Cristianismo, incluindo cristãos nominais ou verdadeiros, tem inerente em si, uma complexidade grande no que diz respeito à interpretação do que foi, e/ou é ortodoxo ou herético; qual grupo representa a verdadeira Igreja e, evidentemente, qual não a representa.
            Diante de toda essa complexidade, a resposta melhor a ser dada, é, de fato, a mais óbvia. O MODELO É A PALAVRA DE DEUS E A IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO.
            Quem buscar identificar-se a este modelo, de fato, estará identificando-se à verdadeira Igreja do Senhor Jesus Cristo. Qualquer bispo ou autoridade eclesiástica; qualquer instituição, por maior ou mais antiga que se considere, terá de Jesus a autenticidade, se  identificar-se à Sua Palavra.
            Os cristãos do período sub apostólico, que sofriam perseguições do Império romano, mantinham em si, o desafio das heresias que tentavam, a toda hora, penetrar nela, como também, o desafio de não negarem a Jesus, ainda que a custo de suas próprias vidas.
            Com o fim da perseguição e a aproximação entre Igreja e Império Romano, observamos a romanização, a institucionalização humana e, conseqüentemente, o crescente processo de paganização dela. Tanto é, que é fato que, as principais oficializações, ou dogmas da igreja romana, deram-se, a partir do IV século. O Imperador Constantino chegou a sentar-se em lugar de destaque, durante concílios do IV século.
Com o processo de  medievalização da igreja romana, os dogmas só aumentaram, a Bíblia tornava-se cada vez mais elitizada e a autoridade da instituição tornou-se tão forte quanto a própria Palavra de Deus, segundo o pensamento deles. Quem discordava do pensamento clérico medieval era julgado e “santamente” condenado à morte. A História não nos deixa mentir, muitos foram os queimados na fogueira da “santa inquisição”.
            Daí se pergunta: Onde estava a verdadeira Igreja? Resposta: Estava viva, inclusa, em sua dimensão espiritual, como corpo de Cristo; não uma mera organização, mas um organismo vivo, que tentava manter, a todo custo, o modelo primitivo, mesmo com suas muitas limitações, até porque, a igreja romana, medieval, proibiu aos leigos a leitura da Bíblia e, muito menos a sua interpretação. É importante que se diga que, dentre leigos e sacerdotes, houve, através da história, cristãos que discordavam do modelo cada vez mais paganizado e afastado do modelo primitivo, porém foram duramente perseguidos. A isso, muitos teólogos chamam de pré reformadores.
            Não podemos esquecer que, no Oriente, os patriarcas discordavam de muitos itens da igreja do ocidente, inclusive da autoridade suprema do líder religioso de Roma, o Papa. Um ponto divergente, que talvez fosse considerado de menor importância, a questão se, o pão deveria ser ou não levedado, foi a gota d’água para o Cisma de 1054. Vale lembrar que, a igreja grega recusava imagens de santos, mas só permitiam os ícones de Jesus, como sinal de reverência, e apenas como símbolo.
            Um importante personagem de transição na História do Cristianismo foi Martino Lutero, pois as conseqüências de sua influência atingiram, não apenas o mundo religioso, mas, também, cultural, político e, de certo modo, até geográfico.
Não, a Reforma não começou em Lutero, pois houve, a preço de sangue nas mãos dos que instituíram a “santa inquisição”, muitos pré reformadores. Em destaque, cerca de 100 anos antes de Lutero, John Hus profetizou, momentos antes de sua morte: “vais assar um ganso ( Hus na língua boêmia),porém, dentro de um século se encontrarão com um cisne, que não poderão, nem assar e nem cozer”. Hus morreu queimado vivo, na fogueira da igreja romana, segundo a história, cantando um salmo, contudo, 102 anos depois Lutero pregou as suas 95 teses.
Não, a Reforma de Lutero não foi completa, bem como a  de outros reformadores também não foi. Eles foram, na verdade, homens sinceros que, debaixo do contexto em que se encontravam e com a formação que tiveram ( inclusive boa parte deles eram cléricos), buscaram retornar, ou melhor dizendo, descobrir o modelo do verdadeiro Cristianismo.
Não tentem atribuir o modelo aos reformadores. Eles mesmos não quiseram para si este título. Na verdade, o que eles queriam era mostrar que, O MODELO É A PALAVRA DE DEUS E A IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO. Não, não somos filhos de Lutero, ou de Zwinglio, ou de Calvino, somos filhos de Deus, contudo, louvamos a Deus pelo exemplo que estes homens deixaram, pelo  fato de que resistiram a um sistema político eclesiástico que dominava o mundo, em busca da aproximação com a Palavra de Deus.
