segunda-feira, 10 de novembro de 2014

VIDAS CURTAS NA TERRA, CUJOS FRUTOS SE VERÃO NA ETERNIDADE



            Existem alguns porquês nesta vida que não são, de todo, respondidos.
Primeiro, no âmbito do homem natural, pois, como disse o apóstolo Paulo, só consegue discernir, quem está vivendo no chamado homem (espécie) espiritual (antropos pneumátikos) I Cor 2:14,15; talvez tenha sido por isso que, embora os “porquês” dos gregos  tenham contribuído tanto para a humanidade,  contudo, sob o ponto de vista do espiritual e  também do além, pouco conseguiram trazer de sólido, embora afirmassem a imortalidade da alma. Existem, portanto, mistérios e verdades que, só consegue discernir, quem está vivendo uma vida de comunhão com Deus, pois tem, como disse Paulo, a mente de Cristo.
Segundo, não são respondidos, e nem plenamente compreendidos, até mesmo para aqueles que vivem no âmbito do homem espiritual. Sim, a Bíblia nos mostra exemplos de pessoas que desfrutavam plena comunhão com Deus e, nem por isso tiveram respostas para todas as suas indagações. Desde Abraão, passando por seu contemporâneo, Jó, chegando a Moisés, sem esquecer de Davi, que embora tenha planejado todo o templo, contudo Deus não o permitiu construir, até chegar no Novo Testamento, com Jesus dizendo a Pedro: “O que faço, não entendes tu agora, contudo entenderás depois” Jo 13:7, e, também, dizendo a Paulo: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” II Cor 12:9.
Confesso que a partida da irmã Rosilene, uma irmã fiel na igreja e querida por todos os que a conheciam, nos deixou um pouco deste “porquê”. Daí, percebi que,assim como ela, muitos outros servos de Deus também  partiram no tempo para nós, designado, “cedo”. A Rose era minha contemporânea, tinha os seus quarenta e poucos anos.
Claro, o propósito aqui não é o de divinizar após a partida, mas sim o, de forma orgulhosa, testemunhar o exemplo de quem, com uma vida simples, cumpriu bem o seu papel, seja na sua casa, no seu convívio social e, na igreja que freqüentava.
Como um membro da igreja que freqüentava, a Assembléia de Deus central em Mesquita, a Rose, solteira que era,  cumpriu aquilo que o apóstolo Paulo recomendou aos solteiros, ou seja, cuidou das coisas do Senhor. Uma verdadeira obreira, contribuindo no ensino da Igreja, e no maior seminário que existe, que é a Escola Bíblica Dominical. A Rose foi mais do que uma secretária de ensino, foi uma verdadeira diretora! A sua fidelidade na igreja local, também foi algo sensacional. Desde que, ainda no início de sua juventude, tornou-se membro da nossa igreja, sempre perseverou, vestiu a camisa da igreja, a defendeu. As nossas igrejas carecem mais de membros como foi a Rose!
A prova pela qual ela passou, durante a luta travada contra a sua enfermidade, e sua postura de não blasfemar contra Deus e nunca se desviar dos caminhos do Senhor, nos fazem ter a convicção de que ela, agora, está repousando e descansando das suas obras, que a acompanham! Quem conviveu mais de perto com ela, como a família e amigas mais íntimas, testemunham isto. Sempre que pude estar com ela, não tão de perto o quanto gostaria, mas o tanto que pude, também comprovei tal realidade. A última ceia que levei para ela, me fez sentir que, seria a última dela aqui na terra; cheguei a comentar com minha esposa, no retorno. As orações que eu fazia,os textos bíblicos que eu lia, eram aqueles que Deus me orientava, no sentido de que, se a nossa casa deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, como disse Paulo aos Coríntios.
Enfim, a partida da “guerreira”, (forma pelo qual eu a chamava), me fez refletir sobre outros servos e servas de Deus que,aos nossos olhos, até partiram de forma prematura, mas não aos olhos de Deus. Desde o Jairinho do grupo ELO, Sérgio Pimenta, dos Vencedores por Cristo, Otoniel e Oziel, Moisés Malafaia, e,tantos outros que,aos nossos olhos, não viveram muito aqui, porém, o tempo em que viveram, fizeram muito mais no obra do Senhor do que muitos que passam anos e pensam que a vida se resume apenas nos anseios pessoais, sejam profissionais, sentimentais, intelectuais e outros, no pior das hipótese, nos anseios carnais; esquecem que, embora devamos viver de uma forma planejada e madura, contudo, nossa vida aqui é passageira e,nada melhor do que ter como prioridade a obra do Senhor e a causa do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Por mais que pensemos que a vida de algumas pessoas possa ter sido curta aqui na terra, contudo, os frutos de suas obras se verão na eternidade!

Pr. Cláudio César Laurindo da Silva