Existem
alguns porquês nesta vida que não são, de todo, respondidos.
Primeiro, no
âmbito do homem natural, pois, como disse o apóstolo Paulo, só consegue
discernir, quem está vivendo no chamado homem (espécie) espiritual (antropos
pneumátikos) I Cor 2:14,15; talvez tenha sido por isso que, embora os “porquês”
dos gregos tenham contribuído tanto para
a humanidade, contudo, sob o ponto de
vista do espiritual e também do além,
pouco conseguiram trazer de sólido, embora afirmassem a imortalidade da alma. Existem,
portanto, mistérios e verdades que, só consegue discernir, quem está vivendo
uma vida de comunhão com Deus, pois tem, como disse Paulo, a mente de Cristo.
Segundo, não
são respondidos, e nem plenamente compreendidos, até mesmo para aqueles que
vivem no âmbito do homem espiritual. Sim, a Bíblia nos mostra exemplos de
pessoas que desfrutavam plena comunhão com Deus e, nem por isso tiveram
respostas para todas as suas indagações. Desde Abraão, passando por seu
contemporâneo, Jó, chegando a Moisés, sem esquecer de Davi, que embora tenha
planejado todo o templo, contudo Deus não o permitiu construir, até chegar no
Novo Testamento, com Jesus dizendo a Pedro: “O que faço, não entendes tu agora,
contudo entenderás depois” Jo 13:7, e, também, dizendo a Paulo: “A minha graça
te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” II Cor 12:9.
Confesso que a
partida da irmã Rosilene, uma irmã fiel na igreja e querida por todos os que a
conheciam, nos deixou um pouco deste “porquê”. Daí, percebi que,assim como ela,
muitos outros servos de Deus também
partiram no tempo para nós, designado, “cedo”. A Rose era minha
contemporânea, tinha os seus quarenta e poucos anos.
Claro, o
propósito aqui não é o de divinizar após a partida, mas sim o, de forma
orgulhosa, testemunhar o exemplo de quem, com uma vida simples, cumpriu bem o
seu papel, seja na sua casa, no seu convívio social e, na igreja que
freqüentava.
Como um membro
da igreja que freqüentava, a Assembléia de Deus central em Mesquita, a Rose, solteira
que era, cumpriu aquilo que o apóstolo
Paulo recomendou aos solteiros, ou seja, cuidou das coisas do Senhor. Uma
verdadeira obreira, contribuindo no ensino da Igreja, e no maior seminário que
existe, que é a Escola Bíblica Dominical. A Rose foi mais do que uma secretária
de ensino, foi uma verdadeira diretora! A sua fidelidade na igreja local,
também foi algo sensacional. Desde que, ainda no início de sua juventude,
tornou-se membro da nossa igreja, sempre perseverou, vestiu a camisa da igreja,
a defendeu. As nossas igrejas carecem mais de membros como foi a Rose!
A prova pela
qual ela passou, durante a luta travada contra a sua enfermidade, e sua postura
de não blasfemar contra Deus e nunca se desviar dos caminhos do Senhor, nos
fazem ter a convicção de que ela, agora, está repousando e descansando das suas
obras, que a acompanham! Quem conviveu mais de perto com ela, como a família e
amigas mais íntimas, testemunham isto. Sempre que pude estar com ela, não tão
de perto o quanto gostaria, mas o tanto que pude, também comprovei tal
realidade. A última ceia que levei para ela, me fez sentir que, seria a última
dela aqui na terra; cheguei a comentar com minha esposa, no retorno. As orações
que eu fazia,os textos bíblicos que eu lia, eram aqueles que Deus me orientava,
no sentido de que, se a nossa casa deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus
um edifício, como disse Paulo aos Coríntios.
Enfim, a
partida da “guerreira”, (forma pelo qual eu a chamava), me fez refletir sobre
outros servos e servas de Deus que,aos nossos olhos, até partiram de forma
prematura, mas não aos olhos de Deus. Desde o Jairinho do grupo ELO, Sérgio
Pimenta, dos Vencedores por Cristo, Otoniel e Oziel, Moisés Malafaia, e,tantos
outros que,aos nossos olhos, não viveram muito aqui, porém, o tempo em que
viveram, fizeram muito mais no obra do Senhor do que muitos que passam anos e
pensam que a vida se resume apenas nos anseios pessoais, sejam profissionais,
sentimentais, intelectuais e outros, no pior das hipótese, nos anseios carnais;
esquecem que, embora devamos viver de uma forma planejada e madura, contudo,
nossa vida aqui é passageira e,nada melhor do que ter como prioridade a obra do
Senhor e a causa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Por mais que
pensemos que a vida de algumas pessoas possa ter sido curta aqui na terra,
contudo, os frutos de suas obras se verão na eternidade!
Pr. Cláudio César Laurindo da
Silva