Sim, estes homens falharam e, nenhum deles fez uma reforma completa. Sim, a maioria deles ainda guardou ranços do romanismo, pois viveram neles a vida toda. Não pensem, os defensores da tese de que, Lutero, ou Zwinglio, ou Calvino mantiveram algumas doutrinas romanistas, seja fato para descredenciar os cristãos evangélicos que são contra tais doutrinas. O que é importante para nós é o fato de que, eles avançaram no caminho de aproximação de um modelo bíblico de Cristianismo, pois, mesmo que, por exemplo Lutero não tenha feito uma reforma profunda no que diz respeito, por exemplo à doutrina mariana, ou melhor mariólatra, contudo, ele acertou quando afirmou que Cristo e não o Papa é a autoridade máxima da Igreja; ele acertou quando defendeu a Bíblia para os leigos, o que era proibido na época; ele acertou quando traduziu a Bíblia em alemão; ele acertou quando afirmou que é a graça, mediante a fé, que traz salvação, e não as obras; ele acertou; ele acertou quando transformou um sistema de culto meramente distante e frio, num sistema simples, com participação de leigos e cânticos; ele acertou quando permitiu os sacerdotes casarem; ele acertou quando pregou as 95 teses, que criticavam a ostentação e exploração da igreja romana sobre os mais simples; ele acertou quando refugiou-se no Castelo de Wartburg; ele acertou quando compôs o hino Castelo forte, enfim, ele acertou em algumas coisas e errou em outras, contudo, não se pode negar o seu esforço por tentar uma aproximação   com o modelo bíblico de Igreja.
            O mesmo poderíamos dizer de Zwinglio, que também errou em algumas coisas, mas acertou, quando defendeu um culto mais simples, sem imagens de escultura, embora não tenha tido uma doutrina totalmente independente da igreja romana quanto à questão mariana, contudo, o fato de que defendia a perpetuação da virgindade de Maria, não tenha significado a autorização para o uso de imagens de Maria e nem a mediação dela, haja vista que, Zwinglio defendia um modelo simples  de culto.
            Enfim, não tenho espaço para detalhar, mas, o mesmo diríamos de Calvino. Errou em algumas coisas e acertou em outras; além das Institutas, que defendiam a predestinação, Calvino aboliu o uso de imagens dos santos e o culto à virgem, embora alguns afirmem que continuou crendo em sua virgindade perpétua, ou seja, mesmo que Calvino acreditasse que Maria não tivesse tido outros filhos, contudo, o fato é que, ele defendia que, as imagens deveriam ser retiradas ( incluindo a de Maria) e que orações e culto deveriam ser somente a Deus.
            Enfim, neste propósito de busca do modelo bíblico, Deus permitiu que se levantassem, aquilo que eu chamo de pós reformadores, ou seja, aqueles que defenderam uma reforma mais profunda, ou, como alguns gostam de designar, mais radical. Foi a reforma na Reforma. No luteranismo, surgiram os pietistas; no anglicanismo, os puritanos e metodistas , e por aí vai.
            E o que dizer do chamado avivamento dos irmãos Wesley, Que acabou, posteriormente, influenciando, de alguma maneira, o  chamado pentecostalismo clássico, do final do séc. XIX e início o séc, XX.  No Brasil, a vinda de dois missionários suecos, que residiam nos Estados Unidos, permitiu a fundação das Assembléias de Deus.
            O tempo passa e, a dinâmica continua; igrejas são fundadas; umas buscando o modelo encontrado na Palavra de Deus, e outras não, contudo, fato é que, desde as mais remotas datas, a Igreja do Senhor, que é o corpo, místico, universal, espalhado nos 4 cantos da terra, continuará firme, estando ela num período de grande fogaréu, ou apenas numa centelha, porém, apagar, Deus nunca permitirá.
Os homens e mulheres levantados por Deus, com suas limitações, foram importantes, contudo, não devem ser eles o nosso modelo absoluto. O modelo continua na Palavra de Deus, e a verdadeira Igreja começou em Jerusalém, e não em Roma ou Constantinopla.
Qualquer igreja local, cujos membros procurarem viver dentro do modelo da Bíblia sagrada e tomando como exemplo, a igreja primitiva, principalmente do primeiro século, estará reproduzindo o bom cheiro do perfume de Cristo, sendo, portanto, participante da VERDADEIRA IGREJA, sim, o organismo vivo de Cristo na terra e que vai morar no céu.

Saudações em Cristo, o cabeça da Igreja.


Pr. Cláudio César Laurindo da Silva.